Descobertos organismos a 2,4 mil metros de profundidade em mina no Canadá

02/09/2019 às 13:002 min de leitura

Imagine as condições de um ambiente situado a mais de 2 mil metros de profundidade: ausência completa de luz, nada de vegetação ou ar puro e baixa disponibilidade de nutrientes… mas essas características não impediram a sobrevivência de organismos no fundo de uma mina no Canadá.

Pois é, caro leitor, existem formas de vida incrivelmente resilientes por aí — e os micróbios encontrados agora não só são exemplo disso como também apoiam a possibilidade de que planetas menos inóspitos possam igualmente abrigar microrganismos.

Organismos das profundezas

Os micróbios foram encontrados em um bolsão de água situado a 2,4 mil metros de profundidade, em uma das cavernas mais antigas de que se tem notícia no planeta contendo o líquido, mantendo a água isolada da superfície durante milhões de anos.

Uma equipe de cientistas da Universidade de Toronto coletou amostras do local e submeteu o material a testes para comprovar que não havia ocorrido qualquer tipo de contaminação decorrente das atividades conduzidas na mina. Em seguida, os pesquisadores obtiveram células incubadas nas amostras e forneceram fontes de nutrientes para ver o que acontecia.

(Fonte: The Scientist/Universidade de Toronto/Stable Isotope Laboratory/Reprodução)

Durante os experimentos, os cientistas identificaram a ocorrência de atividade metabólica, o que significa que havia organismos nas amostras processando os nutrientes. E como é que esses micróbios conseguiam sobreviver em um ambiente tão isolado e pouco acolhedor? Os pesquisadores explicaram que eles viviam graças a reações químicas que ocorriam entre a água e as rochas nas profundezas.

Não foi possível identificar a que classe de micróbios eles pertencem, mas os cientistas descobriram que, em vez de dependerem do oxigênio, os organismos sobrevivem a partir de sulfatos e nitrogênio. Aliás, os mesmos especialistas já tinham conduzido testes com amostras de água da caverna e concluíram que o ciclo de vida continua firme e forte no bolsão, em um líquido isolado há milhões de anos.

Essa descoberta é importante porque, até recentemente, pensava-se que a vida era dependente da fotossíntese para existir, o que limitava a presença de organismos às camadas mais superficiais do planeta. Contudo, estudos realizados nas últimas décadas provaram que existem seres surpreendentes, capazes de sobreviver em locais onde jamais se poderia imaginar encontrar atividade biológica, o que expande o leque de possibilidades para se buscar formas de vida em outros planetas.

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