Australianos estão perto de estudar as primeiras estrelas

16/09/2019 às 11:002 min de leitura

Desde a construção da sociedade como conhecemos, o ser humano busca estudar os primórdios da existência. Um dos maiores focos de estudo é a sopa primordial, que gerou o universo em que vivemos. Do big bang ao buraco negro, cientistas tentam entender como a vida surgiu e se desenvolveu, entretanto, no meio de descobertas tão grandiosas para a ciência, coisas aparentemente simples, como as estrelas, não receberam a mesma atenção. 

O que sabemos sobre as estrelas é que a maioria das que podemos observar no céu à noite existiram há milhões de anos e já morreram, e o que visualizamos são apenas feixes de luz que ainda ecoam no Universo. Tendo essa compreensão, muitos cientistas australianos afirmam que equipamentos que temos atualmente não são potentes o suficiente para realizar tal pesquisa, entretanto, estão sendo aprimorados para que a história das estrelas possa ser observada mesmo que indiretamente.

Uma otimização já foi realizada no observatório Murchinson Widefield Array com o objetivo de estudar a Época da Reionização (EoR), o período onde a formação das primeiras estrelas ocorreu, recebendo o nome do que aconteceu com o hidrogênio durante esse processo. 

Australianos estão perto de estudar as primeiras estrelas

Fonte: Universe Today

Cerca de 380 mil anos após a explosão do Big Bang, o Universo finalmente esfriou o suficiente para que prótons e elétrons pudessem formar átomos de hidrogênio e, durante o período conhecido como Idade das Trevas Cósmica, uma nuvem desse elemento se formou até colapsar e dar origem às estrelas.

"Definir a evolução do EoR é extremamente importante para nossa compreensão de astrofísica e cosmologia", afirmou a dra. Nichole Barry, da Universidade de Melbourne, em uma declaração. "Até o momento, ninguém havia sido capaz de fazer essa observação e esse resultado nos leva próximo do nosso objetivo".

O objeto de estudo da equipe é uma emissão específica de hidrogênio neutro em uma linha de 21 centímetros, que é extremamente difícil de captar por ser fraca e existirem várias outras galáxias e objetos entre o que captamos e de onde ela vem. Essa análise será essencial para entender o período em que as estrelas surgiram para que, futuramente, outros observatórios possam estudar com mais precisão a primeira geração de estrelas do universo e ajudar a responder alguns dos mistérios que nos cercam.

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