Escuridão à vista: cientistas criam material mais escuro do mundo

19/09/2019 às 08:002 min de leitura

Cientistas do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) desenvolveram o material mais escuro já visto na história, que assumiu o posto do chamado Vantablack, desenvolvido pela NASA há alguns anos. O Vantablack era capaz de absorver 99,065% da luz e, até esse ano, ostentava o posto do objeto mais escuro do mundo.

A fama foi tamanha que até a empresa BMW decidiu testar como um de seus veículos ficaria se utilizasse uma tinta dessa cor. Os criadores do novo recordista, no entanto, estimaram que ele é 10 vezes mais escuro que o antigo vencedor da NASA.

Vamos falar de números, porque eles não mentem: a nova criação mais negra da Terra reflete apenas 0,005% da luz. E, para demonstrar essa conquista, os cientistas responsáveis pelo projeto decidiram fazer uma demonstração nomeada “Redemption of Vanity” na Bolsa de Valores de Nova York.

Sem medo, eles utilizaram um diamante amarelo 16,78 quilates no valor de 2 milhões de dólares como "cobaia". O diamante foi colocado sobre um fundo escuro de modo que ficasse em destaque. E, logo após, ele foi coberto com o material misterioso que fez, simplesmente, com que o diamante desaparecesse a olhos nus — ficando mais escuro, inclusive, do que o próprio fundo preto.

BMW X6 Vantablack (Reprodução/Cnel)

Mas, afinal, como essa criação das trevas foi desenvolvida?

A intenção inicial não era tirar a coroa do Vantablack — ela sequer chegava perto disso. Os pesquisadores, na verdade, estavam experimentando maneiras de cultivar nanotubos de carbono em materiais condutores de eletricidade (como o alumínio, por exemplo) para melhorar suas propriedades térmicas e elétricas.

Contudo, um problema surgiu: a oxidação do alumínio estava atrapalhando o desenvolvimento da pesquisa. Tentando solucionar tal questão, a equipe mergulhou o alumínio em água salgada para remover o óxido e, em seguida, o metal foi colocado em um ambiente livre de oxigênio — para evitar uma reoxidação. Seu destino final foi um forno no qual estavam presentes os nanotubos de carbono.

Apresentação "Redemption of Vanity" na Bolsa de Valores em NY (Reprodução/Fast Company)

A equipe percebeu, contudo, que antes de entrar em contato com os nanotubos, o alumínio estava preto. E depois de sair do forno, estava ultrapreto. Assim, eles decidiram verificar essa hipótese e a conclusão foi que, de qualquer ângulo, 99,995% da luz era absorvida.

Apesar de ser fruto de um “acidente científico”, a criação pode ter aplicações práticas e muitas utilidades para a ciência. Ela poderia ser utilizada, por exemplo, em instrumentos ópticos, como câmeras ou telescópios.

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