Pelve de 10 milhões de anos pode 'mudar' o passado da evolução

25/09/2019 às 09:002 min de leitura

A descoberta de um fóssil de pelve de 10 milhões de anos pode alterar a maneira como entendemos a evolução do ser humano, especialmente no que diz respeito à maneira de andar — em quatro ou duas patas. O fóssil foi encontrado perto de uma antiga cidade mineira em Ruabánya, na Hungria e pertence a um antigo macaco chamado Rudapithecus.

Raramente preservado por tanto tempo, a pelve é um dos ossos mais informativos do esqueleto e, quando os pesquisadores analisaram o fóssil, descobriram que o bipedalismo humano – capacidade de se mover sobre duas pernas – pode ter origens ancestrais diferentes das que se imaginava.

Os responsáveis pelo estudo do fóssil são o professor de antropologia da Universidade de Toronto David Begun, que descobriu a pelve na Europa Central, e Carol Warad, da Universidade do Missouri, que foi convidada por Begun. O trabalho de pesquisa analisou ossos, mandíbulas e dentes e apontou que o Rudapithecus era parente — um ancestral — dos macacos e humanos modernos.

Foto: University of Missouri

De acordo com Ward, professor de patologia e ciências anatômicas, o Rudapithecus era muito parecido com os macacos que conhecemos e provavelmente se movia entre galhos, com o corpo ereto e utilizando os braços para subir. Apesar disso, há uma diferença fundamental: região lombar mais flexível. Com isso, ele teria sido capaz de ficar de pé, assim como os humanos.

Os macacos africanos modernos possuem uma pelve longa e a região lombar curta, o que resultaria no andar sobre as quatro patas quando estão no chão. Já os humanos têm lombares mais longas e flexíveis, o que permite ficar de pé e caminhar sobre duas pernas, característica da evolução humana.

O estudo explica que, se a evolução humana tivesse realmente partido de um macaco africano, seriam necessárias mudanças significativas para alongar a região lombar e diminuir a pelve, já se a evolução partiu de um ancestral semelhante ao Rudapithecus, essa transição teria sido muito mais suave e direta.

A descoberta deixou os pesquisadores com mais perguntas do que respostas: pode até ser, inclusive, que em vez de nós humanos e macacos termos um ancestral quadrúpede em comum — e a partir daí os homens e mulheres terem desenvolvido a capacidade de serem bípedes —, na verdade foram nossos primos primatas que teriam perdido a capacidade de andar em duas pernas, habilidade que herdamos de lá para cá.

Ilustração: John Sibbick

Apesar de bastante preservado, o fóssil não estava 100% completo e a equipe utilizou técnicas de modelagem 3D para concluir digitalmente sua forma, comparando assim com os modelos de animais modernos. O próximo passo da equipe será analisar outras partes do corpo para conseguir precisar como ele se movia.

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