Fósseis de conchas dão outro motivo para a extinção dos dinossauros

Conta-se que há 66 milhões de anos um meteoro caiu na Terra e resultou na morte de diversos animais, como os dinossauros e inúmeras espécies de plantas.

Porém, pesquisadores da Universidade de Michigan, nos Estados Unidos, estudam uma outra possibilidade desse fato. Kyle Meyer, líder da pesquisa, trabalha com as erupções dos Basaltos do Decão, na Índia, como uma forma de ter contribuído para essa destruição em massa.

Essas erupções começaram antes mesmo do impacto e perduraram por milhões de anos, intensificadas pelas condições geoclimáticas da Terra com a chegada dos detritos provenientes da queda do meteoro.

Através de uma técnica chamada paleotermometria, Meyer e sua equipe analisam fósseis de conchas com altos níveis de mercúrio provenientes das erupções causadas pelos Basaltos do Decão e, em comparação com a poluição industrial da modernidade, concluíram que o teor de contaminação em ambos é equivalente.

Isso significa dizer que mesmo com tanto tempo desde o impacto das erupções, as conchas ainda guardam em sua composição os resquícios químicos absorvidos quando entraram em contato com a contaminação.

O objetivo central da pesquisa é apontar que as erupções ocorridas há milhões de anos causaram efeitos climáticos e ecológicos profundos em escala global, visíveis até nos dias atuais.

Além disso, feitos pioneiros foram alcançadas com o estudo, como o registro da quantidade de mercúrio preservado nas conchas fossilizadas, além de uma relação direta das conchas analisadas com as condições climáticas da época.

O estudo anterior nesse âmbito era feito a partir de sedimentos que, ao contrário das conchas, não dava respostas quanto ao clima ou escala das erupções. Kyle Meyer acredita que o efeito inovador de sua pesquisa será importante para futuras investigações que tratem de extinções em massa e perturbações climáticas.