Pesquisadores constroem primeiro esqueleto humano digital do mundo

09/04/2020 às 12:002 min de leitura

O arqueólogo Rowan Webb faleceu em 2010 após uma grandiosa batalha contra um câncer e um de seus maiores desejos após sua morte era que seu corpo fosse usado para o benefício científico. Sendo assim, Webb fez história ao ter seu esqueleto digitalizado.

Uma equipe de pesquisadores e especialistas técnicos da Universidade da Nova Inglaterra (UNE), onde Webb realizou uma boa parte de seus trabalhos e pesquisas, projetou e criou o primeiro esqueleto humano digital do mundo a partir dos ossos reais de Webb, que doou seus restos mortais à instituição.

Rowan Webb (arquivo pessoal).Rowan Webb (arquivo pessoal).

Evolução digital

Após alguns anos de estudos e ajustes, o esqueleto digital finalmente ficou completo e, por meio dele, a instituição começará a ensinar seus alunos de anatomia com os modelos 3D online ainda nesta semana. O esqueleto digital, que apresenta diversos detalhes específicos, também ficará disponível para visualização online de pessoas de todo o mundo.

Segundo a doutora em Zoologia da universidade, Dra. Melania Fillios, o pesquisador certamente não tinha ideia da tecnologia que estaria à disposição dos pesquisadores após alguns anos. "Rowan não fazia ideia de que poderia disponibilizar um presente para o mundo inteiro, para que qualquer um pudesse aprender com ele", disse ela, que iniciou e liderou o projeto digital diretamente para a Phys.org, um agregador de notícias de ciência, pesquisa e tecnologia.

Como tudo aconteceu

O esqueleto do arqueólogo foi criado digitalmente usando uma técnica de fotogrametria utilizada também para documentação e produção de modelos 3D, sem que artefatos antigos tenham qualquer tipo de dano. Todos os ossos de Webb foram fotografados antes do procedimento.

O doutorando em paleontologia da Universidade da Nova Inglaterra, Michael Curry disse ao Phys.org que para a realização do projeto foi necessário que ele tirasse mais de 30 mil fotos do esqueleto de Webb antes que tudo pudesse começar de fato. Ainda segundo o pesquisador, demorou cerca de um ano para fotografar tudo, reconstruir o esqueleto e editar todas as fotos para que digitalmente as imagens refletissem corretamente.

(Fonte: Free 3D)(Fonte: Free 3D)

Os pesquisadores da UNE, sobretudo a equipe de arqueologia têm visões ambiciosas com relação aos seus estudos altamente tecnológicos. A ideia é que seus modelos 3D online se tornem parte de um recurso mundial, que seja livre e acessível para ensino e a pesquisa em todo o mundo. 

O professor associado Peter Grave ainda contou ao Phys.org que gostaria de ter um banco de dados que atravesse as fronteiras disciplinares. Para ele é importante que essa criação se concretize para que todas as universidades, instituições e museus de diferentes lugares possam contribuir com modelos para serem estudados por diversos grupos e pessoas, no qual todos os objetos dentro dele pudessem ser usados em pesquisas em todo o mundo.

A semente plantada por Rowan Webb antes de falecer agora parece florescer entre seus colegas e poderá futuramente transformar ainda mais o mundo acadêmico e científico, trazendo diversas contribuições para a população.

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