Covid-19: secreções oculares também podem espalhar a doença

22/04/2020 às 05:002 min de leitura

Um grupo de médicos italianos apresentou recentemente uma nova perspectiva sobre as formas como a covid-19 pode se espalhar. De acordo com o estudo de caso realizado em uma paciente de 65 anos, as secreções oculares também podem conter o RNA viral do novo coronavírus.

Até então, os infectologistas e epidemiologistas se concentravam em duas formas principais de proliferação. A primeira, via gotículas respiratórias que podem ser expelidas pela pessoa infectada quando espirra ou tosse, e a segunda, pelo contato com uma superfície que foi tocada por alguém infectado — daí a necessidade de evitar tocar o nariz, olhos e boca sem higienizar corretamente as mãos. Estudos paralelos também já apontaram para as fezes como fonte secundária de transmissão.

RNA viral foi detectado dias depois de ter sido considerado indetectável (Fonte: Pexels / Reprodução)RNA viral foi detectado dias depois de ter sido considerado indetectável (Fonte: Pexels / Reprodução)

Descoberta

A paciente que serviu de ponto de partida para o estudo publicado na revista Annals of Internal Medicine contraiu a doença no epicentro chinês do problema, a cidade de Wuhan. Após seu retorno para a Itália, passaram-se seis dias até que fosse internada, tendo sido levada para o hospital um dia depois do surgimento dos sintomas.

Após três dias de internação, foi recolhido material ocular para análise em decorrência de uma conjuntivite apresentada pela paciente. Quando o material foi analisado, o RNA viral estava lá.

Dada a descoberta, os médicos decidiram fazer coletas de amostras nos dias subsequentes para acompanhar o caso. No dia 15 de internação, a paciente teve uma significativa melhora da conjuntivite e, até o dia 20, a condição parecia ter se resolvido. Entretanto, as amostras ainda apresentaram carga viral positiva até o dia 21 de internação.

Alerta aos médicos

Além da descoberta de que as secreções oculares de pacientes infectados podem apresentar o vírus e, por consequência, também constituírem uma fonte de infecção/contaminação, esse caso ainda chamou a atenção em outro aspecto: o vírus causador da covid-19 foi encontrado cincos dias após ter se tornado indetectável. Ou seja, o RNA da SARS-CoV-2 não estava presente nas análises das vias áreas, mas ainda persistia nos fluidos oculares.

Com os novos achados, as equipes médicas que estão na linha de frente no combate à pandemia do novo coronavírus precisam ampliar ainda mais o nível das medidas de proteção, especialmente no que diz respeito aos equipamentos de proteção individual durante os procedimentos de exames clínicos.

Por fim, sabendo agora que o vírus já pode estar presente na estrutura ocular no início da doença, novas medidas preventivas devem ser adotadas.


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