Ciência
17/06/2020 às 10:00•2 min de leitura
Uma escultura de um pássaro analisada por pesquisadores na China pode ajudar a reescrever a história dos antepassados do leste asiático. Segundo os historiadores, a peça tridimensional que tem 13.500 anos de existência é agora a mais antiga já encontrada na região.
Este estudo arqueológico, da Universidade Shandong, relatou que a obra encontrada tem bastante relevância para se descobrir novos caminhos de compreensão da época, já que ela “pode ser o elo que faltava para rastrear a origem da estatuária chinesa até o período paleolítico".
(Fonte: Zhanyang et al / Reprodução)
A escultura do pequeno pássaro não é tão grandiosa quanto sua história remota. Em termos práticos, ela tem quase 2 cm (cerca de 0,75 polegadas) e teria sido esculpida a partir de um osso queimado. Os especialistas acreditam que ela estivesse perdida em meio aos restos de uma escavação, no sítio arqueológico de Lingjing, realizada em 2005.
Para que fosse estimada a idade da obra, os pesquisadores precisaram realizar um procedimento padrão que usa a combinação de datação por radiocarbono com uma tomografia computadorizada específica. Dessa forma, a idade mais precisa da peça pôde ser determinada para que consequentemente algumas análises históricas fossem aplicadas, sobretudo as que poderiam compreender melhor as técnicas aplicadas pelo seu autor.
Os estudos que se iniciaram puderam descobrir que o artista paleolítico, no caso, teria utilizado uma ferramenta de pedra para sua composição. Além disso, com essa ferramenta ele teria conseguido, com precisão, aplicar diversas técnicas avançadas que incluíam raspagem e também aferição, quando podia deixar o objeto da forma que gostaria. Esses métodos, no entanto, não haviam sido identificados nesse período até o momento.
Técnicas aplicadas para analisar a peça. (Fonte: Zhanyang et al / Reprodução)
Embora pequena, a estatueta esculpida à mão é bastante grossa em termos de volume. Os pesquisadores responsáveis pelo estudo, inclusive, acreditam que a cauda do pássaro teria sido alongada pelo artista paleolítico para que ela não se inclinasse para a frente ao ser colocada na vertical em alguma superfície. Contudo, alguns detalhes que poderiam ter se perdido ao longo do tempo puderam ser redescobertos por meio de marcas sutis que indicam, por exemplo, os olhos e o bico do animal.
Nesse sentido, as análises podem ajudar a reescrever a história do período paleolítico na região, já que essa pequena obra artística sugere que os habitantes, nessa época, haviam inventado suas próprias ferramentas para construir esculturas e tinham um conhecimento avançado para realizá-las. A pesquisa, publicada pelo periódico PLOS ONE garante que este pode ser o primeiro exemplo conhecido de uma tradição artística original.