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Astrônomos descobrem asteroide com mineral comum no manto terrestre

03/07/2020 às 14:303 min de leitura

No início deste ano, astrônomos descobriram que um asteroide um tanto quanto exótico estava perambulando ao redor de Vênus – tendo sido a primeiro do tipo de uma série de outros já procurados. Não muito maior que uma montanha pequena, o mais intrigante é a sua composição: parece que o 2020 AV2, como foi batizado, é rico em olivina, um composto de minerais formado por silicatos de magnésio e ferro encontrado de forma abundante nas profundezas da Terra. Acredita-se que tanto ele quanto seus “irmãos escondidos” se formaram no início do Sistema Solar.

De acordo com estudos anteriores, mais de 1 milhão de asteroides vagam em um cinturão além de Marte e são guiados pela gravidade de Júpiter. Apenas 23 deles foram detectados perto de nosso planeta, tendo sido desviados de suas órbitas por perturbações de outros corpos, mas cientistas suspeitam há tempos da existência de uma população maior naquela região. É muito difícil de visualizá-los, uma vez que aparecem no horizonte somente ao amanhecer e ao anoitecer, contra o brilho do Sol.

Um cinturão de asteroides existe além da órbita de Marte.Um cinturão de asteroides existe além da órbita de Marte.

Entretanto, ninguém contava com a sorte de pesquisadores, que, no dia 4 de janeiro, com um pequeno telescópio de pesquisa do Observatório Palomar, na Califórnia, finalmente deram de cara com um exemplar. Estamos falando, claro, do 2020 AV2, com apenas 1,5 km de largura e uma órbita de 151 dias ao redor do Astro Rei.

Francesca DeMeo, caçadora de asteroides do MIT que faz parte da equipe, comemora: “Conseguir visualizar um exemplar dessa nova população e ele ser composto por olivina foi algo realmente improvável de acontecer. Isso torna o resultado da pesquisa ainda mais legal.”

Jogos vorazes astronômicos

Para saber do que o 2020 AV2 é formado, Marcel Popescu, pesquisador do Astronomical Institute of the Romanian Academy, e seus colegas utilizaram telescópios nas Ilhas Canárias para entender como a luz é refletida no corpo celeste e se depararam com linhas de absorção que deram pistas de sua composição química. Ao periódico Monthly Notices of the Royal Astronomical, ele declarou: “Não podemos dizer com certeza que olivina seja o mineral dominante, mas certamente é abundante em sua superfície.”

Em um estudo separado, Carlos e Raul de la Fuente Marcos, cientistas da Universidade Complutense de Madrid, analisaram a trajetória do asteroide e revelaram que ele veio, justamente, do cinturão citado – tendo sido arremessado para nós por Júpiter e seus vizinhos mais próximos depois de milhões de anos de toma lá, dá cá. A novidade pode resolver um velho mistério científico.

[SE NÃO PUDER ESSA TIRINHA, SUGIRO A OPÇÃO 2] Júpiter volta e meia sai jogando asteroides pelo Universo.[SE NÃO PUDER ESSA TIRINHA, SUGIRO A OPÇÃO 2] Júpiter volta e meia sai jogando asteroides pelo Universo.

[OPÇÃO 2] Júpiter volta e meia sai jogando asteroides pelo Universo.[OPÇÃO 2] Júpiter volta e meia sai jogando asteroides pelo Universo.

Acredita-se que a mesma separação entre núcleo, manto e crosta encontrada em planetas ocorreu com pequenos viajantes há 4,56 bilhões de anos, ou seja, que o calor radioativo da decomposição do alumínio-26 fez com que rochas ricas em ferro e níquel afundassem no núcleo deles também, enquanto aquelas com altas taxas de olivina se transformaram em manto e outros minerais mais leves deram origem à crosta.

Nos jogos vorazes astronômicos, com diversas colisões, sobraram apenas pedaços desses exemplares, sem crosta – os asteroides em questão –, que podem confirmar se isso ocorreu de fato.

Será que tem mais?

Não pense esses espécimes de olivina são tão comuns. Francesca DeMeo encontrou 21 deles entre 36 no cinturão, o que não é número suficiente para que caracterizem todo o manto perdido. “Quando tais objetos são fragmentados, espera-se que haja muito manto por aí, o que não é o caso.”

Essa falta pode ser culpa da incapacidade da tecnologia humana de visualizar corpos menores, uma vez que eles são facilmente pulverizados nos embates com os “primos” mais fortes. O ceticismo da comunidade científica, neste caso, impera. Mesmo entre os menores, poucos foram avistados – o que pode colocar a teoria de uma população mais vasta em xeque. 

Francesca DeMeo, caçadora de asteroides do MIT.Francesca DeMeo, caçadora de asteroides do MIT.

Ainda assim, caso Marcel Popescu descubra outro mineral na composição do 2020 AV2, a piroxina, tudo pode mudar, uma vez que ela é abundante em asteroides-manto. “É um objeto muito interessante, peculiar. O primeiro de seu tipo. Quero ver se haverá outros.” Desafio aceito.

Astrônomos descobrem asteroide com mineral comum no manto terrestre via TecMundo

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