Metade dos átomos da Terra podem ser de dados digitais em 2245

05/09/2020 às 12:302 min de leitura

Ainda que pareça algo imaterial, a informação virtual ocupa seu espaço. De acordo com a IBM e com outras empresas de pesquisas tecnológicas, cerca de 90% da quantidade de dados no mundo foi produzida na última década. Por isso, de bit em bit, pode ser que, em 2245, os átomos desse tipo de material ultrapassem o montante existente de todos os outros no planeta, respondendo por metade de sua massa.

Quem chegou a essa conclusão foi o físico Melvin Vopson, da Universidade de Portsmouth, na Inglaterra. Sua análise partiu do princípio de que existem, hoje, aproximadamente 10^21 de bits de informações computacionais, enquanto nosso lar possui 10^50 de átomos. "É tudo o que produzimos coletivamente. Qualquer conteúdo digital gerado e armazenado por qualquer pessoa", explicou o cientista à Live Science.

Depois, Vopson projetou um aumento de 20% anuais, mostrando que a balança de átomos viraria em 350 anos. Entretanto, caso a taxa atinja 50% de crescimento também anuais, bastariam 225 anos para o fato acontecer. Antes desse cenário, a humanidade já teria de usar o equivalente a seu consumo energético atual somente para manter tantos zeros e uns. "A questão é: onde armazenaríamos tanta informação? Como a sustentaríamos?", refletiu o físico.

"Chamo a situação de uma crise invisível, já que, hoje em dia, trata-se realmente disso", ele disse.

Átomos de informações digitais superariam os outros em dois séculos.Átomos de informações digitais superariam os outros em dois séculos.

Malthusianismo digital?

Tais apontamentos consideram as formas de produção e armazenamento de dados atualmente disponíveis, sendo que novas surgem constantemente. A título de comparação, em 1798, Thomas Robert Malthus previu um cenário em que a população cresceria em ritmo acelerado, superando a oferta de alimentos, algo que não ocorreu devido à tecnologia. Mesmo Vopson sugere o desenvolvimento de meios não materiais, como hologramas, para dar conta da tarefa.

O físico não esclarece quais seriam as consequências dessa crise, mas comenta que, mesmo que toda a massa anual de dados produzida atualmente equivalha ao peso de um único exemplar da bactéria E. Coli, existe uma relação entre o apagamento de bits e geração de calor – o que, no futuro, representaria uma "catástrofe da informação". 

Por outro lado, Luis Herrera, da Universidade de Salamanca, na Espanha, não parece estar alarmado: "Acho que enfrentamos problemas maiores do que esse."

Metade dos átomos da Terra podem ser de dados digitais em 2245 via TecMundo

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