Cromossomo Y poderia determinar mais do que só o gênero biológico

01/10/2020 às 11:022 min de leitura

Um novo estudo publicado na revista Scientific Reports pode indicar novas relações orgânicas envolvendo o cromossomo Y. Determinante do gênero biológico masculino, sua responsabilidade nos sistemas — além do reprodutor — sugere que essa estrutura é capaz de regular inúmeros processos celulares, inclusive fornecendo respostas mais concretas sobre as diferenças biológicas existentes entre os indivíduos.

Segundo o pesquisador e autor do projeto, Christian F. Deschepper, do Instituto de Pesquisas Clínicas de Montreal, no Canadá, o cromossomo Y possui uma classe de genes reguladores que impactam funcionalmente no comportamento celular do organismo. O artigo teve como base descobertas anteriores sobre a participação dos cromossomos na saúde dos humanos, incluindo um estudo de março deste ano, realizado pela Universidade de Nova Gales do Sul, na Austrália, que investigava a longevidade das vidas XX em relação às XY.

Para avaliar os efeitos do cromossomo Y nos organismos, os cientistas modificaram geneticamente grupos de camundongos, que tiveram genes subtraídos dessa estrutura. Pouco tempo depois da mutação artificial, os especialistas perceberam que o tecido cardíaco dos animais passou a se desenvolver de forma anômala, comprometendo as atividades do sistema cardiovascular.

(Fonte: British Heart Foundation/Reprodução)
(Fonte: British Heart Foundation/Reprodução)

Como resultado, proteínas de mitocôndrias — organela importante para a respiração celular — foram alteradas e as células cardíacas deixaram de responder aos ácidos graxos, que são estruturas de extrema importância para a manutenção da energia celular. Dessa forma, o corpo ficou mais suscetível a doenças cardíacas.

Impacto em rede celular

A mutação cromossômica não teve impacto apenas no desenvolvimento e na “recarga” de uma célula, mas em uma rede periférica que atingiu os genes vizinhos, sugerindo que a estrutura do material genético funciona como uma unidade sistemática que pode enfrentar muito mais problemas com a ausência de proteínas e de outras macromoléculas.

“Nossa descoberta fornece uma melhor compreensão de como os genes masculinos no cromossomo Y permitem que as células masculinas funcionem de maneira diferente das células femininas”, explicou Christian Deschepper. “No futuro, esses resultados podem ajudar a lançar alguma luz sobre por que algumas doenças ocorrem de maneira diferente em homens e mulheres.”

O projeto deverá continuar uma série de testes para ajudar a compreender como o cromossomo Y realmente impacta nas funções do corpo.

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