Ciência
10/10/2020 às 15:00•2 min de leitura
A leitura de um estudo publicado na segunda-feira (5) na revista de paleobiologia Historical Biology, sobre comprimentos do corpo, mandíbula e dentição do tubarão Megalodon, é capaz de assustar até mesmo aquelas pessoas acostumadas às sangrentas aventuras dos dentuços cartilaginosos no cinema.
Comparando registros fósseis da virada da Era Mesozoica para a Cenozoica, pesquisadores analisaram o tamanho dos dentes de tubarões lamniformes extintos, e concluíram que o Megalodon, também conhecido como “tubarão de megadentes”, pode ser considerado “fora de série”, mesmo quando se trata de tubarões.
Com quase 15 metros de comprimento, o Megalodon (Otodus megalodon) é o tubarão mais volumoso que já existiu. Mesmo quado comparado às espécies já extintas, o Megalodon é um exagero em relação ao segundo da lista dos Lamniformes, que media oito metros.
Os temidos tubarões modernos podem ser considerados lambaris quando equiparados ao bombadão Megalodon. A espécie predatória mais perigosa atualmente, o grande tubarão branco atinge, no máximo 6 metros de comprimento, e o tubarão-baleia, considerado o maior peixe existente, mede entre 6 e 10 metros.
Existem, hoje, 13 espécies de tubarões lamniformes nos mares. Entre ele, o tubarão mako, os tubarões-duendes do fundo do mar e os tubarões-raposas, entre outros.
Quanto aos tubarões já extintos, os pesquisadores concluíram que os da Era Cenozoica (de 65,5 milhões de anos até hoje) eram maiores do que os da Era Mesozoica, contemporâneos dos dinossauros.
Para Kenshu Shimada, paleobiólogo da Universidade DePaul em Chicago, e principal autor do estudo, “os tubarões lamniformes representam os principais carnívoros nos oceanos desde a Era dos Dinossauros, […] eles devem ter desempenhado um papel importante na formação dos ecossistemas marinhos que conhecemos hoje”.
Até a realização da pesquisa atual, a anatomia dos lamniformes era pouco conhecida porque, como os esqueletos de tubarão são feitos de cartilagem em vez de ossos, eles praticamente inexistem em registros fósseis, a não ser pelos seus dentes numerosos.
No estudo atual, Shimada e equipe geraram um nova ferramenta para calcular o comprimento do corpo com base em uma equação comparativa entre extensão do corpo e tamanho do dente. Depois aplicaram a equação aos lamniformes predadores extintos. Só não contavam que o Megalodon estaria tão fora da curva.