Chimpanzés buscam relacionamentos positivos ao envelhecerem

30/10/2020 às 06:002 min de leitura

Antes só do que mal acompanhado. Essa é uma frase comumente utilizada para os seres humanos para definir a busca por boas companhias, mas que poderia muito bem ser utilizada para categorizar o estilo de vida adotado pelos chimpanzés em processo de envelhecimento.

Um estudo publicado na Science coletou dados sobre uma comunidade de chimpanzés selvagens Kanyawara que habitam o Parque Nacional Kibale, em Uganda. Segundo os cientistas envolvidos no projeto, assim como os seres humanos, os primatas analisados no Kibale Chimpanzee Project demonstraram uma necessidade de apoio socio-emocional com o passar dos anos.

As relações dos chimpanzés machos

(Fonte: Pixabay)
(Fonte: Pixabay)

De acordo com a teoria desenvolvida pelos pesquisadores, os seres humanos desenvolveu um comportamento social que é caracterizado pelo desenvolvimento de uma vasta rede de amizades na juventude, que acaba sendo reduzida para um círculo menor de amigos, porém mais afetuoso, conforme envelhecemos.

Isso seria um mecanismo do nosso cérebro de priorizar relacionamentos que cumpram uma importante função emocional enquanto nos aproximamos dos últimos anos de vida, e o mesmo aconteceria entre os chimpanzés.

A autora do artigo, Alexandra Rosati, e seus colegas de trabalho observaram que os chimpanzés machos idosos possuem amizades mais mútuas e justas entre eles, enquanto chimpanzés mais jovens estão fadados a desenvolver laços desiguais onde seus parceiros não correspondem o afeto.

Dessa forma, apesar dos primatas mais velhos estarem mais propensos a ficarem sozinhos, eles são capazes de interagir mais vezes com importantes parceiros sociais ao entrarem para um novo grupo. Além disso, ao envelhecer, os chimpanzés abandonam uma postura combativa e passam a interagir com os outros de maneira mais positiva.

Inteligência emocional

(Fonte: Pixabay)
(Fonte: Pixabay)

Para a co-autora do trabalho, Zarin Machanda, “os resultados demonstram que os chimpanzés compartilhar esse laço de padrões de envelhecimento com os humanos, mesmo sem ter o mesmo conhecimento vasto sobre o futuro e o entendimento sobre a própria mortalidade.”

A pesquisadora também acredita que essa similaridade entre primatas e humanos pode representar uma resposta adaptativa onde os adultos passam a buscar interações sociais que lhes renda benefícios e evitar interações negativas, já que suas habilidades de combate caem drasticamente com a idade.

Os cientistas acreditam que a observação de longa-data do comportamento de animais selvagens, como os chimpanzés, pode nos ajudar a compreender e desenvolver um processo de envelhecimento saudável em seres humanos.

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