Ilhas perdidas sobreviveram a 'megatsunami' há 8 mil anos

12/12/2020 às 12:002 min de leitura

Algumas ilhas antigas, agora submersas no fundo do Mar do Norte, sobreviveram a uma devastadora tsunami há mais de 8 mil anos, indica um novo estudo publicado na revista Antiquity. De acordo com os pesquisadores, o fato pode ter sido extremamente relevante para a pré-história do Reino Unido.

A pesquisa sugere que algumas partes do antigo local conhecido como Doggerland aguentou firmemente ao impacto da tsunami Storegga, que afundou boa parte da região nos anos 6200 a.C. com suas ondas gigantescas. O conjunto de ilhas era responsável por ligar a Grã-Bretanha com a Holanda.

Tsunami Storegga

(Fonte: Wikimedia Commons)
(Fonte: Wikimedia Commons)

Segundo os estudiosos, a tsunami Storegga foi resultado da queda de boa parte da plataforma continental existente na região costeira da Noruega, cerca de 800 km de distância do local. Por muito tempo, acreditou-se que o impacto desse deslizamento de terra no oceano teria sido responsável por submergir as ilhas na costa leste da Inglaterra.

Entretanto, o novo documento produzido pela Universidade de Cambridge garante que este não foi o caso. Através da análise de sedimentos submersos coletados em expedições marítimas pelo Mar Nórdico, a equipe sugere que boa parte de Doggerland se manteve em pé e permaneceu inabitada durante a Idade da Pedra por milênios.

Caso essa informação seja julgada como correta, as ilhas podem ter cumprido papel fundamental no desenvolvimento do Reino Unido, como a criação do conceito de agricultura que inspiraria os britânicos a desenvolverem seu sistema de alimentação milhares anos depois, afirmou o coautor do estudo Vincent Gaffney.

História de Doggerland

(Fonte: Universidade de Cambridge)
(Fonte: Universidade de Cambridge)

Os cientistas acreditam que Doggerland um dia chegou a ser a região mais rica para pesca e caça em toda a Europa durante o período Mesolítico. Isso porque as ilhas eram repletas de lagoas, pântanos, rios e florestas, gerando uma enorme biodiversidade em sua fauna e flora. 

Atualmente, o projeto Europe’s Lost Frontiers trabalha para investigar a arqueologia e reconstruir o espaço geográfico da região antes dela ser engolida pelo mar. De acordo com a pesquisa, apesar de boa parte da paisagem ter sido destruída pela tsunami Storegga, algumas áreas permaneceram acima do nível da água por mais mil anos — sendo derrotadas pelo aquecimento global.

Por agora, os pesquisadores esperam localizar um novo sedimento da Idade da Pedra para obter mais informações que auxiliem no entendimento do arquipélago. 

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