Saúde/bem-estar
11/08/2021 às 11:30•2 min de leitura
Uma nova doença, causada por um vírus vindo de animais, que pode se espalhar rapidamente e causar muitas mortes... A gente já viu — ou melhor, está vendo — esse filme, então qualquer notícia sobre um novo vírus parece preocupante. Foi por isso que o vírus de Marburg se tornou manchete em todo o mundo, depois da notificação de uma morte por sua causa, na Guiné.
A Doença do Vírus de Marburg (ou MVD, na sigla em inglês) é grave e não tem tratamento. Diz-se que tomar bastante água e tratar os sintomas pode aumentar as chances de sobrevivência, mas a contaminação é frequentemente fatal: um comunicado da OMS (Organização Mundial da Saúde) fala de 24% e 88% de mortes, em surtos anteriores de MVD.
Por isso, a entidade também afirma que "precisamos deter o vírus em seu caminho". Será que devemos nos preocupar com essa nova ameaça?
Esse morcego da foto abaixo parece inofensivo, né? Pois ele é um dos principais transmissores do vírus de Malburg para os humanos, além dos macacos. Depois disso, entre humanos, o vírus se espalha pela troca de fluidos corporais e contato com superfícies infectadas.
Imagem: Encyclopedia of Life/Reprodução
O primeiro surto do vírus do Marburg foi detectado em 1967, justamente na cidade que lhe dá nome, depois que a equipe de um laboratório teve contato com macacos doentes, trazidos da África. Desde então, 12 surtos aconteceram, a maioria no sul e leste da África, de acordo com o jornal inglês The Guardian.
O último desses surtos havia sido em Angola, em 2005, matando 329 das 374 pessoas que foram infectadas — é o mais mortal de que se tem notícia, até hoje.
Esse caso recente, na Guiné, é o primeiro na parte ocidental do continente e ocorreu bem em uma região que havia acabado de controlar uma grave epidemia de ebola. O vírus de Marburg é da mesma família que ele, inclusive, mas potencialmente mais mortal.
A doença causada pelo vírus de Marburg é um tipo de febre hemorrágica, que se manifesta entre 2 e 21 dias depois da infecção. Seus sintomas incluem dores musculares e de cabeça, febre alta, erupções na pele, sangramentos e vômito com sangue, além de intenso mal-estar. Por isso, é um tanto difícil distinguir a doença de Marburg de outras condições semelhantes, como malária e cólera.
Imagem: BBC/Reprodução
A situação é menos preocupante porque o caso foi detectado rapidamente e os contatos do homem morto pelo vírus foram mapeados. A diretora da OMS para a África, Matshidiso Moeti, elogiou a atuação das autoridades da Guiné e relembrou a experiência do país no combate ao ebola, inclusive na epidemia recente.
Desse modo, o controle de fronteiras foi intensificado — a cidade em que o homem morreu é próxima à divisa com Serra Leoa e Libéria. Além disso, três familiares e um profissional da área da saúde que estiveram em contato com ele estão tendo sua saúde monitorada de perto. Mais 140 pessoas que podem ter tido contato com o vírus também foram identificadas.
A ideia é isolar essas pessoas e evitar que o vírus de Marburg se dissemine, como aconteceu com outras doenças.