Ciência
28/09/2021 às 02:00•2 min de leitura
Se você acompanha o noticiário, provavelmente já se deu conta de que todos os anos as queimadas acabam com extensas partes da Floresta Amazônica. Aliás, elas fazem parte de uma prática agrícola cujo objetivo é abrir espaço para as plantações, assim como para as pastagens de gado.
Sem dúvidas, as atividades econômicas desenvolvidas nessa região, como a agricultura (principalmente da soja), são extremamente importantes para a economia do nosso país. Porém, as queimadas que levam ao desmatamento não são nosso único problema: a forma como a agricultura é praticada na Amazônia tem causado danos irreversíveis em muitas áreas. Mas será possível plantar de forma responsável na região?
O Brasil é uma potência agrícola. Não por acaso, é chamado de celeiro do mundo. Para o pesquisador Eduardo Assad, da Embrapa Informática Agropecuária, não existe nenhum motivo para aumentar as áreas desmatadas com o intuito de ampliar a produção, seja da agricultura, seja da pecuária.
(Fonte: Mark Stebnicki / Pexels/ Reprodução)
De acordo com o especialista, os 76 milhões de hectares da floresta que já foram desmatados são o bastante para aumentar a produção de grãos e de carne. Para isso, bastaria colocar em prática algo óbvio, mas até agora desconsiderado pelos governos: fazer um melhor uso dessas terras.
Segundo a análise Solving Brazil's land use puzzle: Increasing production and slowing Amazon deforestation (Resolvendo o quebra-cabeça do uso da terra no Brasil: aumento da produção e desaceleração do desmatamento na Amazônia), publicada na Science Direct, existem alguns caminhos que podem ser adotados para plantar sem agredir a Floresta Amazônica.
(Fonte: Alex GreenJohannes Strötker / Pexels/ Reprodução)
Assim, há formas de aumentar a produção e o bem-estar social enquanto se trabalha na redução do desmatamento. Veja as propostas dessa análise a seguir.
Mesmo quando consideramos que as políticas de proteção e fiscalização ambiental do âmbito federal apresentam falhas e incoerências, na Região Amazônica já existem produtores que têm buscado aprender e aplicar novos modelos de produção agrícola.
Nesse sentido, vale destacar o plantio de grãos em áreas de pastagem degradadas e a criação de áreas que trabalhem com sistemas integrados de agricultura-floresta-pastagem.
No meio de tudo isso, um aspecto se sobressai: a extensa maioria dos movimentos, ações e iniciativas visando garantir que a agricultura possa ser praticada de forma responsável na região da Floresta Amazônica. Isso tem acontecido com poucos e, na maior parte dos casos, sem nenhum incentivo governamental.
(Fonte: Kelly Lacy / Pexels/ Reprodução)
Sem dúvidas, é possível plantar sem desmatar. Porém, as barreiras que impedem investimentos em ações comprometidas com a sustentabilidade, os incentivos feitos às escondidas ao desmatamento, a fiscalização deficiente e até inexistente, bem como a falta de soluções integradas, impedem que todos os aspectos positivos apontados até aqui se tornem realidade.