'Poço do Inferno' é explorado pela 1ª vez no Iêmen

08/10/2021 às 06:302 min de leitura

O poço de Barhout, no Iêmen, foi explorado pela primeira vez na história, ou ao menos é o que acredita um grupo de espeleólogos vindos do Omã. Segundo a lenda local, a cavidade foi batizada de “Poço do Inferno” por amedrontar os moradores da região, que acreditam que ela serve como uma prisão para demônios.

O enorme buraco fica localizado no deserto da província de Al-Mahra, no leste do país. Com 30 metros de largura, o misterioso lugar serve como porta de entrada para uma caverna de cerca de 112 metros. Após a expedição, os pesquisadores encontraram alguns animais mortos, como cobras, e pérolas verdes e acinzentadas formadas por sais de cálcio levados pela água da chuva.

Busca por demônios

(Fonte: AFP/Arquivos)(Fonte: AFP/Arquivos)

Embora a expectativa local fosse de que os exploradores encontrassem monstros e demônios dentro da caverna, não houve qualquer indício a respeito de seres sobrenaturais durante a expedição. Ao todo, oito espeleólogos decidiram participar dessa missão por algo que descreveram como “paixão”.

Em entrevista à Agence France-Press (AFP), Mohamed al-Kindi, pesquisador e professor de geologia na Universidade Alemã de Tecnologia de Omã, comentou sobre as expectativas para o caso. “Nós acreditávamos que esse projeto iria revelar uma nova maravilha e parte da história do Iêmen”, disse.

Antes de publicarem um relatório final sobre a expedição, a equipe afirma ter coletado diversas amostras de águas, pedra, solo e alguns dos animais mortos para levar para análise. Por muito tempo, diversas autoridades iemenitas afirmaram à AFP não fazer ideia do que existia no buraco.

Poço milenar

(Fonte: AFP/Arquivos)(Fonte: AFP/Arquivos)

Em declaração oficial, oficiais do governo do Iêmen chegaram a afirmar nunca terem procurado saber mais sobre o que existia no fundo do Poço do Inferno, mas que provavelmente ele existiria há “milhões e milhões” de anos. Mesmo com todo esse tempo, ninguém nunca teve a ousadia de chegar até o fundo.

Após entrar no buraco, os espeleólogos precisaram descer cerca de 50 a 60 metros até atingir o solo outra vez. De acordo com Salah Babhair, que participou da operação, a operação chegou a causar certo desconforto entre os exploradores, visto que a caverna tinha pouco oxigênio e quase nenhuma ventilação. 

Buracos como o poço de Barhout normalmente são formados quando os vazios de uma rocha abaixo da superfície se expandem tanto que o telhado da estrutura não resiste mais. Assim, um enorme vão é aberto na parte superior, criando uma forma de acesso para uma caverna misteriosa.

Falta de exploração

(Fonte: Wikimedia Commons)(Fonte: Wikimedia Commons)

Além da preocupação quanto a respiração, os maiores motivos para o Poço do Inferno ter permanecido inexplorado até hoje são dois: misticismo e conflitos armados. Durante séculos, a população do Iêmen transmitiu lendas de geração para geração dizendo que “djinns”, ou espíritos malignos, viviam sob esse buraco.

Por conta disso, a maioria dos moradores locais evitam passar perto da região ou até mesmo falar sobre o poço, com medo de que isso possa atrair grande azar para suas vidas. Além disso, a situação política do país não é nada boa, o que não facilita a criação de oportunidades para esse tipo de pesquisa.

Desde 2014, o Iêmen está preso em uma guerra civil entre o governo e os rebeldes hutis, causando dezenas de milhares de mortos e fazendo com que milhões de pessoas buscassem sair do país. O combate também fez com que o país ficasse à beira de uma crise de forme devastadora. Segundo as Nações Unidas, isso pode estar afetando 14 milhões de pessoas.

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