Ciência
25/10/2021 às 13:00•2 min de leitura
Entre tudo que poderia ser lembrado, o traficante internacional Pablo Escobar deixou um verdadeiro “legado” após a sua morte: um rebanho de hipopótamos levados por ele para a Colômbia que passaram a se reproduzir desenfreadamente pelo país.
Desde então, uma população crescente da espécie acabou tomando conta de um campo próximo a sua antiga fazenda, a Hacienda Nápoles. Para tentar controlar a situação, o governo colombiano decidiu esterilizar as criaturas na esperança de conter o aumento da população, que já é a maior população de hipopótamos fora da África.
(Fonte: Pixabay)
Antes de ser morto a tiros pela polícia em 1993, Escobar importou ilegalmente vários animais selvagens para a sua “coleção pessoal”. Entre eles, um hipopótamo macho e uma fêmea que foram batizados de “hipopótamos da cocaína”. O que ninguém contava, entretanto, era que esse casal fosse se reproduzir tão rapidamente.
Estima-se que atualmente a população dessas criaturas ultrapasse a casa dos 80 espécimes. Segundo os ambientalistas colombianos, os hipopótamos são uma espécie invasora e tem causado afastamento da fauna nativa da região. Por isso, existem campanhas nacionais para que esses animais sejam sacrificados ou esterilizados.
Em 1993, quando a propriedade de luxo de Escobar em Bogotá foi apreendida, a maior parte dos animais presentes no local foram levados até o zoológico da cidade, exceto pelos hipopótamos. Como a logística para transportá-los era complicada demais, o casal foi largado na natureza e largados para morrer. Entretanto, com a ausência de predadores naturais, viveram por mais tempo e se reproduziram em larga escala.
(Fonte: Pixabay)
Entre as opções possíveis para lidar com a situação, o governo colombiano optou pela tentativa de esterilizar toda a população de hipopótamos da região. A expectativa é que a interrupção da reprodução da espécie faça com que esses animais morram gradativamente sem força bruta e a fauna local seja restaurada.
Até o momento, cerca de 24 hipopótamos da população de mais de 80 foram esterilizados. Para isso, as autoridades utilizam uma injeção de produto químico causador da infertilidade. Em média, um hipopótamo costuma viver de 40 a 50 anos, o que deve servir como um parâmetro para quando as coisas devem começar a mudar na Colômbia.
(Fonte: Wikimedia Commons)
Durante algum tempo, Pablo Escobar chegou a ser considerado um dos homens mais ricos do mundo. Fundador do cartel de drogas de Medellín, na década de 1980, e responsável por inúmeros crimes, o traficante internacional adquiriu um poder inenarrável — um dos motivos pelos quais os hipopótamos foram levados a Bogotá.
Entretanto, cientistas afirmam que o “legado” de Escobar com os hipopótamos pode gerar problemas sérios para a região, como o deslocamento de espécies nativas ameaçadas de extinção, como o peixe-boi, ou até mesmo a alteração da composição química dos cursos de água do local. Isso prejudicaria atividades financeiras como a pesca.
Segundo os especialistas, os hipopótamos navegaram pelo rio Magdalena, uma das principais vias navegáveis do país, onde se multiplicaram e se distribuíram.