Estilo de vida
19/03/2022 às 10:00•3 min de leitura
Ao longo da história, muitos cientistas fizeram experiências usando animais. O objetivo era fazer novas descobertas, mas muitos destes procedimentos passavam bem longe de qualquer noção sobre ética. Neste texto, contamos 4 experimentos bizarros que já foram feitos pelo homem em outras espécies.
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(Fonte: Sovfoto/UIG/Getty Images)
Acredite se quiser, mas já houve quem tentou enxertar a cabeça de um cachorro no corpo de outro. O cientista americano Charles Guthrie queria, na verdade, ser a primeira pessoa a fazer um transplante de cabeça. Ele conseguiu fazer um experimento em 1908 com uma cabeça que até mostrou alguns reflexos, mas acabou morrendo em poucos minutos.
Em 1954, um cirurgião soviético chamado Vladimir Demikhov tentou replicar a tentativa de Guthrie: ele anexou a cabeça e a parte superior de um corpo de um cachorro em outro. Os cães sobreviveram por alguns dias, mas acabaram morrendo devido à rejeição do transplante.
(Fonte: Reprodução)
No início do século XIX, um cientista alemão chamado Karl August Weinhold tinha uma visão inusitada do cérebro humano. Ele via este órgão como uma espécie de bateria cujos "fios" que o faziam funcionar eram o sistema nervoso.
A partir desta premissa, ele começou a fazer experimentos com animais usando eletricidade. Assim, ele resolveu injetar um amálgama de zinco e prata na espinha de um gatinho morto. O resultado, segundo relato do próprio cientista, foi esse: "o animal entrou em tal tensão vital que levantou a cabeça, abriu os olhos, e finalmente caiu exausto".
As pesquisas de Weinhold refletiam as ideias de uma época em que a comunidade científica parecia obcecada em reviver os mortos. Curiosamente, um ano após este experimento, Mary Shelley lançou o seu romance Frankenstein (1818).
(Fonte: Bettmann/Fine Art America/Getty Images)
Karl August Weinhold não foi o único cientista obcecado pela ideia de ressuscitar mortos. Muito tempo depois, na década de 1930, um pesquisador chamado Robert Cornish, da Universidade da Califórnia, acreditava que seria possível reviver animais mortos que não tivessem sofrido grandes danos em seus órgãos.
Ele fez então uma experiência bem condenável: asfixiou quatro cachorros fox terriers, os quais batizou de Lázaro (uma referência ao personagem bíblico que Jesus teria ressuscitado) e os colocou em uma máquina que fazia circular o sangue dos cadáveres. Enquanto isso, Cornish injetava um coquetel de adrenalina e anticoagulantes.
O resultado? Pasme: o cientista conseguiu trazer à vida os cães Lázaro 3 e 4. Um deles ficou vivo por meses, ainda que cego e com danos cerebrais. Cornish foi fortemente criticado pelos seus pares e acabou demitido da UCLA. Ele foi forçado a fazer seus experimentos nos limites de sua própria residência, usando porcos no lugar de cães.
Ele ainda tentaria fazer a mesma experiência com humanos, e até achou como voluntário um homem condenado à morte. No entanto, as autoridades prisionais não deram permissão e Robert Cornish acabou desistindo.
(Fonte: Pixabay)
O experimento de Milgram é um dos testes sociais mais famosos da história da ciência. Realizado pelo psicólogo Stanley Milgram, ele consistia em fazer voluntários receber ordens de que deveriam dar choques em outra pessoa — o que, na verdade, era um ator que fingia estar recebendo a descarga elétrica. Com o passar do tempo, mandava-se que o voluntário fosse aumentando a carga do choque. A experiência visava constatar o quão capazes as pessoas eram de praticar atos violentos porque receberam um comando.
Acontece que alguns pesquisadores resolveram criar uma nova versão do teste. Eles cogitaram que alguns dos voluntários talvez estivessem desconfiando de que as pessoas que levavam choques eram atores. Por isso, substituíram esta pessoa por um filhote de cachorro.
Os choques eram controlados para não serem muito cruéis, mas eram fortes o suficiente para que o filhotinho reagisse. Após a realização do teste, os resultados foram chocantes. 26 pessoas participaram (13 homens e 13 mulheres). Todas as mulheres aumentaram o choque até o nível mais alto. Entre os homens, 50% deles se recusaram a aumentar a carga.