Artes/cultura
09/08/2022 às 08:00•2 min de leitura
Uma bizarra criatura marinha com tentáculos foi descoberta por cientistas durante uma expedição nas profundezas do oceano Pacífico. O estranho animal, similar a uma flor, possui forma de pólipo, ou seja, a base de seu corpo fica em contato com o substrato e sua cavidade bucal é voltada para cima.
Essa espécie de "caule", com cerca de 2 metros de altura, serve de sustentação para seus tentáculos, de quase 40 centímetros de comprimento, que se alimentam de partículas no fundo oceânico. A potencial nova espécie foi classificada como uma caneta-do-mar, parente do coral e pertencente ao filo Cnidaria, um dos grupos de animais aquáticos mais antigos que surgiu há mais de 500 milhões de anos.
O espécime foi encontrado no atol Johnston, ilha próxima ao Havaí, enquanto o E/V Nautilus — navio de pesquisa financiado pela Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos EUA (NOAA) — realizava operações remotas a quase 3 quilômetros abaixo da superfície. “Minha cabeça está explodindo agora”, disse um dos membros da equipe ao ser surpreendido pela presença do peculiar animal. Assista ao vídeo:
A caneta-do-mar, nome para Solumbellula monocephalus, pertence ao gênero dos cnidários coloniais — seres que subsistem agrupados e que podem viver por mais de uma década. Momentos depois de os cientistas terem identificado sua primeira aparição no Pacífico, eles encontraram outro indivíduo em sua proximidade, o que sugere a existência de uma população no atol. Contudo, o segundo registro não foi capturado pelas câmeras a bordo do navio.
Até então, o ser havia sido identificado apenas nos oceanos Atlântico e Índico, o que levou a equipe a questionar se o que eles estavam vendo era de fato uma ocorrência inédita do oceano em questão ou se poderia se tratar de uma nova espécie. Além disso, seu tamanho incomum indica que o animal é bastante antigo, embora não tenha sido possível determinar uma idade específica.
Para isso, a ideia é fazer análises mais profundas da bacia oceânica e da criatura. A descoberta ainda destaca o valor científico, econômico e cultural em torno da diversidade presente no planeta, bem como a necessidade de sua preservação.