Esportes
28/04/2023 às 06:30•2 min de leitura
Principalmente durante a pandemia, ferramentas como as videochamadas se tornaram algo bastante comum entre os seres humanos. Além de encurtar distâncias entre pessoas em recintos separados, esse é um tipo de tecnologia que facilitou muito a produtividade no mercado de trabalho sem a necessidade da presencialidade.
Porém, e se nós te disséssemos que nós não somos os únicos capazes de fazer chamadas de vídeo? Em um estudo recente, um grupo de pesquisadores ensinou papagaios e cacatuas de estimação a conversarem uns com os outros por meio de aparelhos digitais.
(Fonte: Northeastern Univesity/Divulgação)
O estudo conduzido por pesquisadores da Northeastern University, da Universidade de Glasgow e do MIT ensinou papagaios domesticados a iniciar chats de vídeo com outros papagaios de estimação. Segundo os cientistas, a grande parte das cobaias tiveram uma série de experiências positivas com a tecnologia, além de aprender novas habilidades.
"Meu papagaio ganhou vida durante as ligações", afirmou entusiasmado um dos donos dos animais de estimação que participaram do experimento, segundo o comunicado publicado pela Northeastern University. De acordo com o documento, a ideia de reunir animais no mundo digital não foi aleatória e teve inspiração na natureza.
Quando selvagens, os papagaios tendem a viver em grandes bandos — algo que não é muito comum para aqueles criados em cativeiro. Logo, esses pássaros sociais costumam se sentir sozinhos. Dessa forma, ensiná-los a conversar por videochamada seria uma solução para que eles não desenvolvessem problemas psicológicos e até mesmo recorrer a tendências de autoagressão, como arrancar as próprias penas.
(Fonte: Northeastern University/Divulgação)
Durante as duas primeiras semanas do estudo, cada dono de papagaio teve que ensinar o seu animal a tocar um sino e, em seguida, tocar na imagem de outro papagaio na tela de um tablet para iniciar uma chamada de vídeo. Nesta fase inicial, as aves participantes realizaram 212 videochamadas e tiveram o comportamento analisado pelos humanos.
As chamadas eram encerradas pelos proprietários logo que os papagaios paravam de prestar atenção na tela, com um limite de cinco minutos por conversa. Conforme relatado pelos pesquisadores, todos os papagaios aproveitavam o máximo de tempo permitido para permanecer dentro da conversa com seus novos "amigos virtuais".
O estudo também diz que eles pareciam entender que o outro pássaro presente na chamada estava vivo e não era uma cópia digitalizada. Por fim, alguns dos papagaios aprenderam novas habilidades com seus amigos, incluindo voar, forragear e fazer novos sons. "Alguns cantavam, alguns brincavam e ficavam de cabeça para baixo, outros queriam mostrar a outro pássaro seus brinquedos", relatou a pesquisadora Hannah Devlin.
Como conclusão, os cientistas afirmaram que o estudo trouxe uma valiosa lição sobre esses animais: se ensinados a usar as tecnologias de bate-papo por vídeo para se comunicar com outros pássaros, os papagaios de estimação são capazes de se desenvolver como se estivessem na natureza e desfrutarão todas as oportunidades de interação com outros colegas o máximo possível.