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30/06/2023 às 10:00•2 min de leitura
Um grupo de pesquisadores encontrou um exemplar de dragão-sem-orelha-vitoriano (Tympanocryptis pinguicolla) no estado de Victoria, na Austrália. O minúsculo lagarto não era visto por cientistas desde 1969, quando um espécime foi avistado nas pastagens a oeste de Melbourne. Desde então, acreditava-se que a espécie tinha sido extinta da natureza.
Segundo a declaração oficial do governo australiano, a população do réptil foi dizimada pela perda de habitat e por predadores como raposas e gatos selvagens. Como próximo passo, as autoridades pretendem investir em um programa de reprodução na tentativa de salvar essas criaturas. Conheça mais sobre essa história!
(Fonte: Wikimedia Commons)
O primeiro exemplar de dragão-sem-orelha visto em 50 anos foi avistado em fevereiro deste ano, quando dois ecologistas em início de carreira estavam tirando fotos de animais para enviar a um especialista em répteis no estado de Victoria. Rapidamente, o especialista identificou a espécie em questão como o animal criticamente ameaçado.
Desde então, os cientistas vêm registrando o tamanho populacional da espécie e realizando pesquisas no local da descoberta. A região específica não foi divulgada pelos pesquisadores visando proteger as criaturas do público. Atualmente, a Austrália está investindo cerca de US$ 188 mil em um projeto que usa cães de detecção treinados para farejar mais animais.
Nos últimos quatro meses, 16 dragões-sem-orelha foram coletados para participar de um programa de reprodução, o qual será executado pelo Zoos Victoria. A organização de conservação procura ativamente por exemplares da espécie desde 2017, mas não tinha apresentado resultados positivos. O Zoológico de Melbourne, que faz parte do Zoos Victoria, também deve participar da luta coletiva para salvar os animais.
(Fonte: Wikimedia Commons)
Os dragões-sem-orelha-vitorianos são pequenos lagartos de coloração castanha-clara com três listras brancas descendo pelos seus corpos. Esses animais atingem cerca de 15 centímetros de comprimento quando estão na fase adulta e não possuem aberturas externas para os ouvidos — o que lhes rendeu tal nome.
Eles vivem e depositam seus ovos em tocas de aranhas abandonadas. Como a expectativa de vida dessas criaturas é de apenas dois anos, sua população é extremamente suscetível a ameaças de predadores, eventos climáticos extremos e perda de habitat.
O único ecossistema atual ocupado por esses lagartos são aqueles de pastagens das planícies de basalto na Austrália, o qual também está criticamente ameaçado. Para se ter ideia, esse território apresentou redução de 97% desde a era pré-europeia no país devido à agricultura e do desenvolvimento habitacional. Os pesquisadores estimam que pelo menos seis populações autossustentáveis separadas serão necessárias para que esses répteis sobrevivam pelos próximos 50 anos.
Nesse sentido, as autoridades australianos estimam ter que gastar cerca de US$ 30 milhões para proteger seis parcelas de pastagens de 100 hectares para os dragões-sem-orelha terem onde morar. No total, todo o programa de conservação chegaria ao custo de US$ 56 milhões em 10 anos.