Estilo de vida
10/07/2023 às 10:00•2 min de leitura
Ainda não chegamos na metade do mês de julho, mas já tivemos novos recordes de temperaturas médias globais nos últimos dias. E se pararmos para reparar, notícias envolvendo eventos climáticos estão tornando mais recorrentes nas últimas semanas, a exemplo dos incêndios florestais no Canadá, e mesmo das ondas de calor sendo reportadas em várias localidades, como na China e no continente africano.
Paralelamente, ainda tem sido acompanhada a expressiva redução da cobertura de gelo na Antártida, que apresentou o valor mais baixo dentre os já registrados. Mas, afinal, por que eventos extremos e recordes de temperatura estão ocorrendo com tanta frequência ultimamente?
(Fonte: Getty Images/Reprodução)
Especialistas acreditam que há diferentes fatores convergindo para esse cenário de temperaturas mais altas e de eventos climáticos extremos. Ou, seja, não se trata apenas de uma mudança climática, mas também da ação do El Niño, cujo início foi oficializado pelas Nações Unidas no último dia 4.
Nos últimos meses, o aumento da temperatura nas águas próximas ao Equador e Peru, na América do Sul, no chamado El Niño costeiro, já representava um sinal de que o fenômeno deste ano geraria efeitos mais expressivos. A partir disso, análises passaram a identificar uma maior probabilidade de formação do super El Niño ainda neste ano.
(Fonte: Getty Images/Reprodução)
Geralmente, o El Niño ocorre em intervalos de três a sete anos, com intensidades variadas. No entanto, tem-se observado uma maior frequência da sua formação, além de uma maior intensificação dos seus efeitos. De forma geral, ele atua fazendo com que as águas do Pacífico fiquem mais aquecidas, transferindo, assim, parte desse calor para a atmosfera.
Em se tratando das mudanças climáticas, por outro lado, a queima de combustíveis e a atividade humana permanecem sendo fatores que contribuem para agravar essas anomalias climáticas. E uma vez que todos esses eventos atuam ao mesmo tempo, especialistas acreditam que cenários semelhantes aos observados nos últimos dias deverão continuar acontecendo.
Inclusive, a estimativa é que dentre os efeitos que poderão ser percebidos localmente, no Brasil, há possibilidade que haja maior incidência de chuvas na porção sul do país, enquanto a região da Amazônia deverá enfrentar secas mais severas, e mesmo um maior risco de incêndios.
(Fonte: Getty Images/Reprodução)
Por todos esses motivos, acompanhar alguns dos eventos mais recentes se mostra importante para entender a magnitude da crise climática global. Segundo dados levantados por pesquisadores da Universidade do Maine (EUA), houve três recordes de temperatura média global em apenas uma semana neste mês de julho.
Na última quinta-feira (06), a temperatura média global alcançou os 17,23 °C, sendo um valor maior que o apresentado nos dias anteriores, que tinham sido os mais altos da história. Na terça (04), a média tinha sido de 17,18 °C e na segunda (03), de 17,01 °C.
Vale destacar ainda que foi a primeira vez que as análises apontaram valores acima de 17 °C. Até então, a média mais alta já registrada seria a alcançada em 2016, de 16,92 °C. Para chegar a esses números, que não são considerados oficiais, além de modelos computacionais, os pesquisadores utilizaram satélites e balões para fazer a medição.