Incêndio no Havaí: tudo o que você precisa saber para entender

17/08/2023 às 06:303 min de leitura

Semana passada, a cidade de Lahaina, a principal de Maui, no Havaí, queimou até os alicerces devido a um catastrófico incêndio florestal. Apesar de uma investigação ainda em andamento, há fortes evidências, inclusive capturadas em vídeo, de que uma das fontes do incêndio teria sido a queda de árvores em uma linha de energia elétrica da empresa Hawaiin Eletric.

Isso é tudo o que você precisa saber sobre o incêndio do Havaí.

Já é o evento mais mortal do Havaí

(Fonte: GettyImages/Reprodução)(Fonte: GettyImages/Reprodução)

Segundo o Departamento de Polícia de Maui, os incêndios florestais já mataram pelo menos 106 pessoas, sendo que há grande chances de que esse número aumente. Isso porque menos de um terço das áreas queimadas foram revistadas até a manhã de terça-feira (16), e centenas de pessoas continuam desaparecidas.

Com isso, o evento já é considerado o desastre natural mais mortal da história do Havaí, mais do que o tsunami de 1960 que atingiu o estado, matando 61 pessoas. Pode levar semanas até que as autoridades saibam o número exato de mortos na tragédia, podendo superar as fatalidades do incêndio florestal de Minnesota, em 1918, que teve mil vítimas.

O fogo consumiu mais de 2 mil estruturas

(Fonte: GettyImages/Reprodução)(Fonte: GettyImages/Reprodução)

O fogo danificou ou destruiu mais de 2.200 estruturas em Lahaina, causando um prejuízo estimado em US$ 5,5 bilhões, segundo o Centro de Desastres do Pacífico e a Agência Federal de Gerenciamento de Emergências. A cidade de 13 mil habitantes era conhecida por seu turismo intenso, como um "paraíso de férias", e pelos edifícios históricos de grande valor cultural.

Uma árvore banyan, também conhecida como figueira-de-bengala, que se estendia por um quarteirão inteiro em Lahaina, foi totalmente carbonizada, mas se mantêm em pé. A árvore tem 150 anos e muitos nativos dizem que ela representa o espírito da cidade. Ainda é incerto se ela poderá ser salva.

“Pouco resta lá”, disse Josh Green, governador do Havaí, em um comunicado no último domingo (13), e isso nunca fez tanto sentido para o futuro da cidade.

O governo do Havaí foi negligente desde o início

(Fonte: GettyImages/Reprodução)(Fonte: GettyImages/Reprodução)

Apesar de ainda não se saber o que causou o incêndio, a maneira como as chamas se deflagaram e causaram estragos é culpa da resposta dada a desastres. Afinal, os incêndios de Maui não foram de grandes proporções, como aqueles que devastaram a Califórnia em 2018.

Existe um sistema de sirenes espalhados pela ilha projetado para alertar as pessoas sobre eventos ameaçadores, como furacões e tsunamis, mas que não dispararam na hora do incêndio. As autoridades até enviaram alertas por meio de mensagens de texto para os cidadãos, mas o serviço móvel foi interrompido na semana anterior ao desastre em grande parte da ilha devido aos fortes ventos do furacão Dora, que atingiu o sul das ilhas havaianas e derrubou as estruturas de comunicação móvel.

Além de essa falta de respaldo emergencial, os moradores também criticam a resposta dos órgãos locais e federais após a tragédia. Conforme uma matéria do The New York Times, eles lutam para encontrar comida, abrigo, água potável, gasolina e outros itens de necessidade. A maioria alega que encontraram apoio não do governo, mas de grupos comunitários e voluntários que estão fazendo o trabalho de encaminhar as vítimas diretas e indiretas dos incêndios.

(Fonte: GettyImages/Reprodução)(Fonte: GettyImages/Reprodução)

Mas a negligência das autoridades começou bem antes, quando os meteorologistas alertaram que os ventos fortes poderiam criar condições de incêndio em partes do Havaí, sobretudo pelo tempo extremamente quente e seco. No entanto, a Hawaiian Eletric, que fornece a energia a 95% dos moradores do estado, não desligou a força em regiões onde essas condições poderiam danificar linhas de energia e provocar um incêndio.

Jennifer Potter, ex-membro da Comissão de Serviços Públicos do Havaí, em entrevista ao Washington Post, disse que a empresa não foi tão proativa quanto deveria. Enfrentando uma ação coletiva por não fazer o que deveria para evitar o desastre, em sua defesa a empresa disse que é difícil desligar a energia com curto prazo e que tomou, sim, algumas medidas para tornar suas linhas de energia mais seguras antes dos ventos previstos.

Como o Havaí está agora?

(Fonte: GettyImages/Reprodução)(Fonte: GettyImages/Reprodução)

O pior passou, mas ainda há incêndios queimando em algumas partes de Maui. Até a última terça-feira (15), as chamas estavam 85% contidas. Um comunicado revelou que não há ameaças ativas no momento. Enquanto isso, a Hawaiian Eletric disse que restaurou a energia para todos os cidadãos, exceto 2 mil dos seus 12.400 clientes que perderam a eletricidade em West Maui.

Apesar disso, os riscos à saúde permanecem até que os últimos focos de incêndio sejam extintos, porque as chamas podem fazer vazar produtos químicos nocivos no ar e na água, como chumbo ou amianto de edifícios mais antigos.

Há também a possibilidade que o escoamento da terra queimada leve centenas de toxinas e lodo para o oceano, podendo danificar o recife de coral de Maui.

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