Vaquita: animal marinho raríssimo corre sério risco de extinção

17/08/2023 às 10:002 min de leitura

Com um baixíssimo número de sobreviventes identificados, a vaquita enfrenta uma ameaça real de desaparecer, conforme o alerta de extinção emitido no início de agosto pela Comissão Baleeira Internacional (IWC). O animal marinho raro vive em águas mexicanas, no norte do Golfo da Califórnia.

De acordo com o alerta, o primeiro do tipo emitido em 70 anos pela IWC, restam apenas cerca de 10 vaquitas-marinhas (Phocoena sinus), identificadas no levantamento mais recente. O número vem caindo bastante, passando de uma população estimada em 570 animais, em 1997, para a quantidade atual.

O motivo principal para o declínio desta espécie de toninha tem relação com o uso ilegal de redes de emalhar por pescadores. Segundo a entidade, as vaquitas não são o alvo, mas acabam ficando presas no material durante a pesca do peixe totoaba, altamente valorizado no mercado asiático.

(Fonte: IWC/Reprodução)(Fonte: IWC/Reprodução)

“Apesar de quase 30 anos de avisos repetidos, a vaquita paira à beira da extinção devido ao emaranhamento da rede de emalhar”, diz o comunicado, endossado por 200 cientistas. A divulgação do alerta objetiva levar a mensagem para um público amplo, como informou ao The Guardian a representante da IWC, Lindsay Porter.

Medidas para salvar a vaquita

Diversas iniciativas para tentar salvar o mamífero, também conhecido como boto-do-pacífico, foram lançadas pelo governo do México nos últimos anos. Uma delas aconteceu em parceria com a fundação do ator Leonardo DiCaprio, em 2017, quando a quantidade de indivíduos da espécie estava em 30.

Na ocasião, golfinhos treinados foram utilizados para localizar as vaquitas que restavam na região, na tentativa de reuni-las em um refúgio marinho protegido, onde seria iniciado um programa de reprodução em cativeiro. Porém, a ação foi abandonada após a morte de uma fêmea.

(Fonte: Wikimedia Commons)(Fonte: Wikimedia Commons)

Em outra ação, a Marinha mexicana utilizou quase 200 blocos de concreto para criar uma área de “tolerância zero” contra o uso das redes de emalhar, tentando proteger os animais dos pescadores. De certa forma, a medida deu resultado, mas ao mesmo tempo deslocou o problema para outra área do Golfo da Califórnia.

O aumento da fiscalização e a remoção das redes também se mostraram eficientes, aparentemente, uma vez que a quantidade de vaquitas-marinhas é basicamente a mesma desde 2018, mas ainda são necessários mais esforços para reverter o declínio da espécie, de acordo com a IWC.

Ainda há esperança

Conhecidas pelos anéis escuros ao redor dos olhos e pelas manchas nos lábios, entre outras características únicas, as vaquitas têm de 1,2 m a 1,5 m de comprimento. Esta medida as colocam como a menor espécie entre os cetáceos.

Em meio ao grupo que restou nas águas mexicanas, há pelo menos um novo filhote, sugerindo que os animais não pararam de se reproduzir. De acordo com Porter, isso é um sinal de que a vaquita-marinha pode ser salva da extinção, desde que os esforços continuem.

NOSSOS SITES

  • TecMundo
  • TecMundo
  • TecMundo
  • TecMundo
  • Logo Mega Curioso
  • Logo Baixaki
  • Logo Click Jogos
  • Logo TecMundo

Pesquisas anteriores: