Saúde/bem-estar
04/09/2023 às 10:00•2 min de leitura
A cidade canadense de Churchill, no estado de Manitoba, é conhecida como a “capital dos ursos polares (Ursus maritimus)”. Lá, cerca de 900 pessoas precisam conviver com esses animais sempre que o verão chega. São tantos ursos que não é exagero afirmar que nessa época do ano existem mais ursos do que gente nesse município.
Mas o volume de ursos neste ano tem sido tão alto que está surpreendendo até mesmo os moradores antigos dessa cidade, que já estão acostumados com a vinda dos animais.
Ocorre que, apesar de atraírem muitos turistas, os ursos são animais perigosos, que chegam à cidade em busca de comida. Sempre que um cidadão local vê um urso polar, ele telefona às autoridades. A equipe de controle para ursos polares é acionada e tenta capturar o bicho, que é levado para um cativeiro, sendo solto depois.
Neste ano, até agora, as autoridades receberam 76 chamados. No ano passado, foram apenas 18 e nenhum urso precisou ser capturado. É possível que em 2023 a cidade bata o recorde de captura de ursos registrado em 2003: 176 animais.
Fonte: Getty Images
Toda essa operação montada na cidade tem como objetivo evitar os ataques. Graças a esse trabalho, incidentes graves com os animais são raros, mas já ocorreram.
A primeira pessoa morta por um urso polar na cidade faleceu em 1968. A segunda em 1983. Em 2013, duas pessoas ficaram gravemente feridas depois de serem atacadas, mas conseguiram sobreviver.
O número de ataques pode ser considerado baixo porque a população segue à risca as recomendações das autoridades locais. Ainda que a cidade atraia turistas, expedições em busca de ursos são proibidas.
Durante o inverno, os animais ficam sobre imensas plataformas de gelo. Lá, eles caçam outros bichos, como as focas. Mas com a chegada do verão, esse gelo derrete e eles precisam entrar no continente para predar outros bichos e acasalarem. Com o passar dos anos, surgiram cidades nesses locais.
Com o aumento das temperaturas, as camadas de gelo devem se tornar tão finas que impossibilitarão que os ursos caminhem sobre elas e cacem as focas. Dessa forma, os animais devem morrer de fome e nunca mais visitarem a “capital dos ursos”. A previsão foi feita em uma pesquisa da Polar Bears International (PBI).
Ainda que os ursos comam outros animais, nenhum outro bicho satisfaz tanto as suas necessidades nutricionais como as focas. Então, mesmo que eles dizimem com toda a fauna local, o que seria terrível, eles estão destinados à extinção, caso o clima siga esquentando, segundo a PBI.