Você sabia que o pelo do urso-polar não é branco?

06/08/2021 às 04:002 min de leitura

Desde o final da década de 1970, cientistas de todo o mundo buscam investigar um pouco mais a curiosa pelagem dos ursos-polares e de que forma ela é importante para a evolução da espécie em ambientes frios. Agora, novas conclusões indicam que a cor do pelo desses animais não é branca, mas sim transparente, e que ela é importante para evitar a perda de calor através da absorção de radiação infravermelha.

Após uma divergência evolutiva de 500 mil anos, os ursos-polares (Thalarctos maritimus) desenvolveram poderosas adaptações para suportar temperaturas de até 50 °C no Ártico e intensas estações de frio. Entre elas, chama a atenção a capacidade desses animais de manter um calor corporal de 37 °C constantes, graças ao apoio de um "casaco de pele" que apresenta uma camada curta e densa nas laterais e outra externa de fios mais longos e grossos.

Essa pelagem do mamífero se disfarça de branco, mas na verdade é composta de fios ocos e transparentes. Então, as estruturas acumulam ar em seus interiores e refletem luz de todas as cores em um efeito conhecido como luminescência, fazendo os olhos humanos passarem a observar uma tonalidade branca — já que é a cor gerada após um objeto conseguir absorver todos os comprimentos de onda existentes em um certo local — e possibilitando as trocas de energia nas camadas externas em vez das internas. 

(Fonte: Ask Nature / Reprodução)(Fonte: Ask Nature / Reprodução)

Em adição aos pelos transparentes, os ursos-polares têm moléculas de queratina na pelagem, substância comumente encontrada em pele, unhas e cabelos humanos. Esse material seria o responsável não apenas por reforçar a aparência branca, mas também pelo desenvolvimento de desgastes amarelados com o tempo — algo nítido ao se comparar gerações de ursos-polares, pois filhotes tendem a apresentar tons mais brilhantes e "limpos".

A absorção de radiação

Além da camada de pelos primários, uma densa quantidade de gordura de quase 10 centímetros de largura faz que a temperatura exterior do urso-polar fique próxima a do ambiente em que o animal se encontra e praticamente se iguale ao nível de radiação da região. Assim, a capacidade de reter calor ajuda não somente na manutenção de calor interior, mas também na camuflagem a sensores, pois o mamífero se torna quase invisível a câmeras infravermelhas.

(Fonte: World of Warmth / Reprodução)(Fonte: World of Warmth / Reprodução)

Dessa forma, a adaptação dos fios transparentes configuram um eficaz mecanismo de sobrevivência dos ursos-polares, trabalhando no lugar do corpo no que diz respeito à perda de calor e à manutenção da espécie em regiões inóspitas.

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