Ciência
27/09/2023 às 02:00•3 min de leitura
É muito interessante analisar como pessoas de tempos passados achavam que seria o futuro. Seja em obras de ficção ou mesmo em análises científicas, um futuro com robôs, carros voadores e hologramas em toda parte parecia inescapável. Porém, agora que algumas destas tecnologias são possíveis, percebe-se elas podem ser mais estéticas do que realmente práticas.
Conheça 6 tecnologias futuristas que são mais aparência do que substância.
Chamadas de video ganharam um conotação negativa a medida que se popularizaram. (Fonte: GettyImages/Reprodução)
Qualquer filme de ficção que se preze tem personagens aparecendo na tela para dar informações importantes. Assim, era natural esperar que as chamadas de vídeo dominassem o mundo quando a tecnologia permitisse. O que se viu, porém, foi uma grande aversão a esta funcionalidade, que acabou ficando mais restrita ao mundo do trabalho, ligações familiares de longa distância ou para pessoas com dificuldade em mandar mensagens.
Um dos problemas parece ser a disponibilidade que as chamadas de vídeo exigem — é preciso parar para pensar no fundo, usar filtros e muitas outras coisas para “esconder” sua real localização. Nada melhor do que depender de mensagens de texto ou áudio (que podem ser ignorados).
Vtols podem até se tornar uma realidade, mas serão uma solução para poucos. (Fonte: GettyImages/Rerprodução)
Outra constante em qualquer obra que imagina o futuro são os carros voadores, mas agora que algumas versões começam a aparecer, percebe-se que eles não devem ser a solução da mobilidade urbana.
Na prática, os carros voadores, ou VTOL (da sigla em inglês para Vertical Take Off and Landing – decolagem e aterrissagem verticais, em tradução literal) são muito similares aos helicópteros e carregam várias das suas impraticabilidades. Para que os serviços fossem regulares, seriam precisos inúmeros pontos de decolagem e regulamentação muito mais criteriosa do espaço aéreo urbano. Além disso, os riscos se multiplicam, qualquer potencial acidente se torna fatal.
É provável que os robôs continuem sendo apenas máquinas de trabalho e que a IA se restrinja a programas de computador. (Fonte: GettyImages/Reprodução)
A inteligência artificial (AI) tem se desenvolvido em diversas formas, mas faz pouco sentido pensar em aplicá-la em um humanoide de metal. A maioria dos robôs na ficção serve como intérprete de coisas desconhecidas e receptáculos de conhecimento, mas atualmente já temos acesso a esses dados com a internet. Outra função para máquinas mais evoluídas seria fazer tarefas que os humanos não querem mais realizar, mas neste caso não parece ser uma boa ideia aplicar inteligência e vontade própria à elas.
Touchscreen de filmes de ficção não parecem uma boa solução para o dia a dia. (Fonte: GettyImages/Reprodução)
Computadores tão finos que são quase transparentes e telas pop-up aplicadas a tudo pareciam ser a imagem do futuro. Porém, agora que o touchscreen é uma realidade, alguns acontecimentos curiosos ocorreram: o acessório mais vendido para iPads, por exemplo, é o teclado.
Computadores e outros itens não se libertaram da necessidade de teclados e mouses, como os smartphones fizeram, o que demonstra que para algumas funcionalidades o touchscreen pode não ser tão prático quanto se fazia crer.
Seria a realidade virtual uma solução para problemas inexistentes? (Fonte: GettyImages/Reprodução)
Quem diria que atrapalhar os sentidos humanos poderia ser uma má ideia? Smartglasses e equipamentos de realidade virtual têm mostrado pouquíssima aceitação, mesmo com grande incentivo das gigantes do setor da tecnologia.
Fora do ambiente dos games, parece haver muito pouco sentido prático no uso destas ferramentas. Além disso, há muita reclamação sobre os efeitos para a saúde, com riscos de queda e tontura, por exemplo.
Soluções para mobilidade das cidades são bem mais primitivas do que se espera. (Fonte: GettyImages/Reprodução)
A cada ano, grandes montadoras de carros tecnológicos adiam o lançamento de modelos autônomos que já deveriam estar em circulação. Parece que há um limite para o que a tecnologia consegue fazer em relação aos reflexos dos humanos.
Por hora, carros autônomos já existem, porém só podem circular em áreas bem delimitadas e fiscalizadas, o que leva ao questionamento sobre a sua real funcionalidade. Afinal, sé é preciso que uma rua seja completamente fechada para pedestres para que carros autônomos possam levar alguns passageiros, não seria mais prático que esses fossem colocados em trens ou metros?
Não é a toa que os maiores estudiosos de mobilidade urbana e as cidades mais avançadas no quesito apostam em soluções bem mais "primitivas", como melhorar a infraestrutura para o ciclismo e a "caminhabilidade", e apostar no transporte público. Afinal, pensar em metrô, VLT ou trólebus autônomo é muito mais prático do que produzir milhares de carros que precisariam de uma tecnologia mais avançada para entender e reagir a todos os estímulos de uma grande cidade.