Caldeira vulcânica na Itália preocupa especialistas e pode expodir num futuro próximo

31/10/2023 às 04:192 min de leitura

Campi Flegrei (ou "Campos Flégreos", em português) é uma vasta área localizada no golfo de Pozzuoli, na Itália, conhecida desde a antiguidade pela intensa atividade vulcânica. Perto da região está um dos vulcões mais famosos do mundo, o Vesúvio, porém o poder de destruição dos Campi Flegrei pode ser muito maior. E o que causa assombro é que as atividades sísmicas na região, onde vivem milhões de pessoas, estão causando preocupação em cientistas que monitoram a área.

A região é um exemplo notável de uma caldeira — uma formação vulcânica singular, caracterizada por sua aparência de bacia ou depressão. Ao contrário dos vulcões tradicionais, que têm uma montanha bem definida, as caldeiras parecem um buraco no solo. Do ponto de vista geológico, o Campi Flegrei é uma grande caldeira em estado de repouso. Ela tem um diâmetro de entre 15 km e 18 km, abrigando 24 crateras e fendas. Na área da caldeira habitam mais de 360 mil pessoas e, se somadas as cidades próximas, incluindo Nápoles, são mais de 2,3 milhões de habitantes.

Campi Flegrei visto a partir de Nápoles. (Fonte: WikimediaCommons/Reprodução)Campi Flegrei visto a partir de Nápoles. (Fonte: WikimediaCommons/Reprodução)

A última erupção registrada do Campi Flegrei ocorreu em 1538. Foi uma erupção significativa que durou cerca de uma semana e afetou a formação geológica da área. Desde então, não houve novas erupções, mas a atividade vulcânica e sísmica na região tem sido objeto de estudo e monitoramento constante devido aos movimentos do solo, pequenos terremotos e a preocupação com possíveis futuras erupções. Em setembro deste ano, um terremoto de magnitude 4,2 foi registrado na região — foi o maior em 40 anos.

A incerteza sobre o comportamento futuro do vulcão é uma das razões pelas quais Campi Flegrei é uma área monitorada ininterruptamente pelo Instituto Nacional de Geofísica e Vulcanologia (INGV) da Itália. Além disso, o governo italiano desenvolve um plano para uma eventual necessidade de precisar evacuar dezenas de milhares de pessoas.

O que causa a atividade sísmica na região do Campi Flegrei?

Os terremotos e a atividade sísmica na região do Campi Flegrei estão relacionados a processos geológicos complexos. A área está localizada em uma zona de interação de placas tectônicas, onde a placa africana se move para o norte e entra em contato com a placa europeia. Esse encontro causa tensões nas rochas e desencadeia terremotos.

Com os vulcões e crateras, o aumento da atividade sísmica na região pode ser atribuído ao movimento do magma e de outros gases e fluidos subterrâneos dentro da caldeira. À medida que eles se deslocam e interagem com as rochas circundantes, podem criar pressão e tensão nas falhas geológicas, desencadeando terremotos e causando novas acomodações do solo. Essa interação é complexa e pode variar ao longo do tempo.

Campi Flegrei representado por Michael Wutki em 1780. (Fonte: WikimediaCommons/Reprodução)Campi Flegrei representado por Michael Wutki em 1780. (Fonte: WikimediaCommons/Reprodução)

Quais são os riscos?

Embora a atividade sísmica no Campi Flegrei seja motivo de preocupação, não existe previsão de erupção vulcânica ou de um terremoto significativo num futuro próximo. 

O cientista Christopher Kilburn, da University College London, em declaração para a National Geographic, afirmou que existem três opções que podem ocorrer, caso as atividades continuem no ritmo das últimas décadas. A mais provável é que os gases vulcânicos sejam liberados por uma longa extensão e encontrem saída em diferentes pontos ao longo de uma grande área, causando poucos danos significativos. Isso não resultaria em uma grande erupção de lava ou cinzas, mas ainda poderia representar risco para a qualidade do ar.

Outra possibilidade seria de os gases vulcânicos serem liberados de forma concentrada em uma área específica, o que poderia resultar em explosões locais, causando danos em uma área limitada nas proximidades da caldeira. 

E a menos provável — e mais temida —, seria de que uma intrusão de magma alcançasse a superfície, resultando em uma erupção de lava e cinzas. Esta alternativa seria extremamente destrutiva e, pior, ofereceria pouco aviso antecipado.

Segundo o IGNV, não há nenhum risco de explosão no momento, porém a evolução natural de qualquer vulcão é, eventualmente, entrar em erupção.

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