Estilo de vida
08/11/2023 às 13:26•2 min de leitura
Um novo estudo, publicado na revista Scientific Reports, relatou a descoberta do que pode ser o menor réptil do planeta nas florestas tropicais do norte do Madagascar. Segundo os pesquisadores, o novo lagarto minúsculo é uma espécie de camaleão chamada Brookesia nana, e é tão pequena que todo o seu corpo cabe na ponta de um dedo humano.
Um macho dessa espécie mede, em média, apenas 12,7 milímetros de comprimento do nariz até a base da cauda. As fêmeas, por sua vez, podem chegar até 19 milímetros de comprimento. De acordo com a National Geographic, o antigo detentor do título de menor camaleão do mundo é um membro do próprio gênero dos B. nana, o Brookesia micra.
(Fonte: Frank Glaw/Divulgação)
Em entrevista à Nat Geo, o coautor do estudo e biólogo evolucionista da Universidade de Potsdam, Mark Scherz, destacou que a diferença de milímetros entre as espécies de camaleão é algo mais impressionante do que soa. "Quando os milímetros representam 2% ou 3% do tamanho do seu corpo, isso significa uma grande mudança. A maior parte da ciência acontece nessas etapas pequenas e incrementais", disse.
De acordo com o artigo, além do minúsculo comprimento total dos machos, esses camaleões se distinguem por possuírem órgãos genitais excepcionalmente grandes para o seu tamanho — algo como 20% do seu comprimento corporal. Os pesquisadores levantaram a hipótese de que os machos da espécie ostentam órgãos sexuais superdimensionados para copular de forma mais eficaz com as fêmeas B. nana, as quais são significantemente maiores.
Até agora, apenas dois membros da nova espécie foram registrados pelos cientistas. Por esse motivo, é possível que o verdadeiro comprimento médio da espécie seja maior ou menor do que as medições relatadas no estudo. Outros membros do gênero Brookesia também são minúsculos e, apesar de serem camaleões, não têm muita capacidade de mudar de cor.
(Fonte: GettyImages)
Por residirem nas florestas tropicais de Madagascar, as quais estão sendo massivamente derrubadas para dar lugar à agricultura e pecuária, os lagartos B. nana estão quase certamente ameaçados de extinção. Logicamente, isso é apenas uma estimativa devido a falta de conhecimento sobre o seu verdadeiro estado de conservação.
Para a sorte dessas minúsculas criaturas, o habitat desses camaleões fica numa área conhecida como "maciço de Sorata", que foi recentemente consagrado como uma nova área protegida pelo governo. Contudo, tendo em mente que muitos dos habitantes de Madagascar sofrem com a falta de recursos econômicos senão cortar as florestas para cultivo agrícola, os riscos sofridos por essa espécie ainda são altos.
"Até que o futuro econômico de Madagascar mude, não há esperança para a sua vida selvagem porque as pessoas têm de comer", disse Scherz. Logo, a proteção dessas pequeninas criaturas precisará de um esforço muito maior por parte das autoridades locais e também por parte da comunidade. Ao contrário, os menores répteis do mundo virarão apenas uma parte da história do passado da Terra.