Ciência
26/11/2023 às 04:00•2 min de leitura
Os beija-flores, uma das aves mais ágeis e rápidas do mundo, enfrentam o desafio constante de se locomover em ambientes apertados em busca de néctar. Surpreendentemente, essas aves perderam a capacidade de dobrar as asas perto do corpo, o que levou os ornitólogos a questionarem como elas conseguem navegar com eficiência em espaços tão reduzidos.
Recentemente, um estudo publicado no Journal of Experimental Biology revelou as estratégias criativas que essas aves utilizam para voar em locais estreitos.
(Fonte: Getty Images)
O estudo concentrou-se nos beija-flor-de-cabeça-magenta, ou beija-flor-de-anna (Calypte anna), uma espécie encontrada ao longo da costa oeste dos Estados Unidos. A equipe da Universidade da Califórnia, em Berkeley, projetou uma arena de voo de dois lados para realizar o experimento.
Utilizando recompensas alternadas, os pesquisadores treinaram as pequenas aves para voarem por meio de uma lacuna específica na arena. Esse ambiente controlado permitiu a observação detalhada dos movimentos e estratégias dos beija-flores ao enfrentarem aberturas de tamanhos variados.
Figuras A e B mostram o voo lateral. Figuras C e D mostram o voo "bala". (Fonte: Marc Badger/University of California/Reprodução)
O experimento revelou que os beija-flores empregam duas estratégias distintas para ultrapassar as aberturas na arena. Na primeira, denominada "lateral", as aves aproximam-se lateralmente da abertura circular, pairam para avaliar o tamanho e, em seguida, atravessam-na, estendendo uma asa para frente e varrendo a segunda para trás.
Na segunda estratégia, ou "bala", eles movem as asas para trás, disparando rapidamente através da abertura antes de recolher as asas para frente. Essas estratégias foram cuidadosamente analisadas por meio de câmeras de alta velocidade e rastreamento computacional.
(Fonte: Getty Images)
O estudo também destacou a notável capacidade de adaptação dessas pequenas aves. Inicialmente, observou-se que aqueles que utilizavam a estratégia lateral voavam com mais cautela, mas à medida que se familiarizavam com as aberturas, tornavam-se mais confiantes e optavam por atravessá-las como uma "bala".
Essa adaptação sugere uma capacidade de aprendizado impressionante por parte dos beija-flores. Mesmo diante das menores aberturas, as aves ajustavam suas táticas para enfrentar o desafio, demonstrando uma notável flexibilidade em suas habilidades de voo.
Este estudo não apenas fornece percepções fascinantes sobre o comportamento dessas aves, mas também destaca sua notável capacidade de adaptação. A natureza criativa das estratégias dos beija-flores nos leva a apreciar ainda mais a complexidade e engenhosidade dessas aves encantadoras. À medida que a pesquisa continua, novas descobertas sobre o mundo fascinante dessas pequenas e belíssimas aves ainda podem surgir.