Por que os animais diminuíram de tamanho com o processo evolutivo?

30/01/2024 às 06:302 min de leitura

No processo de evolução animal, uma ideia clássica de que quanto maior uma criatura é, maiores serão suas vantagens de sobrevivência, é vista como bastante controversa. Animais maiores podem até ser predadores poderosos, mas alguns dados contrariam a chamada "Regra de Cope", feita em homenagem ao paleontólogo Edward Drinker Cope no século XIX.

Ao longo dos milênios, algumas espécies e populações inteiras de animais diminuíram de tamanho, de acordo com o registro fóssil. Estas observações vão contra as expectativas prevalecentes sobre o tamanho dos animais e têm permanecido em grande parte inexplicadas durante décadas. Porém, uma nova hipótese evolutiva, testada através da modelagem computacional, pode ajudar a desvendar esse mistério.

Diminuição das espécies

(Fonte: GettyImages)(Fonte: GettyImages)

Segundo o estudo publicado na revista Communications Biology, níveis intensos de competição entre espécies e um alto risco de extinção levam os animais a serem menores. Os investigadores construíram um modelo computacional complexo de evolução da comunidade com 20 parâmetros matemáticos diferentes, incluindo coisas como taxa de predação e mortalidade básica.

Os cientistas rastrearam um grupo modelado de organismos em interação ao longo de uma progressão temporal em vários cenários, explorando como o tamanho do corpo, a abundância de espécies e o nicho ecológico mudavam sob diferentes circunstâncias. Através desse modelo, eles então exploraram várias dinâmicas de recursos e riscos, descobrindo que os resultados de tamanho mudavam dependendo do cenário.

Em alguns cenários, a Regra de Cope — a qual afirma que novas linhagens de animal tendem a aumentar de tamanho — parece de fato ser verdadeira, sobretudo quando a competição por recursos é baixa e o risco de extinção das espécies é mínimo. No entanto, em cenários mais acirrados, as populações de animais podem manter o seu tamanho ou até mesmo diminuir, descreveram os pesquisadores da University of Reading do Reino Unido. 

Quebra de expectativas

(Fonte: GettyImages)(Fonte: GettyImages)

Em comunicado oficial, o autor do estudo e professor da University of Reading, Shovonlal Roy, afirmou que os cientistas não esperavam pelos resultados apresentados. Ele e seus colegas não pretendiam refutar a Regra de Cope, mas sim ver se ela se sustentaria na modelagem.

Os resultados do estudo sugerem que a realidade é mais complicada do que uma única noção de tamanho corporal. Além disso, as conclusões do modelo oferecem uma explicação evolutiva para as exceções à regra. De acordo com Roy, não se trata de acidentes ou aberrações, mas de resultados oriundos de uma matemática interpretável.

Para cenários em que as espécies diminuem com o tempo, os investigadores propõem uma espécie de "Regra de Cope Inversa": seguindo essas orientações, a alta competição obriga os animais a diversificar os seus nichos ecológicos, procurando novos alimentos ou habitats. Acessas recursos inexplorados é mais fácil quando se é menor, uma vez que essas criaturas ocupam menos espaço e precisam de menor energia. 

Porém, até o momento, a única coisa que está provada com 100% de eficácia é que ainda temos muito a aprender sobre o passado do nosso planeta.

Fonte

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