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31/08/2024 às 14:00•2 min de leituraAtualizado em 31/08/2024 às 14:00
Uma expedição submarina recente destinada a mapear regiões desconhecidas do fundo do mar voltou com um resultado espetacular: além de descobrir 20 espécies ainda não catalogadas pela ciência, o pessoal do Schmidt Ocean Institute (SOI), dos EUA, também encontrou um monte submarino até agora desconhecido, com 3109 metros de altura.
Além do SOI, com seu veículo subaquático não tripulado (ROV) SuBastian, participaram da expedição de 28 dias: equipes da iniciativa global Ocean Census e do Centro de Mapeamento Costeiro e Oceanográfico (CCOM) do Joint Hydrographic Center da Universidade de New Hampshire, nos EUA.
Os pesquisadores passaram por dez montes submarinos em águas internacionais da Cordilheira de Nazca, uma importante formação geológica submarina, que está sob avaliação para receber o status oficial de Área Marinha Protegida (AMP).
Junto com o “monstro de espaguete voador”, que é o nome humorístico da Bathyphysa conífera, eles relataram uma espécie de macarrão comprida, chamado de long stringy thingy (algo como “coisinha longa e fibrosa”), que é, na verdade, uma enorme colônia de pequenos animais chamados zooides agindo como uma entidade única.
Outros achados incluem a chamada “salpa vagina”, que é um tunicado, organismo com uma estrutura gelatinosa em forma de saco ou tubo, que é parecido com uma água-viva, mas não queima, além do primeiro registro de um polvo Gasparzinho no Pacífico Sul. Outra raridade foi o primeiro registro já feito de uma lula Promachoteuthis viva.
A descoberta mais impressionante, no entanto, foi um antigo jardim de corais do tamanho de três quadras de tênis. A recém-descoberta montanha subaquática abriga um vibrante ecossistema de águas profundas.
Para o diretor de ciências do Ocean Census, David Rogers, "o trabalho que nossos taxonomistas conduziram a bordo do Falkor [...] aumentará significativamente nossa compreensão da distribuição de formas de vida notáveis nessas montanhas subaquáticas, incluindo várias que nunca antes foram mapeadas ou vistas por olhos humanos", afirmou em e-mail à IFLScience.
Concluindo a terceira expedição à região, o co-cientista-chefe do Schmidt Ocean Institute, Tomer Ketter, contabiliza pesquisas profundas em aproximadamente 25 montes localizados nas cordilheiras de Nazca e Salas y Gómez.
A expectativa do Schmidt Ocean Institute, organização sem fins lucrativos fundada pelo empresário e ex-CEO do Google Eric Schmidt, é que o conjunto de dados capturadas nessas expedições possa ajudar a orientar futuras políticas de proteção ambiental, "conservando esses ambientes intocados para as gerações futuras", conclui.