Estilo de vida
07/10/2024 às 03:00•2 min de leituraAtualizado em 07/10/2024 às 03:00
Lepra: o nome já traz à mente uma série de imagens assustadoras, certo? Ao longo dos séculos, essa doença foi envolta em mitos, preconceitos e muito medo.
Desde os tempos medievais, quando os doentes eram banidos para viver longe da sociedade, até os avanços científicos do século 19, que finalmente revelaram a verdadeira natureza da doença, ela continua a ser mal compreendida. Mas, afinal, será que ela realmente faz os dedos das mãos e pés “caírem”?
A hanseníase, como atualmente é conhecida a lepra, é causada por uma bactéria chamada Mycobacterium leprae. Ela foi descoberta por um médico norueguês chamado Gerhard Armauer Hansen em 1873, e, curiosamente, foi a primeira bactéria a ser diretamente ligada a uma doença humana!
A bactéria ataca principalmente a pele, os nervos periféricos, o trato respiratório superior e os olhos. Os primeiros sinais podem incluir manchas esbranquiçadas ou avermelhadas na pele, perda de sensibilidade ao toque (aquele famoso teste do "sentiu isso?") e fraqueza muscular. Mas, talvez o maior mito sobre essa doença seja a ideia de que os dedos caem.
A verdade é que não é bem assim. A bactéria danifica os nervos, o que leva à perda de sensibilidade nas extremidades. Isso faz com que as pessoas com hanseníase fiquem mais suscetíveis a ferimentos, que, se não tratados, podem causar infecções graves.
Com o tempo, essas infecções podem danificar o tecido e fazer com que a cartilagem seja reabsorvida, o que pode levar à perda de partes dos dedos ou pés. Mas “caírem” do nada? Isso, felizmente, é um mito.
Na Idade Média, a hanseníase era tratada quase como uma sentença de morte. As pessoas acreditavam que ela era extremamente contagiosa, então os doentes eram afastados para colônias isoladas, os chamados leprosários.
Para piorar, a igreja os declarava “mortos para o mundo”, e eles eram obrigados a usar sinos ou chocalhos para avisar de sua presença. Já pensou que pesadelo?
Hoje, sabemos que a hanseníase não é tão contagiosa quanto se pensava. Na verdade, ela se transmite principalmente por gotículas respiratórias — como tosses e espirros —, mas a maioria das pessoas tem um sistema imunológico forte o suficiente para evitar a infecção. Além disso, a hanseníase é 100% tratável e curável!
Desde o início do século 20, antibióticos como a rifampicina estão aí para salvar o dia. Após algumas semanas de tratamento, a pessoa já não transmite mais a doença e, com acompanhamento adequado, a hanseníase pode ser completamente curada. Ou seja, o terror ficou mesmo no passado!