A ideia popular de que as pessoas ficam com fome depois de fumar maconha pode ter um fundo científico.

Quem já fumou <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/122557-maconha-como-ela-ja-foi-aceita-e-muito-disputada-pelo-mundo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">maconha</a> alguma vez na vida provavelmente teve a experiência de sentir uma grande fome depois. É a famosa "larica", que leva muita gente a devorar porções de junk food ou qualquer outra guloseima.Bom, se você já passou por isso, pode ter se questionado se a sensação era ilusória ou real. Pois saiba que a <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/125041-vermes-nematoides-tambem-ficam-com-larica-diz-estudo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">larica</a> realmente existe e ocorre por uma razão: a presença do tetraidrocanabinol, também conhecido como THC, no cigarro de maconha é o principal componente psicoativo da maconha.<h2>A ciência por trás da larica</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/04/22/22181537251351.jpg" alt="Aquela fome depois de fumar um baseado pode ter fundo científico. (Fonte: GettyImages/ Reprodução)"><figcaption>Aquela fome depois de fumar um baseado pode ter fundo científico. (Fonte: Getty Images / Reprodução)</figcaption></figure></figure><div data-google-query-id="CPiIwd-u1oUDFVNZuAQdEo4DZA">A hipótese de que havia algo no consumo de maconha que causa fome foi confirmada a partir de um estudo de 2015, que foi realizado por pesquisadores da Escola de Medicina de Yale. Eles executaram um experimento com camundongos, e descobriram que o THC acionava uma parte de seu circuito cerebral, fazendo com que sentissem fome ao invés de saciedade.</div>Pesquisadores da Escola de Medicina de Yale fizeram um estudo em 2015 que relacionou o THC com o aumento da fome. Eles conduziram um experimento com ratos e notaram que a substância funcionava como um estimulante ao circuito cerebral dos roedores, fazendo-os sentir fome ao invés de saciedade.“Ao observar como o centro do apetite do cérebro responde à maconha, fomos capazes de ver o que impulsiona a fome provocada pela canábis e como esse mesmo mecanismo que normalmente desliga a alimentação se torna um impulsionador da alimentação”, disse o professor de neurociências Tamas Horvath, um dos autores do estudo.Segundo explicou, seria como pressionar os freio de um carro para depois acelerar. "Ficamos surpresos ao descobrir que os neurônios que pensávamos serem responsáveis por desligar a alimentação estavam de repente sendo ativados e promovendo a <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/128543-por-que-sentimos-menos-fome-no-calor.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">fome</a>, mesmo quando você está cheio. Isso engana o sistema de alimentação central do cérebro", acrescentou.<h2>Os outros efeitos do THC</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/04/22/22181649790353.jpg" alt="(Fonte: GettyImages/ Reprodução)"><figcaption>O tetraidrocanabinol é responsável pela sensação da larica. (Fonte: GettyImages/ Reprodução)</figcaption></figure></figure>O tetraidrocanabinol é a principal substância psicoativa encontrada nas plantas do gênero Cannabis. Embora a maconha possua outros alucinógenos, o THC é o mais potente. Ele tem a capacidade de modificar a atividade cerebral e, dependendo da pessoa, pode mudar sua percepção de tempo e espaço, e até mesmo provocar delírios e alucinações.Imaginando que os efeitos observados em camundongos se repitam em seres humanos, é possível imaginar sua associação com a sensação de fome. Além disso, o THC também se liga aos receptores <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/128654-corredores-aproveitam-mais-seus-treinos-apos-uso-de-canabis-diz-estudo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">canabinoides</a> do tipo 1, conhecidos como CB1s, presentes no bulbo olfativo do cérebro, região especializada no processamento de sinais moleculares que levam ao sentido do cheiro. Por consequência desse processo, os aromas dos alimentos ficam mais intensos, o que aumenta a percepção do sabor.&nbsp;Descobrir a relação do THC com a fome pode ser útil para algumas pessoas, como aquelas que têm problemas para comer devido a doenças ou outras razões médicas. Para pacientes com <a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/123573-por-que-tantas-pessoas-estao-tendo-cancer-antes-dos-50-anos.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">câncer</a>, por exemplo, pode ser um aliado importante para o aumento do apetite.Ah, por fim, uma curiosidade: uma das possíveis origens para a gíria "larica" remeteria a uma mulher portuguesa, chamada Maria Candelária Larica, que viveu no Rio de Janeiro durante o século XVIII. Ela teria uma loja de doces portugueses – mas, aparentemente, também vendia maconha, que não era proibida. Assim, a canábis seria usada para estimular a fome dos clientes e os incitava a comprar mais guloseimas. Se isso for verdade, certamente foi uma ótima comerciante!

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A ciência da larica: fumar maconha dá fome mesmo?

Por mais perfeito que você tente ser para seu amigo canino, determinadas ações que você pratica podem estar o incomodando.

Apesar de serem conhecidos como os "melhores amigos do homem", os cachorros não estarão necessariamente sempre de bom humor — e há uma grande chance de o culpado ser você. Há razões conhecidas para que seu animalzinho prefira estar afastado quando você chega em casa após o <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/os-5-paises-com-o-melhor-equilibrio-entre-lazer-e-trabalho" rel="noopener noreferrer" target="_blank">trabalho</a> e ele não demonstra tanta alegria.A medida de amor e carinho que oferecermos aos nossos cães precisam ser dosadas, de modo que não os irritemos, diminuindo a confiança canina e, consequentemente, esfriando a relação.<h2>1. Você o deixa sozinho por muito tempo</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/04/22/22193316456373.jpg" alt="(Fonte: Unsplash)"><figcaption>Seu cão se irrita quando você fica muito tempo longe de casa. (Fonte: Unsplash / Reprodução)</figcaption></figure></figure>Quem não faz <a href="https://www.tecmundo.com.br/mercado/282000-home-office-157-vagas-trabalho-remoto-15-04.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">home-office</a> pode passar um largo período do dia longe de casa, ainda maior se o deslocamento até o local de trabalho é longo. Como qualquer outro animal social, esse tempo sozinho não apenas é chato, mas irritante para os cachorros. Não à toa, comportamentos destrutivos costumam ocorrer em situações de distanciamento prolongado.Almofadas mastigadas ou um <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/128514-por-que-o-xixi-e-amarelo-cientistas-finalmente-tem-a-resposta.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">xixi</a> no tapete são sinais de que eles estão infelizes. Uma medida prática para contornar a situação é contratar profissionais especializados em passear com cachorros. Oferecer brinquedos para o animal também pode ajudar a mantê-lo entretido até que você retorne.<h2>2. Não mantém rotina</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/04/22/22193414567374.jpg" alt="(Fonte: Unsplash)"><figcaption>A rotina é fundamental para o humor do seu cão. (Fonte: Unsplash / Reprodução)</figcaption></figure></figure>Rotinas previsíveis são fundamentais para os cachorros. Quando o dono mantém um comportamento irregular – seja com o horário de comer, brincar, dormir ou passear –, o cão pode ficar confuso, sem compreender o que está acontecendo. O resultado pode ser mau comportamento por parte dele, como estragar algo que seja seu.A melhor maneira de evitar situações como essa é criar um cronograma para seu cachorro que leve em consideração sua própria rotina diária. Com previsibilidade, seu amigo vai ficar muito melhor.<h2>3. Você o abraça</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/04/22/22192859551371.jpg" alt="(Fonte: Unsplash)"><figcaption>Nem sempre os cães curtem abraços fortes. (Fonte: Unsplash / Reprodução)</figcaption></figure></figure>Cães são tão peludos e fofinhos que dá muita vontade de abraçá-los, correto? Bem, o problema é que eles não são muito adeptos deste tipo de demonstração de afeto. Não são todas as raças caninas que se incomodam com um breve abraço, mas para algumas esse comportamento humano é quase uma <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/127478-emparedamento-a-tortura-cruel-que-matava-pessoas-lentamente.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">tortura</a>.Especialistas sugerem que a melhor forma de tratar essa situação é acompanhar a linguagem corporal do seu cão. Se ele fizer festa quando você chega, um ligeiro abraço é aceitável. Agora, não busque iniciar um abraço sem que ele esteja se mostrando receptivo aos seus carinhos. Pode parecer a ele que você o está perseguindo, gerando irritação e agitação.<h2>4. Usa perfume muito forte</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/04/22/22193845756376.jpg" alt="(Fonte: Unsplash)"><figcaption>Evita usar perfumes fortes perto do seu cachorro. (Fonte: Unsplash / Reprodução)</figcaption></figure></figure>O <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/119466-qual-a-importancia-do-olfato-para-nosso-corpo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">olfato</a> canino é muito sensível em virtude dos milhões de receptores de cheiro que eles possuem. Essa sensibilidade pode fazer com que fiquem incomodados por fragrâncias muito fortes, como perfumes e produtos de higiene pessoal.Não é incomum que isso desencadeie uma reação alérgica no animal. Há outro detalhe importante: quando você utiliza muito perfume (ou cremes corporais, por exemplo), cria-se uma dificuldade a mais para que o cachorro identifique seu cheiro natural, gerando um obstáculo ao seu reconhecimento.A melhor dica para evitar isso é cuidar com a quantidade de perfume utilizada, além de dar preferência pelo não uso em momentos que vá ficar em casa e pretenda passar um tempo com ele.<h2>5. Você fala muito e alto</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/04/22/22193547771375.jpg" alt="(Fonte: Unsplash)"><figcaption>Evita falar muito alto perto do seu amigo canino. (Fonte: Unsplash / Reprodução)</figcaption></figure></figure>Cachorros podem ser excelentes companheiros, mas nem eles são capazes de ouvir você falar por tanto tempo. E é pior se você decidir falar muito alto, ou próximo demais das <a href="https://www.megacurioso.com.br/corpo-humano/42497-mito-ou-verdade-suas-orelhas-e-nariz-continuam-a-crescer-com-a-idade-.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">orelhas</a>. Cães compreendem o sentido de poucas palavras que emitimos. Logo, com um excesso de palavras, ele ficará confuso e irritado – e a situação piora se você o estiver repreendendo.Também é importante cuidar com seu tom de voz e os gestos que acompanham uma reprimenda. Recompensar o bom comportamento é uma forma eficaz de fazê-lo entender o que ele deve fazer.

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5 comportamentos humanos que irritam os cachorros

Mais poderosa que as bombas nucleares lançadas sobre Hiroshima e Nagasaki, a Tsar Bomba levou a corrida armamentista entre EUA e URSS a um novo patamar.

As bombas atômicas lançadas sobre as cidades de Hiroshima e Nagasaki deixaram mais de 320 mil mortos em território japonês — o que inclui tanto as vítimas expostas diretamente pela explosão, quanto pela radiação, em outro momento. Simbolicamente, o uso desses artefatos não apenas decretava o final da Segunda Guerra Mundial, como era um prenúncio sombrio da <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/121911-5-ideias-equivocadas-que-temos-sobre-a-guerra-fria.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Guerra Fria</a>.Prova disso é que a corrida armamentista que se seguiu mostrou como a maior bomba já detonada não foi nenhuma das lançadas contra os japoneses, mas sim outra, projetada pela extinta URSS.<h2>1. O potencial da bomba mais poderosa do mundo</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/04/25/25110021095077.jpg" alt="(Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>Potência da Tsar Bomba era muito superior a das que foram lançadas em Hiroshima e Nagasaki. (Fonte: Getty Images / Reprodução)</figcaption></figure></figure>Enquanto as bombas que devastaram as duas cidades japonesas tinham 15 e 21 quilotons de potência, respectivamente, a bomba termonuclear desenvolvida pela <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/120813-uniao-sovietica-veja-5-motivos-que-levaram-a-potencia-ao-fim.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">União Soviética</a> foi muito além disso.A chamada Tsar Bomba apresentava 58 megatons, dando uma visão ameaçadora do seu potencial destrutivo 3,3 mil vezes maior. Se ela tivesse sido lançada em um local populoso, os danos seriam praticamente inimagináveis, o que nos leva ao próximo ponto.<h2>2. A Tsar Bomba foi disparada no Ártico&nbsp;</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/04/25/25110051968078.jpg" alt="Uma das características dessa bomba é que ela forma uma nuvem em formato de cogumelo. (Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>Uma das características da bomba nuclear é que ela forma uma nuvem em formato de cogumelo. (Fonte: Getty Images / Reprodução)</figcaption></figure></figure>Demonstrar que também era capaz de desenvolver um arsenal bélico poderoso foi a resposta que a antiga União Soviética adotou frente aos Estados Unidos. Para isso, o arquipélago de Nova Zembla foi o escolhido para esse ensaio.E mesmo estando distante das áreas mais povoadas, a Tsar Bomba mostrou seus efeitos surpreendentes, quebrando janelas e gerando uma onda de energia intensa. A nuvem gerada a partir dessa bomba, naturalmente, também foi maior que a observada sobre <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/122615-por-que-hiroshima-e-nagasaki-foram-alvo-de-bombas-atomicas.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Hiroshima e Nagasaki</a>.Na superfície terrestre, o impacto proveniente dessa explosão foi significativo, gerando um tremor de 5 graus na escala Richter. Mas quimicamente falando, o que diferenciava a bomba desenvolvida pelos soviéticos das demais?<h2>3. Composição da Tsar Bomba explica a diferença com outras bombas nucleares, mas funcionamento é a chave</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/04/25/25120045121103.jpg" alt="(Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>As bombas de hidrogênio têm como base um processo diferente para produzir energia. (Fonte: Getty Images / Reprodução)</figcaption></figure></figure>Além da diferença de potência, o processo de detonação também é distinto. No caso da bomba nuclear, feita de urânio, ocorre o processo de fissão, que consiste na quebra do núcleo dos átomos, liberando energia em cadeia de forma repentina.Mas com a Tsar Bomba, era outra história: nela, a <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/126852-qual-e-a-diferenca-entre-bomba-atomica-e-bomba-de-hidrogenio.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">fusão do núcleo dos átomos é o segredo</a>. Temos aqui, portanto, uma reação com natureza diferente, mas que também promove a transformação da energia.E para que sua explosão se inicie, é necessário detonar uma bomba atômica que libere energia e calor o suficiente para aproximar os núcleos dos átomos. Ou seja, trata-se de uma bomba de hidrogênio termonuclear, de duas etapas.<h2>4. Um cenário devastador em um raio de 240 km</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/04/25/25120218028104.jpg" alt="(Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>A explosão da bomba também gerou impactos em localidades mais distantes. (Fonte: Getty Images/Reprodução)</figcaption></figure></figure>Os tripulantes do Tu-95, que detonaram a bomba em 30 de outubro de 1961, lidaram com a probabilidade de 50% de sobreviver após a explosão. A aeronave em que estavam foi atingida por uma forte onda de choque e quase foi consumida pelo impacto da explosão, mas o piloto conseguiu assumir o controle novamente. Enquanto isso, construções localizadas a mais de 200 quilômetros de distância eram demolidas.E isso, vale destacar, ocorreu mesmo quando a potência da Tsar Bomba foi reduzida pela metade, pois o projeto inicial previa uma bomba de 100 MT. Mas para os EUA, essa demonstração de poder foi o bastante para incentivar a construção de artefatos mais poderosos em seguida.Não é à toa o que dizem sobre todo o arsenal desenvolvido durante a Guerra Fria ser capaz de destruir a Terra várias vezes.

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4 fatos sobre a Tsar Bomba, a mais poderosa já detonada na história

Pela primeira vez em 1 bilhão de anos, pesquisadores registraram duas formas de vida unindo-se em um só organismo.

Uma equipe de cientistas detectou recentemente o sinal de um grande evento na natureza: duas formas de vida se fundindo em um único organismo. Segundo os dados publicados em dois artigos nas revistas Cell e Science, esse é um fenômeno que não é visto na Terra há pelo menos 1 bilhão de anos.&nbsp;Na ocasião, os pesquisadores observaram a endossimbiose primária, como é chamado, entre um tipo de alga marinha abundante e uma bactéria estudada em laboratório.&nbsp;<h2>Estudando a endossimbiose primária</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/04/24/24181026892266.jpg" alt="Pesquisadores identificaram caso de endossimbiose entre alga marinha e bactéria UCYN-A. (Fonte: Tyler Coale/UCSC) "><figcaption>Pesquisadores identificaram caso de endossimbiose entre alga marinha e bactéria UCYN-A. (Fonte: Tyler Coale / UCSC)</figcaption></figure></figure>Segundo as pesquisas, a endossimbiose primária ocorre basicamente quando um organismo microbiano "engole" o outro. Em seguida, o ser dominante começa a usar os organismos engolidos como um órgão interno. Sendo assim, o hospedeiro basicamente fornece ao organismo vários benefícios, como nutrientes, energia e proteção.Quando ele não consegue mais sobrevive por conta própria, o endossimbionte engolido finalmente se torna um órgão para o hospedeiro, chamado de "organela". Os cientistas acreditam que, a primeira vez que esse processo aconteceu na natureza, toda vida complexa que conhecemos se iniciou.“É muito raro que organelas surjam desse tipo de coisa”, disse Tyler Coale, coautor do estudo Cell e pós-doutorado na Universidade da Califórnia. Segundo os investigadores, a endossimbiose em que a forma de vida do hospedeiro se torna fundamental para a função de outro organismo só aconteceu três vezes na história. Em todas essas ocasiões, um grande avanço para a evolução das espécies foi notado.O primeiro evento ocorreu há cerca de 2,2 bilhões de anos, quando um organismo unicelular chamado archaea engoliu uma bactéria que se tornou a <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/112283-ansiedade-pode-estar-relacionada-as-mitocondrias.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">mitocôndria</a>. O segundo foi visto quando células mais avançadas absorveram cianobactérias, que se tornaram <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/123885-elysia-chlorotica-conheca-a-lesma-marinha-movida-a-energia-solar.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">cloroplastos</a> e conferiram a habilidade de colher energia da luz solar. Com esse último evento recente de endossimbiose, é possível que as algas estejam convertendo nitrogênio da atmosfera em amônia para outros processos celulares.&nbsp;<h2>Surgimento de uma nova organela</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/04/24/24181241467267.jpeg" alt="Células de Braarudosphaera bigelowii apresentam ter os primeiros nitroplastos documentados. (Fonte: Hagino/Divulgação)"><figcaption>Células de Braarudosphaera bigelowii apresentam ter os primeiros nitroplastos documentados. (Fonte: Hagino / Divulgação)</figcaption></figure></figure>Nos artigos publicados, os pesquisadores observaram uma espécie de alga chamada Braarudosphaera bigelowii. Através da endossimbiose, essas <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/127779-algas-marinhas-faziam-parte-da-dieta-de-humanos-8-mil-anos-atras.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">algas</a> aprenderam a "fixar" o nitrogênio diretamente do ar e combiná-lo com outros elementos para formar compostos mais úteis — algo que as plantas não conseguem fazer normalmente.A equipe inicialmente pensou que a alga B. bigelowii tinha um tipo de relação simbiótica com uma bactéria chamada UCYN-A, mas que o relacionamento ficou mais sério e próximo com o tempo. A sincronização das taxas de crescimento, então, levou os investigadores a chamarem a UCYN-A de semelhante a uma nova organela.&nbsp;Assim, ela foi batizada de "nitroplasto", uma organela que começou a evoluir há cerca de 100 milhões de anos. Embora isso muito tempo na escala humana de vida, é apenas um milissegundo no tempo evolutivo. Porém, ainda existem muitas perguntas a serem respondidas sobre esse tema.Como próxima etapa, os cientistas planejam descobrir como a UCYN-A e a alfa funcionam em conjunto e estudar suas composições. Além disso, um estudo mais aprofundado dos nitroplastos poderia determinar se eles estão presentes em outras células e quais podem ser seus benefícios.&nbsp;

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Duas formas de vida se fundem em uma só em evento único na natureza

Conheça o curioso caso do ictiobus, peixe que pode viver mais de 100 anos e fica mais saudável após cerca de oito décadas de vida.

Cinéfilos de plantão com certeza devem se lembrar do filme O Curioso Caso de Benjamin Button. O longa-metragem, estrelado por Brad Pitt, contava a história de um homem que nasceu velho e, com o passar dos anos, passava a <a href="https://www.tecmundo.com.br/edicao-de-video/83639-efeitos-visuais-rejuvenescem-atriz-video-impressionante.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">rejuvenescer</a>. E mais uma vez podemos dizer que a vida imita a arte... de certa forma.Afinal, cientistas identificaram que o peixe conhecido como ictiobus pode viver por mais de um século e atingem o pico da vida saudável quando estão na faixa entre os 80 e 90 anos. Com isto em mente, fica o questionamento: o que nós, seres humanos, podemos aprender com esta fantástica descoberta?<h2>Ictiobus, o peixe que "envelhece ao contrário"</h2>Também conhecidos como peixes-búfalos, os ictiobus são um gênero de peixe de água doce nativo das Américas do Norte e Central, sendo encontrados majoritariamente em países como Estados Unidos, Canadá, Guatemala e México. Alguns anos atrás, em 2019, um espécime pescado no Lago Apache, no Arizona, nos EUA, foi analisado e pesquisadores chegaram à conclusão de que o peixe tinha mais de 100 anos. Os resultados da pesquisa foram divulgados na revista Scientific Reports.<figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/04/24/24225144156002.jpg" alt="Estudo afirma que os peixes-búfalos podem passar dos 100 anos de idade (Imagem: Wikimedia Commons/Reprodução)"><figcaption>Estudo afirma que os peixes-búfalos podem passar dos 100 anos (Imagem: Wikimedia Commons/Reprodução)</figcaption></figure></figure>A descoberta fez um barulho e tanto, já que até então se acreditava que os peixes-búfalos viviam por cerca de 25 anos. E algo que tornou a descoberta ainda mais inusitada foi que o espécime analisado nem mesmo era nativo do lago onde foi pescado! Somente em 1918 cerca de 400 peixes do gênero foram transportados de trem até o local, então é possível que diversos membros da geração "original" do Lago Apache ainda estejam nadando por lá hoje em dia.E o mais legal é que, segundo um estudo também publicado na Scientific Reports em 2021, o ictiobus fica mais forte e saudável quando se aproxima dos 100 anos. Quando alcançam aproximadamente 80 a 90 décadas de vida, estes peixes passam a responder muito melhor a situações de estresse e seu sistema imunológico se torna mais resistente do que o de peixes-búfalos mais jovens.<h3>Os peixes-búfalos e a "fonte da juventude"</h3>Cientistas acreditam que a <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/124265-cientistas-estao-tentando-curar-o-envelhecimento-em-promissor-estudo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">longevidade</a> da espécie se dê por conta da dificuldade que os ictiobus têm para se reproduzir. São necessárias condições ambientais muito específicas — e ainda majoritariamente desconhecidas — para que a reprodução destes peixes se dê de maneira eficaz.Assim, para garantir a perpetuação da espécie, estes peixes teriam se adaptado para viver por mais tempo. Ao menos é isto o que afirma Alec Lackmann, líder da equipe de pesquisa que descobriu uma forma mais eficiente de calcular o tempo de vida dos peixes-búfalos.Até então, o cálculo era feito usando as escamas do animal como parâmetro de medição, mas Lackmann e seu time tiveram uma ideia genial e extraíram as pedras auditivas — ou otólitos — destes peixes, que seguem sendo gerados ao longo da vida do animal. Esta medição oferece resultados mais precisos, pois assim como em troncos de árvores, é possível identificar "anéis" que facilitam o cálculo da idade&nbsp;do peixe-búfalo.<figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/04/24/24225308070003.jpg" alt="Pesquisadores sugerem que o Ictiobus se adaptou para viver por mais tempo por conta da difícil reprodução da espécie (Imagem: Wikimedia Commons/Reprodução)"><figcaption>Pesquisadores sugerem que o ictiobus se adaptou para viver por mais tempo para compensar a dificuldade de reprodução da espécie (Imagem: Wikimedia Commons / Reprodução)</figcaption></figure></figure>Com a confirmação de que os ictiobus não apenas são centenários, mas que esta longevidade pode ser resultado de uma adaptação devido a necessidades bem específicas de reprodução, algumas perguntas ficam no ar. Por exemplo, o podemos aprender com a forma que os peixes-búfalos encontraram de&nbsp;viver por mais tempo? Seria possível replicar isto de alguma forma em seres humanos? Afinal, a <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/127981-4-tentativas-de-imortalidade-e-juventude-eterna-na-historia.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">busca pela "eterna juventude"</a> é algo recorrente na história da humanidade.Para Lackmann, ainda é preciso pesquisar muito mais sobre os peixes-búfalos para podermos entender melhor todo esse mecanismo que lhes proporciona vida tão longa e mais saudável quando estão com mais de 80 anos de vida. Para tal, antes de mais nada, é preciso preservar a espécie — que hoje é popularmente utilizada em campeonatos de pescaria, o que pode pôr em risco espécimes mais velhos e, de quebra, impactar no avanço das pesquisas.Será que um dia encontraremos uma forma de recriar o efeito "Benjamin Button" e rejuvenescer com o passar dos anos?

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'Peixamin Button'? O curioso peixe que fica 'mais jovem' conforme envelhece

Peixes que vivem em grandes profundezas do mar há 55 milhões de anos superaram adversidades e conseguiram se reproduzir de forma atípica.

Peixes existentes há 55 milhões de anos oferecem um exemplo curioso de como os animais marinhos se reproduziram — ou melhor, se adaptaram para não desaparecer das águas. Naquela época, o planeta era bem diferente de como se apresentava atualmente, com um clima mais quente, o que desafiava de forma muito mais intensa a vida no mar.Para alguns dos peixes que pertencem à ordem Lophiiformes, também conhecidos como peixes-pescadores ou tamboris, essa foi uma regra de sobrevivência. Suas diferentes formas consagraram às espécies do passado a capacidade de <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/126782-por-que-os-peixes-do-fundo-do-mar-parecem-alienigenas.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">emitir luz para atrair suas presas com maior facilidade</a> na escuridão completa das profundezas oceânicas.Ao reconstruir a filogenia animal, novas informações foram obtidas por pesquisadores. E o estudo do tamboril do grupo Ceratioidea mostra como ele conseguiu se aproveitar desse cenário desfavorável de formas incomuns.<figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/04/22/22104019946068.jpg" alt="Adaptações ocorridas entre peixes ancestrais deram um rumo diferente a espécies. (Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>Estudo indica como espécies de peixes conseguiram se reproduzir em meio a um cenário adverso, com mudanças climáticas em curso. (Fonte: Getty Images/Reprodução)</figcaption></figure></figure><h2>Descobrindo como a evolução dos peixes ocorreu em meio a uma fase crítica</h2>Com tantas espécies desaparecendo, a reprodução dos peixes também era afetada. Adaptar-se, portanto, seria o requisito para a sobrevivência. Segundo um estudo recente, que está em fase de pré-impressão, esses animais foram bem-sucedidos nesse sentido. Em seu trajeto, eles <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/128597-como-as-baleias-passaram-de-animais-terrestres-para-marinhos.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">passaram a habitar águas mais profundas</a>, da chamada zona bentônica, o que tem como paralelo o que os ancestrais das baleias modernas fizeram em meio ao seu percurso evolutivo — retornaram ao oceano após viver um período em terra firme.Os pesquisadores acreditam que, como resultado desse período vivendo mais afastados, com menos opções de alimentos à sua disposição, esses peixes desenvolveram uma forma atípica — e consideravelmente "tóxica" — de se reproduzir.Para se ter ideia disso, animais machos, mesmo quando em menor dimensão, buscavam se prender às fêmeas para se reproduzir. Antes que essa relação fosse conhecida, décadas atrás, parecia que apenas se tratava de um peixe junto de seus filhotes, mas a investigação mostrou que a natureza da relação entre esses animais, na verdade, era bem distinta. Mas, afinal, quais fatores contribuíram para isso?<figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/04/22/22124414281159.jpg" alt="A inovação reprodutiva foi favorecida por uma deficiência imunológica que se manifestou em peixes, segundo estudo. (Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>A inovação reprodutiva foi favorecida por uma deficiência imunológica que se manifestou em peixes, segundo estudo. (Fonte: Getty Images/Reprodução)</figcaption></figure></figure><h2>Parasitismo sexual entre peixes</h2>Havia casos em que a diferença de tamanho era significativa, com peixes apresentando um tamanho quase cem vezes menor que o das fêmeas. Assim, os peixes acabavam se fundindo ao corpo delas, numa relação de <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/126723-5-truques-bizarros-usados-por-parasitas-para-atrair-hospedeiros.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">parasitismo</a> sexual.Segundo os pesquisadores, deficiências no sistema imunológico desses peixes seriam a explicação para essa modalidade de parasitismo. Afinal, sem a ação desse sistema, os machos puderam se fundir ao corpo das fêmeas sem serem atacados pelas <a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/120028-como-funciona-nosso-sistema-imunologico.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">células de defesa</a>.

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O relacionamento sexual tóxico do peixe-pescador que o ajuda a sobreviver há 55 milhões de anos

Teorias apontam que antigos hominídeos podem ter tido uma linguagem, construído barcos e viajado pelo mundo há milhões de anos. 

Segundo alguns vestígios encontrados da extinta espécie humanoide <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/128714-alem-do-homo-sapiens-conheca-as-outras-8-especies-humanas-que-ja-existiram-na-terra.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Homo erectus</a> em ilhas remotas, nossos parentes próximos podem ter construído barcos e navegado pelos oceanos há milhões de anos — o que exigiria capacidades avançadas de comunicação.Contudo, um novo estudo científico encontrou algumas falhas nessa teoria, concluindo em última análise que ela não possui todos os dados suficientes para ser comprovada.&nbsp;<h2>Desenvolvimento do Homo erectus</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/04/22/22221306906006.jpg" alt="Pesquisadores contestam a teoria de que alguns Homo erectus teriam conseguido se locomover em barcos. (Fonte: GettyImages)"><figcaption>Pesquisadores contestam a teoria de que alguns Homo erectus teriam conseguido se locomover em barcos. (Fonte: GettyImages)</figcaption></figure></figure>A primeira vez que o Homo erectus aparece nos registros arqueológicos ocorreu há 2 milhões de anos, quando a espécie se espalhou pela Eurásia antes de desaparecer há pouco mais de 100 mil anos. Estudos anteriores sugerem que esses parentes próximos da nossa espécie teriam chegado às ilhas de Flores, no Oceano Indico, e a <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/112660-conheca-o-mito-de-europa-a-rainha-de-creta.htm?f" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Creta</a>, no Mediterrâneo.&nbsp;Assim surgiu a teoria de que esses hominídeos possuíam competências linguísticas avançadas para construir colaborativamente navios aptos a conduzir grandes quantidades de indivíduos pelos mares turbulentos. Porém, essa é uma teoria que encontrou forte resistência no meio científico por um excesso de motivos.&nbsp;Um novo estudo realizado pelo professor de linguística da Universidade de Stellenbosch, Rudolf Botha, foi um dos primeiros a contrariar a tese. Segundo ele, seria exagerado presumir que espécies antigas teriam conseguido pisar em Creta no passado. O porquê? Nenhum fóssil de H. erectus foi encontrado na ilha até o momento.&nbsp;Além disso, embora ferramentas pré-históricas achadas na região tenham sido previamente associadas à espécie, muitos estudiosos acham mais provável terem sido construídas por Neandertais. Enquanto isso, em Flores, os restos humanos mais antigos já descobertos pertencem ao famoso grupo Homo floresiensis.<h2>Falhas na teoria</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/04/22/22221445605007.jpg" alt="Homo erectus está entre uma das primeiras espécies do gênero Homo. (Fonte: GettyImages)"><figcaption>O Homo erectus está entre uma das primeiras espécies do gênero Homo. (Fonte: GettyImages)</figcaption></figure></figure>Com essas informações em mãos, os pesquisadores acreditam que não é totalmente certo que o H. erectus&nbsp;tenha realmente chegado a qualquer uma das ilhas citadas anteriormente, por mais que Botha admita que isso pareça ser mais provável em Flores do que no caso de Creta.&nbsp;Se isso não bastasse, o pesquisador também destaca que, mesmo que a antiga linhagem humana tenha navegado para Flores, isso também não significa que eles tenham necessariamente feito o uso ou construído barcos para realizar essa viagem. Em seu estudo, Botha ressalta que o H. erectus pode eventualmente ter parado na região depois de ter sido arrastado acidentalmente para o mar em "jangadas naturais" feitas de vegetação local.Ainda não está claro como essas viagens involuntárias teriam ocorrido, mas estudos sugerem que tsunamis e <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/123058-qual-ciclone-causou-mais-danos.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">ciclones</a> podem ter desempenhado um papel importante. De qualquer maneira, nenhum pesquisador ousou dizer que os antigos hominídeos careciam definitivamente de habilidades linguísticas.Alguns dados indicam que a capacidade do H. erectus de criar ferramentas simétricas, combinada com seu grande tamanho cerebral, pode mostrar que eles eram inteligentes o suficiente para falarem.

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Falar? Navegar? Viajar? O que os Homo erectus eram capazes de fazer

Até aqui, já passamos por cinco extinções em massa desde o surgimento da vida na Terra. Para alguns cientistas, a sexta extinção está ocorrendo nesse exato momento. 

O planeta Terra já presenciou <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/124454-entenda-as-5-agora-6-extincoes-em-massa-do-planeta-terra.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">cinco eventos de extinção em massa</a> ao longo de sua história, cada um dizimando pelo menos 75% das espécies existentes. Agora, muitos cientistas acreditam que estamos no meio da sexta onda de morte global, com taxas de extinção sem precedentes impulsionadas pelas atividades humanas.&nbsp;Desde a origem da vida na Terra, todas as extinções que assolaram o planeta foram por motivos alheios aos próprios habitantes e levaram muito tempo para acontecer (uma média de 2,8 milhões de anos, segundo os especialistas).Agora, podemos estar diante de uma nova eliminação em massa e, desta vez, somos os principais responsáveis.&nbsp;<h2 style="text-align:justify;">Desmatando a árvore da vida&nbsp;</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/04/24/24103553997047.jpg" alt="O desmatamento é um problema grave no processo de desaparecimento de muitas espécies. (Fonte: GettyImages/ Reprodução)"><figcaption>O desmatamento é um problema grave no processo de desaparecimento de muitas espécies. (Fonte: Getty Images / Reprodução)</figcaption></figure></figure>Antes de mais nada, é preciso dizer que&nbsp;há cientistas que defendem que estamos longe de uma extinção em massa, pois os dados apontam para a perda de cerca de 13% da vida no planeta (de 1500 até o momento), algo bem distante dos 75% necessários para se dizer que estamos num processo global de extinção.&nbsp;Contudo, outros pesquisadores são bem mais pessimistas e dizem que já demos o "pontapé inicial" que nos levará à <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/127363-extincao-em-massa-matou-98-7-dos-nossos-antepassados-diz-estudo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">aniquilação</a>. Eles afirmam que, em apenas cinco séculos, fizemos desaparecer tantos grupos que levaria 18 mil anos para isso acontecer naturalmente. É como se estivéssemos cortando a árvore da vida com uma motosserra.Para esses cientistas, os sinais são claros e alarmantes. Um estudo recente analisou dados de mais de 71 mil espécies animais em todo o mundo e chegou a uma conclusão assustadora: estamos perdendo a biodiversidade a uma velocidade alarmante. Essa perda não é apenas uma questão de números, mas sim uma crise que afeta diretamente a saúde do nosso planeta e, por consequência, a nossa própria sobrevivência.<figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/04/24/24103859226049.jpg" alt="A onça pintada é um dos animais ameaçados de extinção no Brasil. (Fonte: GettyImages/ Reprodução)"><figcaption>A onça-pintada é um dos animais ameaçados de extinção no Brasil. (Fonte: Getty Images / Reprodução)</figcaption></figure></figure>A atividade humana desenfreada, desde a conversão massiva de terras para agricultura até a exploração insustentável dos recursos naturais, está empurrando inúmeras espécies para o precipício da extinção.&nbsp;A agricultura, por exemplo, é responsável por 90% do desmatamento global e consome 70% da água doce do planeta, destruindo habitats e levando à perda irreparável de biodiversidade.Com essa dinâmica, não estamos apenas perdendo algumas espécies aqui e ali; estamos perdendo grupos inteiros de animais. E isso é muito grave.A gravidade reside no fato de que as espécies não existem isoladamente. Elas estão interligadas em intricados ecossistemas, onde cada uma desempenha um papel fundamental. Quando uma espécie desaparece, todo o ecossistema pode entrar em colapso, afetando desde a qualidade do ar que respiramos até a produção de alimentos essenciais para nossa sobrevivência.<h2 style="text-align:justify;">Efeito dominó</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/04/24/24102917442044.jpg" alt="O sangue de muitos animais está nas nossas mãos. (Fonte: GettyImages/ Reprodução)"><figcaption>O sangue de muitos animais está nas nossas mãos. (Fonte: Getty Images / Reprodução)</figcaption></figure></figure>A morte de <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/trompa-cambada-e-fato-como-sao-chamados-os-coletivos-desses-8-animais" rel="noopener noreferrer" target="_blank">grupos de animais</a> pode desencadear problemas em efeito dominó. Por exemplo, a extinção dos pombos-passageiros levou a um aumento das populações de ratos, o que, por sua vez, aumentou os casos de doença de Lyme em humanos.Num outro caso, havia uma espécie de rã que criava seus girinos no próprio estômago. Imagina o que poderíamos aprender com isso sobre a nossa própria fisiologia! Mas agora essa oportunidade se foi.E diante de todas as ações nocivas da humanidade, as consequências são evidentes. Secas mais severas, tempestades intensas e alterações climáticas descontroladas são apenas alguns dos sinais de alerta que o nosso planeta nos envia.&nbsp;Se não agirmos agora, as perdas de biodiversidade serão irreversíveis, levando décadas para serem corrigidas — se é que podemos corrigi-las.

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Estamos mesmo passando por uma 6ª extinção em massa?

Embora um dos tremores tenha atingido a magnitude 4, especialistas afirmaram que não há motivos para preocupação.

O fundo do mar na costa do Canadá tornou-se palco de uma <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/128267-vulcao-submarino-pode-ser-o-culpado-dos-maiores-terremotos-no-japao.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">intensa atividade sísmica</a> no início de março de 2024, desencadeando centenas de terremotos por hora. Ao todo, foram registrados <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/127983-cidade-na-islandia-e-evacuada-apos-1-mil-terremotos-em-unico-dia.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">quase dois mil terremotos</a> em um único dia, incluindo um terremoto de magnitude 4,1, a cerca de 5 quilômetros abaixo do nível do mar.Porém, os pesquisadores não encontraram motivos para maiores preocupações. Além da maioria dos tremores terem sido muito fracos, eles também serviram para que mais dados pudessem ser extraídos sobre a situação do fundo do mar na região.Essa não foi a primeira vez que uma grande quantidade de terremotos foi registrada no local. Isso indica que a crosta pode ter acumulado uma abundância de estresse, que resulta nos tremores e na liberação de magma no mar.<h2>Nova crosta oceânica</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/04/24/24033321388000.jpg" alt="Registros ocorreram a mais de 200 quilômetros da Ilha de Vancouver. (Fonte: GettyImages)"><figcaption>Registros ocorreram a mais de 200 quilômetros da Ilha de Vancouver. (Fonte: Getty Images / Reprodução)</figcaption></figure></figure>Uma das suspeitas dos pesquisadores que monitoraram a <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/125002-fluidos-que-jorram-do-fundo-do-oceano-podem-ajudar-a-prever-terremotos.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">atividade sísmica</a>, é que ela pode indicar uma iminente ruptura magmática. Isso ocorre quando uma câmara de magma submarina vaza pelas fendas das placas tectônicas e entram em contato com a água do mar. O magma resfria rapidamente e, ao se solidificar, pode dar origem a uma nova crosta oceânica.Os terremotos foram registrados no segmento Endeavour, que está localizado na Placa Juan de Fuca, a cerca de 240 quilômetros da Ilha de Vancouver. Embora esse tipo de atividade possa causar um risco aos ecossistemas locais, a equipe não acredita que seja o caso.O segmento Endeavour é uma região bastante conhecida por sismólogos, por apresentar picos de atividades sísmicas em intervalos de aproximadamente 20 anos. O último registro igualmente intenso é de 2005, mas desde 2018, já são observados aumentos na atividade no local.<h2>Sem maiores riscos</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/04/24/24034714822001.jpg" alt="Apesar da quantidade, terremotos não ofereceram riscos na costa do Canadá. (Fonte: GettyImages)"><figcaption>Apesar da quantidade, terremotos não ofereceram riscos à costa do Canadá. (Fonte: Getty Images / Reprodução)</figcaption></figure></figure>Ao contrário do que pode parecer, não há motivos para que as pessoas fiquem preocupadas com os terremotos registrados. De acordo com Kate Moran, Presidente e CEO da Ocean Networks Canada, todos os tremores ocorreram muito longe da costa, para poderem representar algum risco às pessoas. Moran preferiu ver as atividades sísmicas como algo importante para a comunidade científica, uma vez que permitiram a obtenção de novos dados.&nbsp;Além disso, Zoe Krauss, outra pesquisadora que acompanhou os registros, comparou a maioria dos tremores com “pequenos estalos”. Isso porque, dos quase dois mil terremotos, a maioria era inferior à magnitude um. Krauss também se mostrou animada, pois foi possível verificar onde as coisas estão acontecendo embaixo do oceano.

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Quase 2 mil terremotos foram registrados na costa do Canadá em um único dia

Por mais futurista que possa parecer, a humanidade forjou armas a partir de meteoritos que poderiam facilmente ser peças de ficção científica.

Quem analisa a história da humanidade vai encontrar diferentes registros de armas criadas a partir de <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/127785-conheca-6-meteoritos-com-historias-peculiares-e-assustadoras.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">meteoritos</a>. De acordo com especialistas, parcela considerável dos primeiros objetos de metal feitos pelo ser humano foram forjados usando material proveniente do espaço – principal matéria-prima após ouro e cobre.Não é qualquer tipo de meteorito que pode ser usado, apenas os que sejam de ferro meteórico, uma espécie de liga de ferro-níquel. Mais maleável que o ferro, também é à prova de ferrugem. Diferentes civilizações usaram esse material, alguns ainda disponíveis em museus e coleções – e até à venda.<h2>1. Pistolas Cabot Guns</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/04/19/19114357956069.jpg" alt="(Fonte: Cabot Guns/Reprodução)"><figcaption>A Cabot Gans The Big Bang é feita a partir do meteorito Gibeon. (Fonte: Cabot Guns / Reprodução)</figcaption></figure></figure>A Cabot Guns é uma fabricante norte-americana de pistolas. Em seu catálogo está a linha The Big Bang, uma pistola semiautomática de 1911, criadas a partir do meteorito Gibeon, caído na Namíbia em tempos pré-históricos. Essas pistolas são os primeiros dispositivos mecânicos elaborados a partir de material do espaço.Cada <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/107926-conheca-a-pistola-a-laser-desenvolvida-pela-urss.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">pistola</a> do conjunto é única, feita com método que visou valorizar o padrão cristalino do meteorito. Os números de série incluem as coordenadas geográficas de onde o Gibeon foi descoberto. Quem desejar adquirir um par deve desembolsar US$ 4,5 milhões.<h2>2. Tentetsutou</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/04/19/19114005803068.jpg" alt="(Fonte: Faena/Reprodução)"><figcaption>A Tentetsutou é uma espada feita do meteorito Gibeon. (Fonte: Faena / Reprodução)</figcaption></figure></figure><a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/125491-espada-da-idade-do-bronze-que-parece-nova-e-encontrada-na-alemanha.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Espadas</a> no Japão são objetos carregados de simbolismo, como se vê na história da Kusanagi-no-Tsurugi que, de acordo com o folclore local, representaria toda a virtude e coragem do povo japonês. Especula-se que ela tenha sido feita a partir de ferro meteórico. Agora, se nesse caso é apenas especulação, o mesmo não pode ser dito da Tentetsutou, ou "espada do céu".Criada neste século pelo ferreiro Yoshido Yoshiwara, ela é uma katana forjada usando o meteorito Gibeon. Diferente da lendária Kusanagi, a Tentetsutou fica exposta ao público no Instituto de Tecnologia de Chiba.<h2>3. Espada de Alexandre I da Rússia</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/04/19/19113929348067.jpg" alt="(Fonte: TopTenz/Reprodução)"><figcaption>Alexandre I tinha uma espada feita com o meteorito do Cabo da Boa Esperança. (Fonte: TopTenz / Reprodução)</figcaption></figure></figure>Imperador russo por quase 25 anos, Alexandre I ficou marcado pelas disputas com <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/124285-a-obsessao-historica-das-pessoas-pelo-penis-de-napoleao-bonaparte.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Napoleão</a>, para quem perdeu em algumas oportunidades, mas foi fundamental na queda do francês na Batalha das Nações. No início do século XIX, em reconhecimento ao seu papel na batalha, recebeu uma espada forjada com metal do meteorito do Cabo da Boa Esperança, encontrado no século anterior.Foi desenvolvida pelo britânico James Sowerby, que gravou em sua lâmina diferentes inscrições, como a informação de que é feita de ferro meteórico puro, a Coroa Imperial, o símbolo russo da águia de duas cabeças, além da palavra misericórdia.<h2>4. Lâminas de Jahangir</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/04/19/19113847941066.jpg" alt="(Fonte: Wamu/Reprodução)"><figcaption>As lâminas de Jahangir usam material de um meteorito que caiu na Índia. (Fonte: Wamu / Reprodução)</figcaption></figure></figure>Durante o século XVII, um meteorito caiu na Índia, na cidade atualmente conhecida como Jalandhar. A queda levou a uma explosão que assustou os moradores da região. Muhammad Sa'id foi a primeira pessoa a chegar ao local, encontrando um grande meteorito em brasa no meio de uma cratera.Ele enviou ao imperador Jahangir, que mandou o material para seu armeiro forjar três armas: duas espadas e uma adaga. Chamadas de Shamsher I Qati e Shamsher I Barq-sirisht, as espadas viraram um símbolo do poder e da aprovação divina do imperador, além de refletir o interesse pessoal do imperador pela ciência, da qual Jahangir era um entusiasta.<h2>5. Pontas de flecha Mörigen</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/04/19/19113353629065.jpg" alt="(Fonte: Wikimedia Commons)"><figcaption>As pontas de flecha Mörige vieram do meteorito Kaalijarv. (Fonte: Wikimedia Commons / Reprodução)</figcaption></figure></figure>Forjadas entre 800 e 900 a.C., as pontas de flecha Mörigen são artefatos de somente 39 milímetros de comprimento e três gramas feitas de ferro meteórico. Encontradas por arqueólogos em Mörigen, Suíça, no século XIX, elas incluem ferro, níquel e o isótopo alumínio-26.De acordo com pesquisadores, a correspondência desse metal é com o meteorito Kaalijarv, da Estônia, localizado a 1600 quilômetros de distância. Esse dado indicaria extensas redes comerciais por toda a Europa pré-histórica, provando também o valor das flechas como mercadoria.

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