Artes/cultura
04/04/2024 às 16:00•2 min de leituraAtualizado em 11/04/2024 às 22:07
O filme Anaconda é bastante conhecido por nos apresentar um animal gigantesco e extremamente assustador que percorria as águas e terrenos úmidos da floresta amazônica. E se disséssemos que uma cobra de grande porte não é o único monstro gigantesco que você pode dar de cara na região?
Um desses bichos assustadores é a sanguessuga Haementeria ghilianii, mais conhecida como sanguessuga-gigante-da-amazônia.
Quando falamos em sanguessuga é difícil não pensar em algo pequeno, quase do tamanho de uma lesma. Algo compreensível, já que a maioria desses seres têm, em média, de 6 a 10 centímetros de comprimento. Porém, esta espécie específica desafia todas as nossas expectativas.
A Haementeria ghilianii pode chegar a mais de 40 centímetros de comprimento, algo equivalente ao tamanho de um antebraço humano. De acordo com alguns relatos, já houve exemplar com cerca de 46 centímetros.
Encontrada apenas em regiões específicas da Guiana Francesa e do Brasil, a sanguessuga-gigante-da-amazônia é uma verdadeira maravilha da natureza. Descoberta pelo naturalista italiano Vittore Ghiliani, em 1849, ela alcançou um status quase mítico ao longo dos anos, principalmente devido ao seu tamanho incomum.
Histórias e lendas sobre esses parasitas sugando o sangue humano em questão de horas circulam, embora não haja qualquer comprovação científica sólida. Além de seu tamanho impressionante, outro ponto muito peculiar dessa espécie de sanguessuga é sua habilidade única de se alimentar.
Ao contrário de suas primas menores, que possuem mandíbulas para perfurar a pele do hospedeiro, a Sanguessuga Gigante da Amazônia usa uma tromba afiada, semelhante a uma agulha, para se alimentar. Essa tromba, que mede incríveis 10 centímetros, penetra profundamente na pele, enquanto uma combinação de anestésicos e anticoagulantes secretados pela sanguessuga mantém o sangue fluindo livremente.
E não pense que escapar dela é fácil. Com seus fortes músculos longitudinais, ela é mais resistente do que parece. Além disso, pode sobreviver meses sem se alimentar, esperando pacientemente por suas vítimas. Durante uma refeição, seu peso corporal pode aumentar até seis vezes. Ela é uma verdadeira máquina de se alimentar.
Você agora pode estar se perguntando o que fazer se encontrar uma dessas criaturas durante uma expedição pela floresta amazônica. Acredite ou não, colocar sal ou queimá-la não é uma boa ideia. Isso só fará com que ela regurgite sua refeição, potencialmente causando uma infecção na ferida. A melhor maneira de removê-la é deslizar suavemente uma unha sob sua ventosa, que fica na outra ponta do bicho, e deixá-la se soltar.
Além do fascínio pelo seu tamanho e hábitos alimentares, a Sanguessuga Gigante da Amazônia tem despertado interesse na comunidade científica. Estudos recentes sugerem que as substâncias encontradas em seu corpo podem ter aplicações médicas, desde o tratamento de coagulação do sangue até possíveis inibidores de tumores pulmonares.
Então, se você estiver navegando pelas águas da Amazônia e sentir algo se contorcendo em sua perna, pode ser melhor dar uma olhada mais de perto. Quem sabe você não encontra uma dessas lendas vivas da natureza?