Imagem de Empresa dá 4 mil carros para funcionários que bateram metas no megacurioso

A companhia de produção de aço chinesa Jiangxi West Dajiu Iron & Steel Corporation ofereceu um presentaço para os funcionários que andaram atingindo 


<p>A companhia de produção de aço chinesa Jiangxi West Dajiu Iron &amp; Steel Corporation ofereceu um presentaço para os funcionários que andaram atingindo suas metas: 4.116 carros novinhos em folha!</p>



<p>Os veículos foram distribuídos em um megaevento organizado no dia 1º de outubro, o qual celebrou o crescimento da empresa nos últimos anos. Segundo a diretoria da empresa, essa era uma maneira especial de agradecer aos colaboradores que ultrapassaram as margens de lucro por cinco anos consecutivos.</p>



<h2>Presente milionário</h2>



<div class="mt-2"><figure class="aligncenter"><a class="fonte_imagem" href="https://www.odditycentral.com/wp-content/uploads/2020/10/free-cars2-750x488.jpeg"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2020/10/05/05232143497153.jpeg" alt="(Fonte: Jiangxiu West Dajiu/Divulgação)" /></a><figcaption>(Fonte: Jiangxi West Dajiu/Divulgação)</figcaption></figure></div>



<p>É de se imaginar que o chefe desses trabalhadores estivesse realmente muito satisfeito com o desempenho dos seus funcionários, visto que a quantia total gasta nos mais de 4 mil veículos foi de aproximadamente US$ 74 milhões, aproximadamente R$ 415 milhões.</p>



<p>Como os 2.933 Ford Territory e 1.183 FAW-Volkswagen Magotan foram comprados de uma vez só, existe a probabilidade da companhia chinesa ter conseguido um grande desconto das fabricantes pela compra do lote.</p>



<p>Mesmo assim, engana-se quem pensa que a recompensa foi &#8220;só&#8221; essa. Além de todos os carros distribuídos, a Jiangxi West Dajiu garantiu que também pagará pela produção da placa de todos os veículos, cinco anos de seguro e cobrirá todas as taxas aplicadas sobre eles.&nbsp;</p>



<h2>O evento de entrega das chaves</h2>



<figure class="wp-block-embed-youtube wp-block-embed is-type-video is-provider-youtube wp-embed-aspect-16-9 wp-has-aspect-ratio"><div class="wp-block-embed__wrapper">
<iframe title="?????????????????5?" width="1366" height="768" src="https://www.youtube.com/embed/MKI19AHYIpc?feature=oembed" frameborder="0" allow="accelerometer; autoplay; clipboard-write; encrypted-media; gyroscope; picture-in-picture" allowfullscreen></iframe>
</div></figure>



<p>Logicamente, um <a href="https://www.megacurioso.com.br/comportamento/83421-por-que-os-homens-raramente-compram-o-presente-certo.htm" target="_blank" rel="noopener noreferrer">presente</a> nada discreto não poderia ser dado sem que fosse acompanhado de uma animada cerimônia de entrega das chaves. Os veículos foram alinhados em um enorme espaço aberto, envoltos por grandes laços e exibidos ao lado da bandeira da <a href="https://www.megacurioso.com.br/historia-e-geografia/46831-41-fatos-chocantes-sobre-a-china.htm" target="_blank" rel="noopener noreferrer">China</a>.</p>



<p>A empresa utilizou um drone para capturar imagens aéreas da celebração para serem incorporadas nas campanhas de divulgação dentro das redes sociais nas semanas seguintes de 2020.</p>



<p>Não demorou muito para que o material viralizasse na internet e chamasse a atenção de usuários nos quatro cantos do mundo. Enquanto boa parcela dos internautas exaltaram o empreendimento por dividir o sucesso da empresa com os funcionários, nem todas as respostas foram positivas.</p>



<p>Há quem acredite que seria mais fácil se a Jiangxi simplesmente oferecesse cheques no lugar no lugar dos 4 mil <a href="https://www.megacurioso.com.br/carros/46794-os-10-carros-mais-baratos-do-mundo.htm" target="_blank" rel="noopener noreferrer">carros</a>, deixando para os colaboradores decidirem como gostariam de gastar o fruto do seu trabalho.</p>



<p>Porém, é difícil imaginar que qualquer um dos recompensados pela premiação tenha se sentido insatisfeito no fim do dia, não é mesmo?</p>


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Empresa dá 4 mil carros para funcionários que bateram metas

Imagem de Pepsi Number Fever: a promoção mais desastrosa da história no megacurioso

No final da década de 1970, para determinar qual empresa lideraria o ranking de melhor fabricante de refrigerante sabor cola, a Coca-Cola e a Pepsi d


<p>No final da década de 1970, para determinar qual empresa lideraria o <em>ranking</em> de melhor fabricante de refrigerante sabor cola, a Coca-Cola e a Pepsi desenvolveram campanhas de marketing cada vez mais agressivas para chamar a atenção do público.&nbsp;</p>



<p>A mídia batizou essa disputa acirrada de Guerra da Cola, mas logo esse embate ganhou outro aspecto, pois as empresas também queriam se tornar as maiores fabricantes de refrigerantes do mundo.</p>



<p>Em janeiro de 1992, a Pepsi estava descontente com o fato de suas bebidas só atingirem 17% do mercado sudeste asiático, em contraste com os 75% de sua rival Coca-Cola. Então, o chileno Pedro Vergara, chefe-executivo do departamento de promoções da empresa em Nova York, teve a ideia de criar uma promoção bombástica para alavancar as vendas e dominar todos os países emergentes e subdesenvolvidos.</p>



<h2>A &#8220;febre dos números&#8221;</h2>



<div class="mt-2"><figure class="aligncenter"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2020/09/24/24201711487005.jpg" alt="(Fonte: Pinterest/Reprodução)" /><figcaption>(Fonte: Pinterest/Reprodução)</figcaption></figure></div>



<p>Começando com as Filipinas, Vergara inventou a promoção Pepsi Number Fever, que funcionaria como uma espécie de loteria para o consumidor sortudo que conseguisse encontrar a tampa de garrafa com o número premiado divulgado a cada semana por meio de sorteios televisivos.</p>



<p>Em cada tampa das garrafas de refrigerante Pepsi Mountain Dew e Pepsi Seven Up, seriam impressos uma sequência com 3 algarismos que poderia presentear o ganhador com mil pesos indonésios, sendo que o prêmio final da campanha era de 1 milhão de pesos indonésios, aproximadamente US$ 40 mil dólares na época e o equivalente a 23 anos de trabalho para um cidadão filipino. Para isso, a Pepsi reservou um orçamento de US$ 2 milhões em prêmios.</p>



<p>Vergara estava certo de que a promoção seria um sucesso épico, visto que havia-se baseado nas campanhas de marketing que explodiram entre o público na América do Norte, principalmente aquelas criadas pela Coca-Cola. E ele estava certo.</p>



<p>Com o apoio da empresa mexicana DG Consultores, a Pepsi fez uma imensa divulgação com anúncios em ônibus, televisão, mercados, ruas, estações de rádio e em 4 dos maiores jornais impressos das Filipinas. Por todos os lugares, a promoção prometia: “Você pode ser o próximo milionário!”.</p>



<div class="mt-2"><figure class="aligncenter"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2020/09/24/24202119333009.jpg" alt="(Fonte: BlueDols/Reprodução)" /><figcaption>(Fonte: BlueDols/Reprodução)</figcaption></figure></div>



<p>Conforme as pessoas foram coletando seus prêmios, a empresa imprimia pôsteres com o rosto dos afortunados, além de divulgarem entrevistas e reportagens durante os telejornais. Em 2 semanas, a participação da Pepsi no mercado filipino aumentou para 24,9%, com as fábricas em produção intensa durante 20 horas por dia, rendendo à multinacional mais de US$ 14 milhões, um crescimento de US$ 4 milhões no faturamento.</p>



<p>O sucesso era tão implacável que a Pepsi decidiu levar o Number Fever para a Argentina, Chile, México e Guatemala. A princípio, a promoção iniciada em fevereiro se encerraria em 8 de maio de 1992, mas acabou sendo estendida por mais 1 mês.</p>



<h2>Histeria e desastre</h2>



<div class="mt-2"><figure class="aligncenter"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2020/09/24/24202347235010.jpg" alt="(Fonte: BloombergQuint/Reprodução)" /><figcaption>(Fonte: BloombergQuint/Reprodução)</figcaption></figure></div>



<p>Em um país onde uma constante luta contra a economia fraca e os altos índices de pobreza era travada, estima-se que cerca de 31 milhões de filipinos participaram da promoção Number Fever – o equivalente a metade da população do país naquele tempo. As pessoas queriam mudar de vida, nem que para isso precisassem gastar o pouco que tinham.</p>



<p>A essa altura, o país havia sucumbido a uma histeria em massa. A polícia prendeu milhares de pessoas que roubavam as tampas premiadas das outras, cometiam saques ou entravam em luta corporal em locais públicos. No entanto, o pior ainda estava por vir.</p>



<p>Às 18h de 25 de maio de 1992, cerca de 70% dos cidadãos filipinos estavam diante de suas televisões sintonizadas no Canal 2, prontos para ouvir a Pepsi anunciar a sequência final de 1 milhão de pesos indonésios que mudaria para sempre a vida de 1 dos milhares de participantes. O número sorteado foi o 349.</p>



<div class="mt-2"><figure class="aligncenter"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2020/09/24/24202711374011.png" alt="(Fonte: Web360/Reprodução)" /><figcaption>(Fonte: Web360/Reprodução)</figcaption></figure></div>



<p>A Pepsi só percebeu o erro quando teve que lidar com uma legião de pessoas empurrando os portões da empresa para coletar o prêmio. O problema foi que a DG Consultores não se atentou que a sequência 349 estava na lista dos números proibidos a ser divulgados, simplesmente porque havia mais de 800 mil tampas impressas com ele no mercado, em vez de apenas duas.</p>



<p>Para tentar dar um jeito na situação, a Pepsi inicialmente alegou que as tampas não continham um número de série adequado. Depois, o discurso culpou uma falha no computador, que teria escolhido o número por engano. Quando nenhuma dessas convenceu o público, a empresa passou a tentar confundi-los comprando páginas em jornais e propagandas na televisão divulgando que o número sorteado era o 134.&nbsp;</p>



<p>Essa trapaça foi a responsável principal por desencadear de vez uma onda de fúria na população.</p>



<h2>A revolta das garrafas</h2>



<div class="mt-2"><figure class="aligncenter"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2020/09/24/24202844452012.webp" alt="(Fonte: Mental Floss/Reprodução)" /><figcaption>(Fonte: Mental Floss/Reprodução)</figcaption></figure></div>



<p>A revolta se misturou ao sentimento anticolonial que o país lutava desde a dominação espanhola no século XVI. Após vencer a Revolução Filipina como aliado do país, em vez de garantir a tão sonhada independência ao povo filipino, os Estados Unidos os colonizou e os manteve assim até meados de 1946. Mesmo após isso, o estilo de vida norte-americano ficou impregnado em vários aspectos da vida filipina, e a população já estava cansada de ser explorada e manipulada por símbolos americanos.</p>



<p>Multidões foram às ruas em Manila, capital do país, para destruir os produtos da Pepsi e protestar. Mais de 40 caminhões carregados de refrigerantes da fabricante foram virados, queimados ou vandalizados pelos manifestantes. Os escritórios corporativos da Pepsi sofreram ataques de coquetéis molotov e explosivos caseiros. Uma granada caseira matou uma professora e um estudante depois de não explodir em um dos alvos. Milhares de pessoas ficaram gravemente feridas e algumas morreram em meio ao confronto policial.</p>



<div class="mt-2"><figure class="aligncenter"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2020/09/24/24203006389014.jpg" alt="(Fonte: Money Versed/Reprodução)" /><figcaption>(Fonte: Money Versed/Reprodução)</figcaption></figure></div>



<p>O sucesso da campanha Number Fever rapidamente se tornou o maior fiasco da história das campanhas publicitárias. A Pepsi decidiu que pagaria 500 pesos aos quase 500 mil participantes que se apresentassem com a tampa premiada à empresa, um dano de aproximadamente US$ 6 milhões. De acordo com a revista <em>AsiaWeek</em>, a conta fechou na casa dos US$ 10 milhões para a fabricante.</p>



<p>Em meados de 2006, o Supremo Tribunal das Filipinas inocentou a Pepsi das acusações sob a alegação de erro. No entanto, a justiça para os cidadãos filipinos veio por meio dos gastos milionários que a companhia de refrigerante teve entre multas comerciais e restituições.&nbsp;</p>



<p>Além disso, a Pepsi foi enterrada de vez no mercado filipino, sendo superada nas vendas até por refrigerantes locais, mantendo a Coca-Cola inabalada no topo da indústria.</p>


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Pepsi Number Fever: a promoção mais desastrosa da história

Imagem de Cientistas retiram DNA de besouros presos em resina de árvore no megacurioso

De forma inédita, geneticistas conseguiram extrair material genético de insetos que estavam incrustados em resinas de árvores. O DNA foi obtido a par


<p>De forma inédita, geneticistas conseguiram extrair material genético de insetos que estavam incrustados em resinas de árvores. O DNA foi obtido a partir de duas amostras de âmbar retiradas de uma árvore <em>Hymenaea verrucosa</em>, em Madagascar, que continham espécimes de besouros preservados na resina enquanto ainda era &#8220;jovem&#8221; e pegajosa.</p>



<p>Até então, a retirada de DNA de espécimes presas em <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/116109-espermatozoide-de-100-milhoes-de-anos-e-o-mais-antigo-ja-descoberto.htm" target="_blank" rel="noopener noreferrer">âmbar</a> era considerada difícil devido à contaminação e a falhas em técnicas de reconhecimento genético, mas a nova descoberta abre um horizonte para aprimorar os estudos sobre tempos remotos e os organismos que viveram em épocas antigas. &#8220;Nossos novos resultados mostram que é realmente possível estudar geneticamente organismos que foram incorporados na resina, embora ainda não saibamos o limite de tempo&#8221;, enfatiza o líder do projeto, Dr. David Peris, do Instituto de Geociências e Meteorologia da Universidade de Bonn, Alemanha.</p>



<p>Segundo os cientistas, as amostras coletadas tinham cerca de 2 a 6 anos de idade e seu material genético foi replicado graças à técnica de reação em cadeia da polimerase, que permite a multiplicação do DNA e a sua condensação em tubos de ensaio. “Esse método nos permitiu realizar várias verificações de autenticidade para que pudéssemos ter certeza de que o <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/116307-gene-neandertal-pode-aumentar-risco-de-casos-graves-de-covid-19.htm" target="_blank" rel="noopener noreferrer">DNA</a> detectado em nossos experimentos era, de fato, de besouros preservados na resina”, comentou Kathrin Janssen, do Instituto de Microbiologia Médica.</p>



<div class="mt-2"><figure class="aligncenter"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2020/10/06/06100314349211.jpg" alt="(Fonte: Dr. David Peris / Reprodução)" /><figcaption>(Fonte: Dr. David Peris / Reprodução)</figcaption></figure></div>



<p>Com a descoberta, os geneticistas esperam compreender melhor aspectos fundamentais da preservação do DNA em resina e entender como ocorre a determinação de uma janela temporal, conseguindo datar, com uma maior exatidão, o período de &#8220;embalsamento&#8221; das amostras sem perder suas principais propriedades físico-químicas.</p>



<h2>Tentativas de coleta em âmbar</h2>



<p>Anteriormente, as coletas de material genético em resinas de árvores eram realizadas com a adição de clorofórmio ou álcool 70% no processo de extração. Porém, em casos em que o âmbar não estava contaminado naturalmente, as substâncias alcoólicas comprometeram o DNA e impediram o avanço dos estudos. Nas novas pesquisas, além da técnica de cadeia da polimerase, foi utilizado <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/116155-ta-servido-bebidas-nojentas-sao-a-grande-atracao-de-museu-sueco.htm" target="_blank" rel="noopener noreferrer">álcool</a> 80% ou superior, resultando em resíduos melhor preservados.</p>



<p>Apesar das resinas não serem consideradas antigas, já que possuem um máximo de 6 anos, espera-se que, nos próximos estudos, as técnicas de &#8220;sequenciamento de próxima geração&#8221; possam contribuir com avanços significativos nas pesquisas sobre o DNA.</p>


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Cientistas retiram DNA de besouros presos em resina de árvore

Imagem de Crânio do 1º milênio revela ataque brutal a jovem inglesa no megacurioso

Cientistas encontraram o crânio de uma jovem inglesa que morreu logo após ser brutalmente mutilada próximo à localidade de Basingstoke. Estima-se que


<p>Cientistas <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/113164-tecnologia-e-arqueologia-se-unem-para-desvendar-enigmas-do-passado.htm" target="_blank" rel="noopener noreferrer">encontraram o crânio</a> de uma jovem inglesa que morreu logo após ser brutalmente mutilada próximo à localidade de Basingstoke. Estima-se que o ataque tenha ocorrido no século VIII ou IX e que seu nariz e lábio tenham sido cortados da face com o auxílio de uma lâmina afiada.</p>



<p>Ainda segundo os cientistas, é possível que a jovem também tenha sido escalpelada — ou seja, que parte do seu couro cabeludo tenha sido arrancada, também por meio de um instrumento afiado. Estão sendo feitos testes que confirmarão ou não essa hipótese, mas esse era um hábito comum à época.</p>



<h2>Ataque</h2>



<div class="mt-2"><figure class="aligncenter"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2020/10/03/03014510918414.jpg" alt="Detalhes do crânio revelam que a mutilação causou a morte da jovem em pouco tempo." /><figcaption>Detalhes do crânio revelam que a mutilação causou a morte da jovem em pouco tempo. (Fonte: Cambridge University Press)</figcaption></figure></div>



<p>A mulher inglesa esperou cerca de mil anos para ter sua ossada descoberta (as escavações são da década de 1960), mas foi necessário um pouco mais de paciência até que os cientistas se debruçassem sobre seu caso.</p>



<p>Recentemente, a equipe se deu conta de que o crânio da jovem estava coberto de terra e, portanto, não havia sido examinado. Por isso, apenas nos últimos meses sua história pôde ser contada na revista <em>Antiquity</em>, da Universidade de Oxford — a boa notícia é que <a href="https://www.google.com/url?client=internal-element-cse&amp;cx=004238318321071068280:rcwgwv4dsro&amp;q=https://www.megacurioso.com.br/ciencia/104795-como-drones-estao-ajudando-arqueologos-a-fazer-uma-revolucao-na-area.htm&amp;sa=U&amp;ved=2ahUKEwjnstTc0ZfsAhX0LLkGHUCbBHY4FBAWMAB6BAgDEAI&amp;usg=AOvVaw0BzpMJNF6TH6M1VHH4INZK" target="_blank" rel="noopener noreferrer">a tecnologia vem facilitando a análise</a>.</p>



<p>Ao que se sabe, trata-se de uma jovem de 15 a 18 anos que foi agredida com um instrumento de corte de ferro. A julgar pela autópsia tardia, os ferimentos causados na extração de partes da boca e do nariz não cicatrizaram, o que indica que ela morreu logo após o ataque.</p>



<p>Os arqueólogos acreditam ainda que o crime possa estar relacionado a uma possível punição pelos hábitos sexuais da jovem. <a href="https://www.megacurioso.com.br/busca?q=mutilado#gsc.tab=0&amp;gsc.q=mutilado&amp;gsc.page=1" target="_blank" rel="noopener noreferrer">A mutilação possui</a> alto nível de formalidade, segundo os pesquisadores, o que indica um método ritualizado e preciso.</p>



<p>Isso faz sentido ao se considerar que o rosto é uma região bastante irrigada. Assim, danos mais profundos podem ter causado uma hemorragia intensa e causado a morte da jovem por sufocamento.&nbsp;</p>


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Crânio do 1º milênio revela ataque brutal a jovem inglesa

Imagem de Arqueólogos acham sepultura de povo que inspirou Game of thrones no megacurioso

Boa notícia para os fãs de arqueologia: cientistas publicaram um estudo sobre uma ossada de cerca de 2500 anos encontrada na região da atual Sibéria,


<p>Boa notícia para os fãs de arqueologia: cientistas publicaram um estudo sobre uma ossada de cerca de 2500 anos encontrada na região da atual Sibéria, no território russo, em um túmulo pertencente à civilização Tagar.</p>



<p>E ótima notícia para os fãs de Game of Thrones: se você é fã de carteirinha da série, deve saber que trata-se da civilização usada como referência de criação para a casa Targaryen. Ou seja, da ascendência da <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/104238-quem-e-o-grande-protagonista-de-game-of-thrones-o-banco-de-dados-responde.htm" target="_blank" rel="noopener noreferrer">Rainha Daenerys</a>.</p>



<h2>Túmulo</h2>



<div class="mt-2"><figure class="aligncenter"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2020/10/04/04165217287032.jpg" alt="Túmulo coletivo da cultura guerreira Tagar, que inspirou a criação do clã Targaryen em GoT." /><figcaption>Túmulo coletivo da cultura guerreira Tagar, que inspirou a criação do clã Targaryen em GoT. (Fonte: Archeology)</figcaption></figure></div>



<p>A descoberta ocorreu durante escavações para a construção de uma ferrovia. Na sepultura milenar foram encontrados os restos mortais de um homem, duas mulheres (uma jovem e uma mais velha) e uma criança. É provável que essas pessoas tivessem proximidade familiar, mas o exame de DNA ainda confirmará se essa hipótese está correta.</p>



<p>O corpo da jovem senhora estava aos pés do casal adulto, que jazia lado a lado. Já o bebê sepultado possuía cerca de um mês de vida e estava com os ossos espalhados pelo túmulo. Os arqueólogos cogitam que, por serem mais leves, foram movidos por roedores que se alimentaram do corpo da criança.</p>



<p>Além dos corpos, foram encontrados no local artefatos de bronze, como punhais, machados, espelhos e um pente feito do chifre de um animal da região. As escavações ainda têm um longo período pela frente e os pesquisadores acreditam que muitos outros detalhes da cultura Tagar podem surgir no próximo período.</p>



<h2>Guerreiros</h2>



<div class="mt-2"><figure class="aligncenter"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2020/10/04/04164735285029.jpg" alt="Cenário siberiano não deixa nada a desejar em relação às paisagens de Game of Thrones." /><figcaption>Cenário siberiano não deixa nada a desejar em relação às paisagens de Game of Thrones. (Fonte: Archeology)</figcaption></figure></div>



<p>O século V a.C., período provável do enterro das pessoas encontradas no túmulo siberiano, faz parte do período chamado Idade de Ferro. Por isso, foram encontrados junto aos corpos uma série de artefatos que seriam necessários aos falecidos no mundo dos mortos e demonstram que as cenas de sangue da série estadunidense também ocorriam no mundo real.</p>


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Arqueólogos acham sepultura de povo que inspirou Game of thrones

Imagem de Fósseis de peixes-boi da Era do Gelo são descobertos no Texas no megacurioso

Pesquisadores identificaram oito ossos de peixes-boi que documentam a primeira ocorrência dos animais no território do Texas, Estados Unidos. A dataç


<p>Pesquisadores identificaram oito ossos de peixes-boi que documentam a primeira ocorrência dos animais no território do Texas, Estados Unidos. A datação dos registros fósseis apontou que as espécies encontradas chegaram a ocupar o território sulista entre 11 mil e 240 mil anos atrás, sugerindo que os grupos de <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/116315-conheca-a-semana-do-urso-gordo-no-alasca.htm" target="_blank" rel="noopener noreferrer">mamíferos</a> aquáticos migraram para a região durante a Era do Gelo e resistiram a temperaturas muito inferiores às mais atuais.</p>



<p>Segundo o autor do projeto, Christopher J. Bell, da Universidade de Austin, Texas, sete espécimes de peixes-boi foram encontrados ao longo das praias de McFaddin e Caplen (na costa noroeste do Golfo do México), enquanto o outro foi encontrado na Baía de Corpus Christi. Dos oito fósseis documentados, sete pertencem ao <em>Trichechus manatus</em>, a mesma espécie que atualmente habita a costa do Golfo do México, e o último pertence a uma subespécie extinta, o <em>Trichechus manatus bakerorum</em>. </p>



<div class="mt-2"><figure class="aligncenter"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2020/10/06/06092240905182.jpg" alt="(Fonte: Christian J. Bell / Reprodução)" /><figcaption>(Fonte: Christian J. Bell / Reprodução)</figcaption></figure></div>



<p>&#8220;Eles foram encontrados em praias que são conhecidas por apresentarem mamíferos característicos da fauna do Pleistoceno, e nossa avaliação de idade é baseada nessa associação e na preservação, cor e densidade comparáveis dos ossos do peixe-boi e ossos de espécies extintas das praias do <a rel="noopener noreferrer" href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/116114-urso-pre-historico-e-descoberto-com-orgaos-pelo-e-focinho-intactos.htm" target="_blank">Pleistoceno</a>&#8220;, disse Christopher J. Bell em artigo publicado no <em>Paleontologia Electronica</em>.</p>



<div class="mt-2"><figure class="aligncenter"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2020/10/06/06092153297181.jpg" alt="(Fonte: Christian J. Bell / Reprodução)" /><figcaption>(Fonte: Christian J. Bell / Reprodução)</figcaption></figure></div>



<p>A pesquisa levanta questões interessantes sobre a ocupação histórica dos peixes-boi, levando os especialistas a considerar as possibilidades dos mamíferos aquáticos terem migrado para o Texas ou terem feito do local uma espécie de lar definitivo. &#8220;Todas essas linhas de evidência apoiam que os ossos dos peixes-boi surgiam de forma constante&#8221;, disse o curador das Coleções de História Natural do SHSU, William Godwin.</p>



<h2>A aventura gelada dos peixes-boi</h2>



<p>Os estudos modernos sobre a migração e a fisiologia dos peixes-boi foram surpreendidos pela identificação dos registros fósseis, pois não confiavam que os animais pudessem sobreviver às baixas temperaturas e às geleiras da <a rel="noreferrer noopener" href="https://www.megacurioso.com.br/misterios/116324-3-sanatorios-macabros-que-parecem-ter-saido-de-um-filme-de-terror.htm" target="_blank">Era do Gelo</a>. Sem nenhuma gordura isolante e com uma baixa atividade metabólica, os mamíferos tradicionalmente buscam regiões tropicais e subtropicais, mantendo distância de climas inóspitos para as espécies.<div data-feat-ref="bordeaux-feat-id-40">&#8220;A presença de peixes-boi no noroeste do Golfo do México no Pleistoceno adiciona um ponto de dados interessante, embora enigmático, para reconstruções paleoambientais da região&#8221;, conclui Christopher J. Bell.</div></p>


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Fósseis de peixes-boi da Era do Gelo são descobertos no Texas

Imagem de Cientistas descobrem 24 planetas que podem ser melhores do que a Terra no megacurioso

Abrigando incontáveis formas de vida, a Terra, ao que parece, pode não ser exatamente o melhor lugar do Universo para manter seus residentes. Cientis


<p>Abrigando incontáveis formas de vida, a Terra, ao que parece, pode não ser exatamente o melhor lugar do Universo para manter seus residentes. Cientistas da Universidade do Estado de Washington, nos Estados Unidos, identificaram 24 planetas&nbsp;<a href="https://www.tecmundo.com.br/ciencia/204281-cientistas-descobrem-candidato-1-exoplaneta-confirmado-historia.htm" rel="noreferrer noopener" target="_blank">fora da Via Láctea</a>&nbsp;que podem conter elementos mais atrativos que os de nosso lar. Alguns deles, inclusive, orbitam estrelas melhores que o Sol.</p>



<p>Sendo exemplares mais velhos, maiores, um pouco mais quentes e até mais úmidos. Aparentemente, até organismos se desenvolveriam neles com mais facilidade, e suas estrelas teriam longevidade maior do que a da nossa. Todos se encontram a uma distância superior a 100 anos-luz daqui. Ainda assim, Dirk Schulze-Makuch, líder do estudo, disse que a descoberta pode ajudar a concentrar observações futuras e auxiliar na procura por outras &#8220;casas&#8221; potenciais.</p>



<p>&#8220;Com os próximos telescópios espaciais chegando, teremos mais informações. Por isso, é importante selecionar alguns alvos. Temos que nos concentrar em certos planetas que têm as condições mais promissoras para a vida complexa. No entanto, temos que ter cuidado para não ficarmos presos à procura de uma&nbsp;<a href="https://www.tecmundo.com.br/ciencia/153919-exoplaneta-semelhante-terra-estrela-similar-sol-descoberto.htm" rel="noreferrer noopener" target="_blank">segunda Terra</a>, porque pode haver planetas que podem ser mais adequados à vida do que o nosso&#8221;, explicou o pesquisador ao&nbsp;<em>Phys.org</em>.</p>



<p><img src="https://mega.ibxk.com.br/2020/10/05/05185851607102.jpg" alt="24 planetas podem ser melhores para a vida do que a Terra."><em>24 planetas podem ser melhores para a vida do que a Terra.</em></p>



<p>Para a análise, Schulze-Makuch, geobiólogo com experiência em habitabilidade planetária, juntou-se a dois colegas para identificar critérios da chamada super-habitabilidade, os astrônomos Rene Heller (do Instituto Max Planck para Pesquisa do Sistema Solar, na Alemanha), e Edward Guinan (da Universidade Villanova, nos EUA). Aí, selecionaram bons candidatos entre os 4,5 mil exoplanetas conhecidos além do nosso Sistema Solar.</p>



<h2>Habitabilidade: nota&#8230; 4!</h2>



<p>Depois de formarem uma lista, os responsáveis pela análise levaram em consideração o fato de que as estrelas em torno das quais os astros orbitam devem ter combustível suficiente para permanecerem ativas até a vida complexa florescer (pelo menos 4 bilhões de anos e, claro, mais do que os 10 bilhões de anos do&nbsp;<a href="https://www.tecmundo.com.br/ciencia/177945-sol-entrou-25-ciclo-importante.htm" rel="noreferrer noopener" target="_blank">nosso Sol</a>) e que os planetas proporcionem tempo o bastante para o avanço da evolução – além de que não sejam velhos a ponto de esgotar seu calor geotérmico ou de perder campos geomagnéticos de proteção. O ponto ideal é que tenham entre 5 bilhões e 8 bilhões de anos.</p>



<p>O tamanho (10% maior do que o do &#8220;planeta azul&#8221;) e a massa (1,5 vez maior que a daqui para reter aquecimento interno e manter a gravidade da atmosfera) não ficaram de fora, assim como a presença de água, se possível, em temperaturas na superfície de 5 graus Celsius maiores que as daqui. Um pouco mais de calor é melhor, pois auxilia na biodiversidade.</p>



<p><img src="https://mega.ibxk.com.br/2020/10/05/05185956263103.jpg" alt="Formas de vida complexas dependem de condições específicas."><em>Formas de vida complexas dependem de condições específicas.</em></p>



<p>Infelizmente, nenhum dos 24 atingiu todos os critérios, mas ao menos 1 tem 4 características que o tornariam mais convidativo que a Terra. &#8220;Às vezes é difícil transmitir esse princípio de planetas&nbsp;<a href="https://www.tecmundo.com.br/ciencia/144527-exoplaneta-potencialmente-habitavel-descoberto-31-anos-luz-terra.htm" rel="noreferrer noopener" target="_blank">super-habitáveis</a>&nbsp;porque pensamos que temos o melhor planeta&#8221;, apontou Schulze-Makuch.</p>



<p>&#8220;Temos muitas formas de vida complexas e diversas. Muitas que podem sobreviver em ambientes extremos. É bom ter uma vida adaptável, mas isso não significa que temos o melhor de tudo&#8221;, ele afirmou.&nbsp;</p>



<p>Lembrando que habitabilidade não significa que esses planetas carreguem, necessariamente, vida. Portanto fica o mistério: temos vizinhos espaciais ou não?</p>



<p><a href="https://www.tecmundo.com.br/ciencia/204814-cientistas-descobrem-24-planetas-melhores-que-terra.htm" data-type="URL" data-id="https://www.tecmundo.com.br/ciencia/204814-cientistas-descobrem-24-planetas-melhores-que-terra.htm" target="_blank" rel="noreferrer noopener">Cientistas descobrem 24 planetas que podem ser melhores do que a Terra</a> via <a href="https://www.tecmundo.com.br/" data-type="URL" data-id="https://www.tecmundo.com.br/" target="_blank" rel="noreferrer noopener">TecMundo</a></p>


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Cientistas descobrem 24 planetas que podem ser melhores do que a Terra

Imagem de Planeta do tamanho da Terra vaga pelo espaço sem uma estrela no megacurioso

Astrônomos já sabem o que é um planeta. No entanto, um termo novo, “planemo” (acrônimo para planetary-mass object, ou "objeto de massa planetária", e


<p>Astrônomos já sabem o que é um planeta. No entanto, um termo novo, “planemo” (acrônimo para&nbsp;<em>planetary-mass object</em>, ou &#8220;objeto de massa planetária&#8221;, em tradução livre), começou a ser usado com a descoberta de um planeta do tamanho da Terra, mas que não orbita nenhuma estrela.</p>



<div class="mt-2"><figure class="aligncenter"><img src="https://64.media.tumblr.com/6a8aff1d3e75a2702b3387a904e5c364/db93031bda8456e7-9f/s540x810/85f380502e5e384632ccb49f782d5f39ae03f859.gifv" alt="" /></figure></div>



<p>Não se sabe a que distância está o OGLE-2016-BLG-1928 nem mesmo o seu tamanho (ele pode ter de 0,3 a 2 vezes a massa da Terra). “O Universo pode estar repleto desses planetas, e nós nem sabemos disso, principalmente porque eles são escuros, sem uma estrela a iluminá-los e difíceis de se localizar”, disse o astrônomo Scott Gaudi, da Ohio State University, que faz parte de uma equipe de astrônomos caçadores de planemos, distribuídos em duas organizações: a Korean Microlensing Telescope Network (KMTN) e o Optical Gravitational Lensing Experiment (OGLE).</p>



<p>Hoje, são conhecidos apenas 21 planetas errantes (sendo que os últimos 4 ainda aguardam confirmação, incluindo o OGLE-2016-BLG-1928, cuja descoberta foi publicada no repositório de artigos&nbsp;<em>arXiv</em>). Os astrônomos em busca desses &#8220;peregrinos espaciais&#8221; usam a distorção da luz no espaço-tempo — um efeito chamado de microlente gravitacional, que produz a ilusão de aumentar ou aproximar objetos distantes, como uma teleobjetiva.</p>



<div class="mt-2"><figure class="aligncenter"><img src="https://64.media.tumblr.com/00ab71f84c0dbcb2a112fb521c4915df/db93031bda8456e7-9a/s540x810/e93c382d9f133051e4242359baa0b7f7356e4f5a.gifv" alt="" /></figure></div>



<h2>Luz curva</h2>



<p>Mesmo que o planeta errante não esteja próximo de uma estrela o suficiente para empanar seu brilho, o corpo luminoso poderia ser usado para descobri-lo. Ao atravessar a trajetória da luz de uma estrela distante, o planemo faz com que a luz se dobre ao seu redor, por conta da curvatura do espaço-tempo. Quanto maior o planeta for, mais a luz se curvará.</p>



<div class="mt-2"><figure class="aligncenter"><img src="https://64.media.tumblr.com/d02822f7b74481b25186eb5d8f9e1390/db93031bda8456e7-2d/s540x810/924e92df3e8e91d7f7ee034cf523b61c535b7bfa.gifv" alt="" /></figure></div>



<p>“O sinal de microlente de um planeta errante dura pouquíssimo: de algumas horas a poucos dias. Depois, desaparece para sempre. Isso os torna difíceis de observar da Terra, mesmo com telescópios infravermelhos”, disse o astrofísico&nbsp;Matthew Penny, da Louisiana State University e coautor de um estudo publicado no fim de agosto no&nbsp;<em>arXiv</em>&nbsp;sobre outro planemo encontrado.</p>



<h2>Trilhões de errantes</h2>



<p>O planemo descoberto tem baixa massa e é relativamente pequeno, por isso não curva muita luz e por pouco tempo — foi encontrado em um evento de microlentes que durou apenas 41,5 minutos (tempo insuficiente para coletar mais dados). Segundo os autores, “essa é a microlente de curto prazo mais extrema descoberta até hoje”.</p>



<p>Podem haver bilhões, ou mesmo trilhões, de planetas errantes flutuando livremente pela Via Láctea. Alguns astrônomos os chamam de “planetas rebeldes” por não terem-se sujeitado à gravidade de uma estrela&nbsp;na formação de sistemas planetários e, por isso, acabaram sendo lançados ao espaço para se virarem sozinhos.</p>



<div class="mt-2"><figure class="aligncenter"><img src="https://64.media.tumblr.com/a77cfdff6948dacc02247da1d696ec35/db93031bda8456e7-cc/s1280x1920/36ac32f9dec50cc235b7d69f5a596cbb1cab7abf.gifv" alt="" /></figure></div>



<p>Mesmo assim, a hipótese de o planemo ter uma estrela &#8220;para chamar de sua&#8221; não foi eliminada. Os astrônomos excluíram a presença de qualquer estrela a uma distância de 8 UAs do OGLE-2016-BLG-1928 (1 unidade astronômica corresponde à distância entre a Terra e o Sol), mas existem órbitas bem maiores do que isso — como a de Netuno, que é de 30 UAs.</p>



<p><a href="https://www.tecmundo.com.br/ciencia/204806-planeta-tamanho-terra-vaga-espaco-estrela.htm" data-type="URL" data-id="https://www.tecmundo.com.br/ciencia/204806-planeta-tamanho-terra-vaga-espaco-estrela.htm" target="_blank" rel="noreferrer noopener">Planeta do tamanho da Terra vaga pelo espaço sem uma estrela</a> via <a href="https://www.tecmundo.com.br/" data-type="URL" data-id="https://www.tecmundo.com.br/" target="_blank" rel="noreferrer noopener">TecMundo</a></p>


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Planeta do tamanho da Terra vaga pelo espaço sem uma estrela

Imagem de Alquimia sideral: quantia de ouro no Universo ainda não tem explicação no megacurioso

Por séculos, alquimistas tentaram, de diversas maneiras, criar ouro a partir da combinação de substâncias, sem sucesso, e a tarefa chegou a ser concr


<p>Por séculos, alquimistas tentaram, de diversas maneiras, criar ouro a partir da combinação de substâncias, sem sucesso, e a tarefa <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/108473-voce-sabia-possivel-transformar-chumbo-ouro.htm" target="_blank" rel="noopener noreferrer">chegou a ser concretizada</a> com o auxílio de um acelerador de partículas, mas não é nada simples – já que se trata de um elemento único, formado pela combinação de 79 prótons e 118 nêutrons ao redor de um núcleo atômico. Hoje em dia, cientistas concordam que o surgimento do metal é resultado de um poderoso processo de fusão nuclear, entretanto, mesmo com o conhecimento científico adquirido nesse tempo todo, ainda existe um mistério difícil de desvendar: como é possível que haja tanto no Universo?</p>



<p>Pesquisadores do Reino Unido buscaram essa resposta e, com base em 341 outros estudos, criaram modelos robustos de como a galáxia evolui e dá origem a novos produtos químicos, visando entender a frequência com que colisões de estrelas de nêutrons são capazes de estabelecer um verdadeiro &#8220;<a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/108168-cientistas-criam-ouro-sintetico-com-qualidade-superior-a-do-natural.htm" target="_blank" rel="noopener noreferrer">toque de Midas</a>&#8221; espacial. Esta é uma teoria amplamente divulgada por teóricos. Os resultados, infelizmente, não forneceram a receita ideal para entendermos o montante daquilo que vale mais do que dinheiro espalhado por aí.</p>



<p>Ainda que esses encontros sejam capazes de lançar diversas riquezas pelas galáxias, para que o ouro surja, os corpos celestiais precisam ter massa suficiente para fundi-lo antes de morrerem – e aqueles que apresentam as características ideais geralmente se tornam <a href="https://www.megacurioso.com.br/astronomia/55567-nasa-explica-o-que-e-um-buraco-negro.htm" target="_blank" rel="noopener noreferrer">buracos negros</a> quando explodem, sugando todo o material novamente.</p>



<div class="mt-2"><figure class="aligncenter"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2020/10/05/05132053290270.jpg" alt="Afinal, de onde vem todo o ouro do Universo?" /><figcaption>Afinal, de onde vem todo o ouro do Universo? (Fonte: Unsplash)</figcaption></figure></div>



<h2>Quando o raro é raro mesmo!</h2>



<p>Chiaki Kobayashi, astrofísica da Universidade de Hertfordshire, e sua equipe, então, lançaram uma nova hipótese: tudo pode ocorrer com a ajuda das chamadas supernovas magneto-rotacionais, que, segundo ela, giram rápido demais e são destruídas por poderosos campos gravitacionais, lançando jatos de matéria incandescente no espaço – incluindo ouro. Mesmo aqui, um porém não deixou de aparecer: aquelas que criam o metal são raras; aquelas que o desenvolvem e, também, o <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/115789-terra-e-polvilhada-por-fragmentos-de-supernova-afirmam-cientistas.htm" target="_blank" rel="noopener noreferrer">espalham</a> são mais raras ainda.</p>



<p>Resumindo, ainda que se some processos convencionais de colisão de estrelas de nêutrons e os propostos, não se sabe de onde veio a quantidade do elemento existente até mesmo na Terra. Felizmente, a dedicação não foi em vão.</p>



<p>Os responsáveis pelo método conseguiram explicar a formação de átomos leves, como o carbono-12, e tão pesados quanto o urânio-238 – o que é considerada uma ampla gama de elementos. A matemática, neste caso, não falhou. Já a alquimia permanece tão obscura quanto sempre o foi – e nem toda tecnologia atual é capaz de revelá-la.</p>


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Alquimia sideral: quantia de ouro no Universo ainda não tem explicação

Imagem de Desmatamento na Amazônia: mundo corre risco de novas pandemias no megacurioso

A humanidade já passou por diversos momentos em que a população vivenciou a disseminação de doenças, que tomaram o cenário global. Diversas partes do


<p>A humanidade já passou por diversos momentos em que a população vivenciou a disseminação de doenças, que tomaram o cenário global. Diversas partes do mundo presenciaram epidemias que se transformaram em pandemias, desafiando a sobrevivência dos seres humanos.</p>



<p>Microrganismos como vírus, fungos, parasitas e bactérias estão em diversas partes do planeta — em animais, águas contaminadas, lixos e no ambiente como um todo — e podem em algum momento chegar até determinada população humana.</p>



<p>A pandemia surge exatamente quando esses organismos transitam entre diversos tipos de seres vivos e conseguem se produzir de maneira rápida ao ponto em que a transmissão se torne descontrolada até mesmo entre os seres humanos.</p>



<h2><strong>O que é uma pandemia?</strong></h2>



<p>Pandemia é quando há uma disseminação mundial de uma nova doença. Os termos epidemia e surto deixam de ser usados e dão lugar a pandemia para caracterizar a transmissão sustentada de uma doença, que passa rapidamente pelos continentes.</p>



<p>Conforme a&nbsp;<a href="https://www.who.int/eportuguese/countries/bra/pt/" target="_blank" rel="noreferrer noopener">Organização Mundial de Saúde</a>&nbsp;(OMS), existem três pré-requisitos para a ocorrência de uma pandemia. O primeiro é o aparecimento de um novo vírus, ao qual a população humana tenha pouca ou quase nenhuma imunidade como defesa. O segundo é a possibilidade de o vírus replicar na humanidade e causar uma doença severa. Já o terceiro se refere à transmissão fácil de pessoa para pessoa.</p>



<h2><strong>O contexto histórico das pandemias</strong></h2>



<div class="mt-2"><figure class="aligncenter"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2020/10/05/infografico-atualizado-2-05190531406106.png" alt="Infográfico atualizado 2" /></figure></div>



<h2><strong>Fatores que influenciam o surgimento de novas pandemias e a sua relação com a natureza e o desmatamento da Amazônia</strong></h2>



<p>O monitoramento por satélite realizado pelo&nbsp;<a href="http://www.inpe.br/" target="_blank" rel="noreferrer noopener">Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais</a>&nbsp;(Inpe) registrou nos últimos 12 meses um aumento de 34% nos alertas de desmatamento na Amazônia.</p>



<p>Durante a pandemia do novo&nbsp;<a href="https://www.tecmundo.com.br/coronavirus/" target="_blank" rel="noreferrer noopener">coronavírus</a>, o bioma apresentou um aumento de 25% nos alertas de&nbsp;<a href="https://www.tecmundo.com.br/ciencia/156017-desmatamento-extincoes-aumentam-risco-novas-pandemias.htm" target="_blank" rel="noreferrer noopener">desmatamento</a>, divulgados pelo&nbsp;<a href="http://www.obt.inpe.br/OBT/assuntos/programas/amazonia/deter/deter" target="_blank" rel="noreferrer noopener">Sistema de Detecção de Desmatamento em Tempo Real&nbsp;</a>(Deter) do Inpe. Somente neste ano,&nbsp;6.756,73 km² da Amazônia já foram desmatados.</p>



<p>Conforme dados do&nbsp;<a href="https://imazon.org.br/" target="_blank" rel="noreferrer noopener">Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia</a>&nbsp;(Imazon), os alertas de desmatamento tiveram um aumento de 68% em agosto, com relação ao ano passado.</p>



<p>Há diversos anos cientistas e ONGs avisam sobre os prejuízos que o desmatamento e a exploração da Amazônia podem causar para a população mundial. Um dos principais riscos é o surgimento de doenças e zoonoses, que podem desencadear pandemias como a do novo coronavírus.</p>



<p>O&nbsp;<a href="https://www.greenpeace.org/brasil/" target="_blank" rel="noreferrer noopener">Greenpeace</a>&nbsp;é uma organização ambiental criada há mais de 40 anos para construir um mundo mais verde e pacífico; atua em questões relacionadas à preservação do meio ambiente e ao desenvolvimento sustentável, trabalhando para proteger o meio ambiente, promover a paz e engajar pessoas a transformarem suas realidades. A ONG atua em 55 países de modo ativista, global e independente e está presente no Brasil desde 1992, sem receber doações de governos, empresas ou partidos políticos, apenas de pessoas físicas.</p>



<p>A gestora ambiental e porta-voz da campanha de Amazônia do Greenpeace Brasil, Cristiane Mazzetti, comenta os principais problemas que o desmatamento pode trazer para o surgimento de uma nova pandemia.</p>



<p>“Uma mensagem já reforçada por cientistas é que, se quisermos evitar futuras pandemias, precisamos parar a destruição do meio ambiente. Ao desmatar entramos em contato com patógenos (vírus e bactérias que podem nos causar doenças). Por exemplo, desde 1940, 31% das doenças zoonóticas (que passam de animais para humanos) tiveram suas causas na mudança do uso do solo, ou seja, desmatamento. O risco é maior em florestas tropicais que têm maior biodiversidade. É o caso de HIV, ebola e zika”, diz Cristiane.</p>



<p>O doutor, pesquisador e coordenador de pesquisas em Ecologia no&nbsp;<a href="http://portal.inpa.gov.br/" target="_blank" rel="noreferrer noopener">Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia</a>&nbsp;(INPA), Adalberto Luis Val, explica a possibilidade de migração dos vírus para os seres humanos.</p>



<p>“Estamos sempre preocupados com o que se chama em inglês de ‘jumping virus’, ou seja, é o vírus pulando lá do reservatório da floresta para a sociedade humana. É preciso entender também que existe uma quantidade muito grande desses mesmos vírus pulando para organismos que estão dentro da própria floresta ou então para organismos que têm um potencial econômico, e os próprios peixes são um exemplo disso”, afirma Val. &nbsp;</p>



<p>Os animais podem ser fontes de doenças infecciosas causadas por vírus, bactérias e parasitas e, quando há um contato próximo com um ser humano, podem transportar esses microrganismos para o organismo humano. Val destaca que “a nossa tendência é domesticar alguns desses organismos que vivem na floresta, portanto eles são também muito vulneráveis a esses vírus, que estão soltos na floresta”.</p>



<p>A floresta é um dos principais locais no mundo que guardam centenas de milhares de espécies de organismos de todos os tipos que podem servir como um “habitat” para novos vírus.</p>



<p>“O&nbsp;<a href="https://www.iec.gov.br/" target="_blank" rel="noreferrer noopener">Instituto Evandro Chagas</a>, que fica em Belém (PA), está hoje trabalhando justamente com essa questão dos vírus. Em uma conversa, um professor que trabalha nesse instituto disse que já existem alguns milhares de vírus em organismos na floresta — desde pequenos mamíferos da floresta até plantas têm vírus. E sabemos que alguns desses são capazes de infectar humanos e produzir doenças endêmicas locais”, conta Val.</p>



<p>A floresta tropical amazônica passa pelo noroeste do Brasil e vai até Colômbia, Peru e outros países da América do Sul. A floresta tropical é a maior do mundo em biodiversidade e abriga milhares de rios em toda a sua extensão: no total são 5.500.00 km² de área, sendo o ponto mais alto o Pico da Neblina, com 2.993 metros.</p>



<p>Doutor e pesquisador que atuou por durante quase 38 anos no Inpe, Carlos Nobre confirma que a Amazônia é o local com a maior biodiversidade de microrganismos e que pode apresentar uma nova pandemia a qualquer momento.</p>



<p>“As cidades cresceram muito em cima da floresta, bem nessa fronteira da floresta. Então um vírus, uma bactéria ou um protozoário pode migrar, sim. A probabilidade de zoonoses aumenta muito, e é por isso que se diz que, se continuarmos com o desmatamento da Amazônia nesse ritmo globalmente, é ‘sorte’ que uma grande pandemia mundial não tenha se originado ainda na Amazônia, o lugar com mais espécies de microrganismos do mundo”, alerta Nobre.</p>



<p>Um dos principais fatores que podem influenciar o surgimento de uma pandemia direto da floresta é a possibilidade de um vírus “saltar” para um novo hospedeiro. Esse processo é denominado de zoonose e pode se tornar ainda mais grave no novo hospedeiro.</p>



<p>O pesquisador Adalberto Val acrescenta que, “uma vez que um vírus acaba chegando ao homem, se for um vírus com características de rápida disseminação e que cause problemas, ocorre o que temos vivido com a covid-19”. Val lembra que já houve diversos casos na humanidade de vírus que “pulavam” para a espécie humana.</p>



<p><em>“Nós já tivemos alguns episódios de vírus pulando para humanos e causando epidemias, mas o potencial para que isso aconteça é muito alto. Alguns autores dizem que não é se vai acontecer, mas uma questão de quando isso vai acontecer.”</em></p>



<p>O cientista destaca que o principal caminho para evitar esse tipo de acontecimento é trabalhar na preservação do meio ambiente que a floresta compõe. “Precisamos parar de ‘cutucar a floresta com vara curta’, pois isso pode nos colocar em risco em um futuro próximo. Não colocou até agora porque a quantidade de intervenções que fazíamos na floresta era relativamente pequena; o cenário muda à medida que ampliamos isso com novas áreas de mineração e expansão das cidades — não só no Brasil, mas também nos demais países amazônicos. Tudo isso acaba aumentando dramaticamente o risco de algumas dessas pessoas atuarem nessas intervenções como portadoras de uma virose de lá do meio da floresta para as sociedades que vivem nas cidades”, alega Val.</p>



<p>O pesquisador Carlos Nobre também alerta que ataques à floresta aumentam as chances de que haja um vírus com grau elevado de disseminação para a população, como outros já conhecidos pela humanidade.</p>



<p><em>“É ‘sorte’ que nenhuma pandemia até hoje do grau de letalidade e severidade de covid-19, Sars 1, ebola, HIV e zika tenha se originado na Amazônia, mas isso não é impossível, porque todos os elementos estão lá: perturbação da vida selvagem e humanos que vão na florestas e podem ser os vetores para trazer vírus, bactérias, parasitas, protozoários ou patógenos para cá.”</em></p>



<h2><strong>Distribuição de área de desmatamento ao longo do tempo</strong></h2>



<div class="mt-2"><figure class="aligncenter"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2020/10/02/02185051358347.jpg" alt="Gráfico 01" /><figcaption>Fonte: TerraBrasilis/Inpe</figcaption></figure></div>



<p>A gestora ambiental Cristiane Mazzetti explica que “trabalhamos há muitos anos para conter e zerar o desmatamento na Amazônia, pois ele contribui negativamente para a crise do clima e a perda da biodiversidade. Quando ocorre o desmatamento, o carbono presente na floresta é liberado e também acabamos com o habitat das espécies da biodiversidade”.</p>



<p>Os dados do Inpe de 1º de agosto coletados pelo satélite mostram 6,8 mil regiões dentro da Amazônia que foram tomadas por incêndios em julho, tendo um aumento de 28% com relação ao mesmo período em 2019. Já o início de agosto registrou um crescimento de 17% com relação ao mesmo mês no ano passado e demonstra que as temporadas de incêndio começaram antecipadamente em 2020.</p>



<p>Mestre e perito criminal federal na área de meio ambiente, Gustavo Geiser explica como funciona o trabalho de atuação da polícia diante dos alertas de desmatamento na amazônia.</p>



<p>“A polícia judiciária trabalha provocada; isso significa que existe uma denúncia, um alerta de desmatamento, enfim, algo que provoca o Estado a agir. Havendo essa denúncia, surge uma hipótese para ser verificada. Nós buscamos a autoria, para verificar quem cometeu aquele crime e a materialidade, exatamente qual é aquele crime. O meu papel é a descrição dessa materialidade”, afirma Geiser.</p>



<p>O perito ainda destaca as dificuldades diante do processo. “Infelizmente, não temos pernas para abrir inquéritos para cada um dos desmatamentos, então temos a esfera administrativa, Ibama, ICMBio, entre outras, que atuam primeiro e, quando chega na esfera criminal, nós instruímos o processo.”</p>



<p>O cientista Carlos Nobre previu em 1997 que, se o processo de desflorestamento for mantido, parte da Amazônia irá se tornar uma savana em período que pode variar de 50 a 100 anos. Esse processo pode influenciar diretamente o processo da disseminação de novas zoonoses e doenças infecciosas de alto risco para a população humana.</p>



<p>“Essa transformação é como se você libertasse centenas de milhares de espécies de microrganismos que estão naquele equilíbrio. De repente, não existe mais a floresta, e eles espalham — em inglês, conhecido como ‘spillover’, que é o espalhamento. A grande preocupação quanto a zoonoses é justamente o espalhamento”, confirma Nobre.</p>



<p>“Os microrganismos estão em um ambiente com clima típico de dentro da floresta, com pouca variação de temperatura, e de repente se encontram em um clima de savana, muito seco durante uma parte do ano, com uma temperatura bem mais alta. Eles vão morrer, buscar adaptação e ir para outros animais”, descreve Nobre.</p>



<p>Os riscos da migração de zoonoses para a população diante de uma savanização da floresta é grande, devido à perturbação do ambiente onde milhares espécies de vírus vivem atualmente. “Há diferentes espécies de formigas vivendo em cada área da Amazônia; o Reino Unido inteiro não tem 300 espécies de formigas, nem a Escandinávia. Então, essa comparação é só para mostrar que se trata de um local com várias espécies, microrganismos, plantas, animais — e tudo está em equilíbrio, interagindo e evoluindo”, acrescenta Nobre.</p>



<p><em>“A perturbação das florestas tropicais coloca um risco de virar um fenômeno e, a cada semana, ter uma nova zoonose. Nós precisamos combater as mudanças climáticas, a crise climática, a perda de biodiversidade e manter o clima das florestas para evitar esse enorme risco de pandemias”.</em></p>



<h2><strong>Estados com maior área de desmatamento</strong></h2>



<div class="mt-2"><figure class="aligncenter"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2020/10/02/grafico-02-02185127655351.jpg" alt="Gráfico 02" /><figcaption>Fonte: TerraBrasilis/Inpe</figcaption></figure></div>



<p>Conforme os&nbsp;<a rel="noreferrer noopener" href="http://terrabrasilis.dpi.inpe.br/" target="_blank">dados de alertas de desmatamento do Inpe</a>, diversos estados tiveram picos. Cristiane Mazzetti ressalta que “enquanto muitos estavam em home office, esse não foi o caso daqueles que destroem a Amazônia, e o desmatamento tem aumentado significativamente”.</p>



<p>O cientista Carlos Nobre também destaca a importância de investir na preservação na floresta para evitar prejuízos maiores como o da covid-19. “Um estudo recente mostrou que o custo de preservar as florestas tropicais é uma ‘fraçãozinha’ do prejuízo que a covid-19 está gerando para a economia mundial.”</p>



<h2><strong>Municípios com maior área de desmatamento</strong></h2>



<div class="mt-2"><figure class="aligncenter"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2020/10/02/grafico-03-02185206140353.jpg" alt="Gráfico 03" /><figcaption>Fonte: TerraBrasilis/Inpe</figcaption></figure></div>



<p>Os 5 municípios com maiores alertas de desmatamento são: Altamira (633,28 km²), São Félix do Xingu (468,87 km²), Porto Velho (414,07 km²), Lábrea (379,47 km²) e Novo Progresso (286,91 km²). Segundo Cristiane Mazzetti, isso vem acontecendo principalmente “porque temos, infelizmente, um governo que atua contra o meio ambiente. Desde que assumiu, o governo atual tem enfraquecido os órgãos que exercem a proteção ambiental e enfraquecido as operações para o controle do desmatamento. Com isso, desmatadores, garimpeiros, grileiros (aqueles que roubam terras públicas) e grandes proprietários de terra aproveitam a situação e avançam sobre a floresta. A verdade é uma só: o desmatamento está fora de controle na Amazônia”.</p>



<p>O perito Gustavo Geiser apresenta os principais problemas e impasses da atuação da polícia nos alertas de desmatamento, que ocorrem na floresta durante a pandemia do novo coronavírus.</p>



<p>“O coronavírus acaba dificultando a ação do Estado. Várias pessoas na delegacia tiveram coronavírus — eu mesmo fiquei afastado 3 semanas de cama. Então, a equipe disponível diminuiu; o planejamento era de reunir 40 pessoas, mas levamos em consideração o risco agora. E ainda tem a questão das terras indígenas: devemos ter contato com eles nesse momento? São decisões delicadas, porque corremos o risco de levar o coronavírus para a aldeia. Porém, se eu não tirar os garimpeiros de lá, eles é que vão levar o coronavírus até os povos indígenas”, relata Geiser.</p>



<p>O pesquisador Adalberto Val separa em três grupos esse processo de exploração ligado à possibilidade de surgirem novas pandemias como a da covid-19. “O primeiro é o grande grupo chamado ‘uso da terra’, que envolve o desmatamento raso para a criação de bois, plantação de cana, soja etc. O mundo já acordou para essa realidade e tem plena consciência de que precisamos parar com isso; também há as questões de mineração, abertura de estradas e coisas desse tipo.”</p>



<p>O segundo grupo traz o contexto das mudanças climáticas e a emissão descontrolada de dióxido de carbono. “Nós podemos não ser os maiores emissores de dióxido de carbono, mas dividimos com o mundo os problemas que esse aumento das emissões de dióxido carbono causa em todo o planeta”, acrescenta Val.</p>



<p>“O terceiro ponto é a informação, que é central para todos esses processos. Primeiramente, a vasta informação sobre a Amazônia não é de domínio dos países amazônicos. Para a região da Amazônia, que representa cerca de 60% do território brasileiro, o Brasil hoje recebe 2 e não mais que 2,5 % dos investimentos para a área de ciência e tecnologia. Ou seja, se quisermos colocar a Amazônia na nossa agenda de ciência e tecnologia, precisamos sair desses investimentos históricos e galgar para um investimento massivo na região e, de tal forma, fixar pessoas qualificadas lá para produzir as informações que queremos.”</p>



<p>O cientista amplia o contexto da Amazônia e da possibilidade do surgimento de doenças que podem afetar a humanidade para reiterar a importância da ciência como meio de conhecer e prevenir a sociedade de acontecimentos como a pandemia da covid-19. “Se não conhecermos a nossa casa — e a Amazônia é parte da nossa casa —, não teremos soberania sobre essa parte. Essa questão não pode ser dissociada das questões sociais e culturais. Lembrando sempre que a ciência é uma atividade social com fins sociais. Fazemos ciência para a sociedade em que estamos inseridos”, conclui Val.</p>



<p><a href="https://www.tecmundo.com.br/ciencia/204729-desmatamento-amazonia-mundo-corre-risco-novas-pandemias.htm" data-type="URL" data-id="https://www.tecmundo.com.br/ciencia/204729-desmatamento-amazonia-mundo-corre-risco-novas-pandemias.htm" target="_blank" rel="noreferrer noopener">Desmatamento na Amazônia: mundo corre risco de novas pandemias</a> via <a href="https://www.tecmundo.com.br/" data-type="URL" data-id="https://www.tecmundo.com.br/" target="_blank" rel="noreferrer noopener">TecMundo</a></p>


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