Ciência
18/10/2013 às 13:19•2 min de leitura
É um mal do mundo moderno: trabalhar, estudar, abrir 20 abas no navegador, falar no telefone, teclar mensagens sem fim nos smartphones, postar nas redes sociais, comer ao mesmo tempo em que se atualiza com as notícias, ouvir música e ainda conversar com o colega ao lado do trabalho ou faculdade: tudo ao mesmo tempo.
Todas essas tarefas, entre tantas outras que fazemos rotineiramente, podem acabar resultando em um caos no nosso cérebro.
Isso porque, quando se assume a posição multitarefas, que está cada vez mais disseminada entre nós hoje em dia, essa ação pode gerar o contrário do que desejamos, ou seja, em vez de nos deixar mais produtivos, nós ficamos menos concentrados, além de impossibilitados de aprender e prestar a atenção em algo muito importante, por exemplo.
Clifford Nass, professor de comunicação da Universidade de Stanford, defende a ação da “monotarefa”, em que você se concentra apenas em uma ação para depois passar para a outra, a fim de se dedicar com mais atenção a cada uma deles. De acordo a pesquisa de Nass, quanto mais coisas você faz ao mesmo tempo, menor a sua capacidade de aprender, de se concentrar ou mesmo de ser agradável com as pessoas.
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Faça um teste: quando estiver em casa, coloque em um canal de notícias que tenha algumas manchetes passando na parte inferior com resultados de futebol, tragédias do dia, etc. Com certeza, você ficará menos propenso a se lembrar do que o apresentador estava noticiando. E por que isso acontece? Porque esse tipo de ação multitarefa reduz a sua capacidade de filtrar informações aparentemente irrelevantes.
“Temos escalas que nos permitem dividir as pessoas em pessoas que são multitarefas o tempo todo e as pessoas que raramente o fazem, e as diferenças são notáveis. As pessoas que fazem tudo ao mesmo tempo não podem gerenciar uma memória de trabalho. Eles são cronicamente distraídas”, afirmou Nass ao NPR.
Segundo o pesquisador, a consequência desse comportamento é que se torna impossível sustentar a atenção nas coisas e, com o tempo, isso acaba reestruturando o nosso cérebro de alguma forma. Ele compara o nosso cérebro ao plástico, por ser extremamente adaptável, fazendo referência à teoria neuroplasticidade. Porém, ele afirma que ele não é elástico, ou seja, ele pode se adaptar, mas não volta a ser o que era.
"Nós treinamos nossos cérebros para uma nova maneira de pensar. E então, quando tentamos reverter nossos cérebros, eles não voltam à sua forma”, disse Nass, querendo afirmar que uma vez multitarefas, é difícil voltar a se dedicar a apenas uma tarefa por vez.
Por exemplo, como isso afeta nosso trabalho? Segundo o especialista em ética de negócios, James O`Toole, os perigos de multitarefa são variados. Confira alguns abaixo: