Ciência
25/05/2021 às 05:25•3 min de leitura
No dia 25 de maio, geeks de todo o mundo estão comemorando o Dia do Orgulho Nerd e o Dia da Toalha. Ambos estão relacionados: foi nessa data, em 1977, que Star Wars foi lançado nos cinemas, além de ela ser o dia escolhido para homenagear Douglas Adams, autor de O Guia do Mochileiro das Galáxias, que deu milhões de novos sentidos para uma simples toalha.
Por isso, vamos nos concentrar na obra de Adams e entender por que ele é tão cultuado nos dias de hoje. Pegue sua toalha e vem conferir conosco:
Douglas Adams foi um escritor britânico muito adorado, que faleceu precocemente, aos 49 anos, em 11 de maio de 2001, vítima de um ataque cardíaco fulminante. Duas semanas após isso, em 25 de maio, seus fãs organizaram o primeiro Dia da Toalha, para homenagear o ídolo. Em 2006, foi instituído o primeiro Dia do Orgulho Nerd, nessa mesma data, que acabou unificando as duas comemorações mais geeks do ano.
Uma das coisas mais apreciadas por Adams era a aleatoriedade, tanto que ele descreveu o Gerador de Improbabilidade Infinita. Como o dia 25 de maio não tem qualquer importância direta na sua vida, é bem provável que a data escolhida “aleatoriamente” para homenageá-lo certamente teria lhe agradado bastante.
A obra-prima de Adams é uma das mais idolatradas pelos geeks: ela conta as peripécias de Arthur Dent pelo universo, logo após ver a Terra, seu planeta natal, ser destruída. Na jornada, ele conhece um robô depressivo, um escritor do tal guia e um ex-presidente intergaláctico. No primeiro livro, Adams ainda explica as várias utilidades de uma toalha e dá a resposta para a pergunta universal – por sinal, é 42.
O 42 é a resposta para a pergunta fundamental sobre a vida, o Universo e tudo mais. Esse fascínio pelos números está bastante evidente na obra de Adams, sendo que muitos leitores tentam compreender qual é a pergunta que teria 42 como resposta; afinal, ela poderia explicar muita coisa sobre o sentido da vida.
Algumas das funções da toalha, de acordo com o Guia do Mochileiro das Galáxias: “você pode usar a toalha como agasalho quando atravessar as frias luas de Beta de Jagla; pode se deitar sobre ela nas reluzentes praias de areia marmórea de Santragino V; você pode dormir debaixo dela sob as estrelas que brilham avermelhadas no mundo desértico de Kabrafoon; enrolá-la em torno da cabeça para se proteger de emanações tóxicas ou para evitar o olhar da Terrível Besta Voraz de Traal; e, naturalmente, pode usá-la para se enxugar caso ainda esteja razoavelmente limpa”.
Se você não sabe qual é a relação entre essas duas coisas, você não sabe muita coisa sobre as aleatoriedades e improbabilidades da vida. E também não faz ideia do que passa na mente da baleia e da planta ao cair do céu em um planeta estranho. Spoiler: as petúnias já estão acostumadas com quedas. (Sim, este parágrafo existe apenas para você ler “O Guia” agora mesmo).
Outra obra bastante famosa de Douglas Adams diz respeito ao primeiro (e único) detetive holístico do mundo, ou seja, ele deixa que o próprio Universo o guie na resolução de seus casos, raramente empregando técnicas tradicionalmente conhecidas para isso. A sequência de livros virou uma série de TV, sendo lançada pela BBC e pela Netflix em 2016.
Se você é fã da banda britânica de rock, então você vai gostar de saber que Douglas Adams tocou guitarra junto com o grupo, em 1994, por ser amigo de David Gilmour. Curiosamente, Adams estava comemorando seu 42º aniversário. Coincidência? Acho que não...
Além de adaptar “O Guia” para o rádio e para a televisão, Adams trabalhou em outros programas extremamente nerds. No final dos anos 70, por exemplo, ele foi um dos roteiristas de Doctor Who. O famoso episódio “City of Death” (S17E02) foi escrito em apenas um final de semana, e Adams estava entorpecido de café e whisky.
Para finalizar, voltamos ao Guia: Adams era tão sarcástico com a raça humana que explicou os motivos para os golfinhos serem mais inteligentes que os seres humanos. Enquanto a gente se acha crânio por ter inventado a roda, os golfinhos só querem saber de nadar e se divertir. E olha, os bichos até tentaram nos alertar sobre o fim da Terra...