Ciência
20/04/2019 às 04:00•2 min de leitura
Ovos de chocolate brilhantemente decorados se tornaram parte integrante da celebração da Páscoa. Bastante gente não vê muito sentido nisso, ainda mais pelo fato (para as crianças) de que eles são trazidos por um coelho.
Porém, tudo isso teve uma origem e a tradição dos ovos (e também do coelho) é basicamente um conceito de fartura e renovação da vida. Em um dos simbolismos, a dura casca do ovo representa o túmulo selado de Cristo, e quebrá-la representa a ressurreição de Jesus dentre os mortos.
Em diversos países, a cultura dos ovos de Páscoa é um pouquinho diferente, sendo que eles são ovos cozidos mesmo apenas com a casca pintada de forma detalhada, mas muito bonitos. Acredita-se que esse costume tenha surgido até antes do cristianismo, durante as primaveras.
Por exemplo, antes de Cristo, os habitantes de onde hoje fica o Iraque e parte do Kuwait já decoravam ovos durante o Nowruz, Ano-Novo do calendário persa, celebrado no equinócio de primavera. Ovos de avestruz ornamentados com mais de 60 mil anos já foram encontrados na África, enquanto, há mais de 2,5 mil anos, zoroastristas, o mais antigo grupo religioso do Irã, também decoravam ovos para a sua festa de Ano-Novo.
E os antigos egípcios, fenícios e hindus acreditavam que o mundo começou com um ovo gigante e, por isso, a cada primavera pintavam ou de alguma forma comemoravam o ovo como um símbolo de uma nova vida, origem do homem, purificação, boa sorte e renascimento.
Acredita-se também que os chineses tinham o costume de pintar os ovos através do cozimento em água com beterraba e casca de cebola para mudar a coloração e, posteriormente, dá-los como um presente na Festa da Primavera no Hemisfério Norte (que coincide com a época da Páscoa).
O costume teria sido levado para o Ocidente por missionários que visitaram a China e espalharam o hábito para o resto do mundo, relacionando ao período pascal católico como símbolo da renovação e ressurreição de Jesus Cristo. Em alguns países, os ovos de Páscoa são abençoados pelos sacerdotes no final da vigília de Páscoa e distribuídos para os membros da congregação.
Por volta do século 18, o costume de trocar ovos durante a Páscoa ganhou um sabor mais doce, e alguns, além de enfeitados, eram feitos com matéria-prima açucarada. Já o uso do chocolate só passou a ser feito por volta de 1830, quando a indústria do cacau começava a se desenvolver. E o que se seguiu foi uma tradição que se mantém até hoje.
Atualmente, países como a Bulgária, Polônia, Romênia e Ucrânia mantêm a tradição dos ovos pintados, sendo que muitos deles são criados também com o significado das cores em mente. Por exemplo, o vermelho simbolizando o fogo e o sol, o preto para o absolutismo e eternidade, o amarelo para a felicidade e juventude, o verde para a primavera e fertilidade e o azul para a saúde e vitalidade.
Em alguns países, além da troca de ovos doces ou de chocolate, existe uma brincadeira da caça aos ovos entre as crianças, na qual elas devem procurá-los em jardins ou quintais onde foram escondidos pelos pais. Na Bulgária, existe um ritual de quebrar os ovos após a missa da meia-noite na quinta-feira santa. No entanto, seja qual for a cultura, o ovo representa vida nova, fertilidade e renascimento.
*Publicado em 18/4/2014
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