Ciência
29/05/2022 às 12:00•2 min de leitura
O mundo conhece a palavra guerra há muito tempo, pelo menos desde 2700 a.C., com os primeiros registros históricos de um conflito travado no atual Irã, no Oriente Médio, pelos povos sumérios contra os vizinhos elamitas. O que aconteceu naquele dia ficou gravado em antigas tábuas de pedras escavadas milhares de anos depois por arqueólogos nas cercanias onde essas civilizações começaram, floresceram e tiveram um fim.
De acordo com um artigo do Active Post, nos últimos 3.400 anos, os humanos estiveram em paz em apenas 268 deles, o que configura apenas 8% do tempo. O século XX foi o período mais bélico e mortal da humanidade até então, com mais de 100 guerras e conflitos registrados, sendo que estimativas para o número total de mortos ao longo de toda História pode alcançar 1 bilhão.
Desde 1775, quando os primeiros meses da Revolução Americana fizeram o Congresso dos EUA criar o Exército Continental, a primeira força de combate regular do país, as forças armadas têm sido associadas ao poder ofensivo de uma nação, tendo papel crucial nas atrocidades que aconteceram no século passado, como as duas grandes Guerras Mundiais.
(Fonte: Frealain Jocard/Agence France-Presse/Getty Images)
No entanto, apesar de ser uma potência armada autorizada e destinada principalmente à guerra, o exército também pode realizar trabalhos humanitários, como fornecimento de suprimentos e assistência médica aos necessitados em momentos de calamidade.
Um levantamento do Statista mostrou que os EUA são o governo que mais destina dinheiro ao exército, gastando US$ 801 bilhões só em 2021, seguido pela China, com US$ 293 bilhões. E no meio dessa conta, existem 39 países e territórios que simplesmente se livraram desses gastos abrindo mão de suas defesas militares.
A maioria deles não são protagonistas na geopolítica mundial, portanto, dependem inteiramente de países maiores para defendê-los em caso de necessidade. Financeiramente, esses países eliminaram bilhões de gastos com todo o tipo de equipamento e serviços diretos ou indiretos necessários para manter um exército funcionando, podendo destiná-los ao crescimento da máquina da economia e no fornecimento de outras atividades para a sociedade.
Consequentemente, eles reduziram as chances de um golpe pela eliminação de uma instituição que pode divergir dos pensamentos e decisões políticas feitas por seus governantes, aumentando a prosperidade do país.
(Fonte: Military History Now/Reprodução)
Andorra, a sexta menor nação da Europa, está entre os 3 países mais conhecidos que se livrou de sua potência militar. O país assinou tratados de proteção com a Espanha e a França, mantendo apenas uma força policial, responsável por manter a ordem interna dos 78 mil habitantes.
O Vaticano figura a lista como um dos locais mais conhecidos, mas, diferente do governo andorrano, não possui tratado de defesa assinado com a Itália, ainda que as Forças Armadas italianas ofereçam proteção ao território de maneira informal.
A Pontifícia Guarda Suíça, a unidade armada encarregada da proteção apenas do Papa, não é considerado um exército e não está sob a autoridade do Estado. Para combater os crimes que geralmente perseguem os turistas, a maior parte do trabalho é feita pelo Corpo de Gendarmaria, unidades de polícia e bombeiro do Vaticano.
Desde 1868, outro país que aboliu o exército foi Liechtenstein, muito conhecido pelos amantes de futebol na Europa, devido aos custos muito alto para a economia, visto que não desfruta de muitos recursos naturais de valor, com pouca agricultura e nenhuma indústria pesada.
(Fonte: 24 France/Reprodução)
Por outro lado, o setor turístico e bancário sustenta bem as 38 mil pessoas que vivem em Liechtenstein, que apresentou um PIB de US$ 6 bilhões em 2019, de acordo com dados do Banco Mundial. Para manter sua segurança, foi feito um acordo informal com a Áustria e a Suíça.
No entanto, há outros 6 países que não tem exército, mas forças militares limitadas, como a Costa Rica, cujo artigo 12 da Constituição aboliu o exército como instituição permanente em 1º de dezembro de 1948, permitindo apenas a organização de forças para defesa ou por acordo internacional. Desde então, o país só recorreu à força militar em 1955 e 1965.