Saúde/bem-estar
22/07/2022 às 11:00•2 min de leitura
Em 1977, um anúncio publicado no jornal The Stanford Daily despertou o interesse de uma jovem chamada Sally Ride. Nas linhas do texto estava escrito que a NASA, agência espacial norte-americana, procurava por astronautas do sexo feminino. Mesmo incerta de que essa empreitada daria certo, ela decidiu arriscar.
Aproximadamente cinco anos depois, Ride entrou para a história como a primeira mulher norte-americana ao chegar no espaço. Durante sua trajetória, precisou superar as barreiras do sexismo e as dúvidas sobre sua capacidade de exercer a profissão de astronauta. Porém, essa é uma história de sucesso e superação. Veja só!
(Fonte: Wikimedia Commons)
Nascida no dia 26 de maio de 1951 na cidade de Los Angeles, na Califórnia, Sally Kristen Ride cresceu em uma família saudável, onde sempre teve apoio de seus pais e irmã mais nova, Karen. Desde muito jovem, ela mostrou interesse pela matemática e pela ciência. Em entrevista à imprensa dos Estados Unidos em 1983, os pais de Sally afirmaram que "apenas deixamos que ela se desenvolvesse normalmente."
Além de ser uma criança brilhante, Rider era bastante atlética. Isso fez com que ela recebesse uma bolsa de estudos para jogar tênis na Westlake School for Girls. O caminho para se tornar uma atleta profissional parecia estar traçado, mas tudo mudou quando ela conquistou seu bacharelado em física e inglês, um mestrado em física e um doutorado em astrofísica na Universidade de Stanford.
Ride decidiu ignorar os estereótipos de que a ciência não era feita para meninas e arriscou-se em uma tentativa de formar carreira na NASA. Depois de ser selecionada pela agência em janeiro de 1978, ela passou por um treinamento intenso para que pudesse ser integrada em novas missões — sendo anunciada como uma das especialistas que viajaria no ônibus espacial Challenger em 1982.
(Fonte: Wikimedia Commons)
Sally Rider não foi a primeira mulher a viajar para o espaço, uma vez que a URSS já havia feito isso duas vezes no passado, mas seria a primeira norte-americana. Inclusive, a pressão era tanta que a imprensa local passou a confrontá-la com uma série de perguntas indevidas e questionáveis.
Conforme publicado na época, Ride foi questionada sobre como lidaria com a menstruação no espaço, se usaria maquiagem ou sutiã durante a viagem e se ela tinha medo de que o voo espacial afetaria sua capacidade de ter filhos. "É uma pena que isso seja tão importante. É uma pena que nossa sociedade não esteja mais adiantada", rebateu de imediato.
Se a sociedade não estava pronta para ver uma mulher nessa posição, Sally estava. No dia 18 de junho de 1983, ela embarcou à bordo do Challenger e passou seis dias no espaço — implantando dois satélites. Mesmo que a missão fosse rotineira, o papel de Sally Ride nela era histórico e para sempre seria lembrado.
A astronauta faleceu em 23 de junho de 2012, aos 61 anos, vítima de um câncer de pâncreas. Antes disso, porém, ela passou seus últimos anos de vida incentivando mais meninas a estudarem matemática e ciências, deixando um enorme legado para trás.