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28/08/2022 às 07:00•2 min de leitura
É muito provável que você tenha aprendido ainda criança qual é o formato de um cérebro e simplesmente começou a aceitar que ele se parece bem com um pacote de macarrão instantâneo antes de ir para a panela, certo? Porém, você já se questionou por que um dos órgãos mais importantes do nosso corpo possui essas dobras esquisitas?
O córtex, ou a superfície externa do nosso cérebro — chamada corriqueiramente de "massa cinzenta" — se expande e se dobra à medida que nossos cérebros se desenvolvem dentro do útero de nossas mães, mas qual a necessidade de todo esse processo? Nós falaremos mais sobre isso ao longo dos próximos parágrafos. Olha só!
(Fonte: Unsplash)
Ao passo que o nosso cérebro aumenta de tamanho quando ainda somos fetos, existe consequentemente um aumento de pressão na superfície externa do órgão. Portanto, as dobras são uma forma de mitigar essa situação. Logo, é como se duas placas tectônicas colidissem, criando tamanha pressão que eventualmente causaria uma dobra geológica.
Inclusive, essas inúmeras dobras que temos no cérebro é o que nos permite ter mais neurônios, o que também representa intelectos mais avançados e com habilidades cognitivas aumentadas. Curiosamente, essa é uma das características que mais difere os humanos de outros animais na natureza, uma vez que o cérebro da maioria das criaturas não possui dobras.
O córtex de camundongos e ratos, por exemplo, não consegue se expandir o suficiente para que se crie uma pressão grande o bastante que levaria ao dobrando. Por consequência, esses animais têm cérebros com superfície completamente lisa. Em geral, dobramentos só existem em criaturas de cérebros maiores.
(Fonte: Pixabay)
Apesar de o cérebro grande ser um dos principais fatores de dobramento, nem sempre isso é um padrão. O exemplo mais gritante disso é o peixe-boi, que possui muito menos dobras do que o tamanho do seu cérebro indicaria. A principal razão disso é porque as propriedades físicas do córtex também possuem grande influência.
Para se ter ideia, o cérebro humano até parece ter cumes e vales — nomes dados para os padrões de dobra — aleatórios, mas isso costuma ser bastante consistente entre os indivíduos e até mesmo em algumas espécies. Isso mostra que esses padrões não existem por um acaso e têm um significado maior.
Os elefantes, por exemplo, possuem mais dobras no cérebro do que nós, mas não é isso que os torna mais inteligentes do que os humanos. Apesar desses animais terem mais rugas do que a nossa espécie, a função do nosso córtex é mais avançada do que demais espécies selvagens, algo que nos permite ter um maior impulso intelectual na mesma quantidade de espaço do crânio.
Então, agora você já sabe que as curiosas dobras no nosso cérebro não são apenas parte da "decoração interior", mas também uma peça fundamental da nossa existência e da forma como pensamos.