Ciência
21/09/2022 às 04:00•2 min de leitura
Segundo dados do Banco Mundial, 1,1 bilhão de pessoas saíram da extrema pobreza desde 1990. Esse grupo de pessoas — que recebem menos de US$ 1,90 por dia — passou de 1,85 bilhão para 736 milhões de pessoas em 2015, segundo os dados mais recentes. A meta do Banco Mundial é reduzir para menos de 3% da população mundial até 2030.
Essas pessoas estavam espalhadas pelo mundo, mas em 15 países, 1,6% da população saiu da extrema pobreza todos os anos entre 1998 e 2015. Quem teve o melhor desempenho nesse sentido foi a Tanzânia, que até 2000 tinha 86% da população vivendo em extrema pobreza. Esse número caiu para 49,1% em 2011.
Mas o destaque fica por conta de quatro países, que conseguiram erradicar completamente a pobreza extrema: China, Quirguistão, Moldávia e Vietnã. A China conseguiu, nos últimos 40 anos, tirar mais de 850 milhões de cidadãos da extrema pobreza.
Embora esse resultado seja importante, ele revela outro problema. A redução da pobreza foi bastante desigual. Enquanto países da Ásia tiveram um melhor desempenho, a maioria dos 736 milhões de pessoas que ainda vivem com menos de US$ 1,90 por dia está na África Subsaariana. Mesmo olhando para a Tanzânia, que teve o melhor desempenho, quase metade do país ainda vive abaixo da linha da extrema pobreza.
Teatro Nacional de Gana.
Em outros países, é possível observar um esforço para reduzir a pobreza que vem de muito mais tempo. O caso mais notável é a Noruega, que no início do século XX era um país extremamente agrícola, o que causou uma onda de migração em momentos de baixa produtividade. O país conseguiu se reerguer após a Segunda Guerra Mundial, com a ajuda dos Estados Unidos e atualmente o país tem os mais altos padrões de vida do mundo.
A Bolívia é outro exemplo notável, que passou de uma das nações mais pobres da América do Sul para um país com uma situação muito mais favorável socialmente. A taxa de pobreza do país caiu de 59% em 2005 para 38% em 2015, enquanto ao mesmo tempo a pobreza extrema caiu de 38% para 18%. Nesse caso, o sucesso tem relação com as políticas sociais do ex-presidente do país, Evo Morales. Entre medidas para controlar os preços de produtos, como alimentos e gasolina, ele também criou uma pensão de US$ 258 para pessoas com 60 anos ou mais para permitir que os idosos escapem da pobreza.
Em 1990, Gana tinha 52% da sua população vivendo na pobreza. Esse número foi reduzido para 21%, enquanto a taxa de pobreza extrema passou de 35,6% para 18,2% no mesmo período. O país chegou nestes resultados investindo em políticas públicas voltadas para a educação. Isso permitiu industrializar a nação e fazer com que ela se desenvolvesse politicamente também. Apesar disso, Gana ainda é um país que sofre muito com a pobreza.