Ciência
27/01/2021 às 03:00•2 min de leitura
A realidade vivida pela população marginalizada dos países africanos tem sido abordada em um conjunto fotográfico realizado pelo fotógrafo sul-africano, Pieter Hugo (44). O intuito do trabalho, segundo ele, “vem do desejo de se envolver com o mundo, olhar para ele, analisar, responder a ele”. Ou seja, é mostrar não apenas a cultura, mas também os problemas de classe, identidade e privilégios, muito recorrentes na região, como é visto nos retratos de Ruanda, Nigéria, Gana e África do Sul.
Hugo iniciou sua carreira trabalhando como fotojornalista e, apesar de não ter tomado gosto para essa vertente da fotografia, foi o que lhe proporcionou descobrir seu estilo próprio. Ele afirmou em uma entrevista concedida ao Bored Panda: “Eu queria fazer um trabalho que fosse mais considerado. O problema da minha presença eu transformei no ponto crucial da minha prática: reconhecer minha presença, reconhecer a energia e dinâmica em mim”.
A série de fotos apresenta retratos de vários conjuntos fotográficos realizados por Pieter Hugo, revelando a realidade marginalizada dos países africanos, cada um voltado para o seu tema e suas carências.
Dentre as séries mais prestigiadas do fotógrafo está o projeto “Olhando de Lado”, referente as pessoas excluídas pela sociedade, como os albinos, cegos e idosos. Além do “Erro Permanente”, retratando a realidade das pessoas que trabalham e moram aos arredores de um lixão de materiais tecnológicos, em Gana.
“A Hiena e Outros Homens” trata do vínculo entre um grupo de itinerantes e animais retirados do ambiente selvagem, ainda quando filhotes. Nesta série, a comunidade se apresenta com babuínos, pítons e hienas, como forma de entretenimento e venda de remédios convencionais.
Por sua vez, os “Coletores de Mel Selvagem” são retratados por homens que trabalham no centro de Gana colhendo mel das colônias de abelhas selvagens. Uma tarefa considerada perigosa, tendo em vista que a única proteção deles são folhas e sacolas plásticas.
Por fim, “1994” que representa crianças nascidas na África do Sul e Ruanda pós revolução, além de “Kin” que evidencia os problemas sociais, as paisagens e naturezas mortas do país sul-africano.