Projeto Pavão Azul: as minas terrestres nucleares que dependiam de galinhas

07/01/2023 às 07:002 min de leitura

Na década de 1959, a Europa se via dividida em duas partes, separadas pela imaginária, mas assustadora, Cortina de Ferro. Em ambos os lados, líderes de várias nações temiam que a Guerra Fria escalasse, deixando o território da ameaça velada e partindo para a violência propriamente dita.

Para piorar ainda mais, havia o fantasma das armas nucleares pairando pelo ar. Nenhum país queria ser alvo de uma bomba atômica, então a melhor forma de não ser atacado seria... atacar? Ou ao menos se defender. E foi daí que surgiu o projeto Pavão Azul, um plano secreto dos britânicos que visava impedir uma potencial ofensiva soviética usando... galinhas?!

O projeto Pavão Azul, as armas nucleares e as galinhas

(Fonte: Wikimedia Commons)(Fonte: Wikimedia Commons)

O plano dos britânicos era bem simples: para barrar um ataque vindo do lado dos soviéticos, bastava exterminar os batalhões atacantes. E eles planejavam fazer um belo estrago, já que a estratégia envolvia inusitadas e poderosas minas terrestres nucleares.

A ideia era literalmente ter bombas atômicas enterradas debaixo do solo alemão, país que havia sido dividido depois da Segunda Guerra Mundial — ficando uma extremidade do lado da OTAN e o outro, do Pacto de Varsóvia. Além de dar cabo dos inimigos na região imediata, a esperança também era a de que a radiação emitida pela arma nuclear e espalhada pela Alemanha encorajaria os soviéticos a deixar o país.

E as tais bombas não eram brincadeira: cada uma tinha cerca de 10 kilotons, quase o equivalente a metade do poder da ogiva detonada pelos Estados Unidos em Nagasaki, no Japão. Mas o plano tinha um grande problema: o solo do local era muito frio e poderia impedir as bombas de serem detonadas.

Entram as galinhas

(Fonte: Imperial War Museums/Reprodução)(Fonte: Imperial War Museums/Reprodução)

Cientistas pensaram em diversas formas de contornar o problema, incluindo envolver as bombas em cobertores isolantes e em almofadas de fibra de vidro, com a intenção de manter os dispositivos quentes o suficiente para serem detonados sem maiores problemas. Mas se teve uma ideia que se destacou, foi a que envolvia o uso de galinhas como fontes de calor para os explosivos.

O plano seria o seguinte: galinhas vivas seriam postas dentro de um tambor que seria enterrado junto das minas nucleares. Os animais teriam comida e água o suficiente para sobreviverem debaixo da terra por aproximadamente uma semana, tempo que julgaram ser o necessário para que os inimigos montassem acampamento e preparassem seus suprimentos, sendo então pegos desprevenidos pelas explosões atômicas.

Por mais bizarra que a ideia possa parecer, os britânicos chegaram a construir dois protótipos e em 1957 encomendaram 10 minas nucleares aquecidas por galinhas. Mas o projeto acabou sendo embarreirado no ano seguinte, quando o Ministro da Defesa apontou óbvias falhas no plano — como, por exemplo, o fato de que explodiriam um país aliado e contaminariam o território com radiação.

O plano era tão esquisito que décadas depois, quando sua existência foi finalmente revelada ao público, no dia 1º de abril de 2004, muita gente chegou a acreditar que história toda não passava de uma pegadinha.

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