Artes/cultura
08/01/2023 às 07:00•2 min de leitura
Segundo a Bíblia, mais de dois mil anos atrás, um jovem casal deu à luz o menino Jesus. A história é celebrada até hoje, com o nascimento da criança sendo comemorado anualmente no natal.
Mas algo chama a atenção: o relato bíblico fala sobre como a Virgem Maria engravidou de Deus, e não de José, seu real companheiro, em um período em que a gravidez fora do casamento era passível de pena de morte. Então, como tudo isto aconteceu da forma como conta o livro sagrado do cristianismo? Como Maria e José se tornaram o casal mais celebrado pelos cristãos?
(Fonte: Wikimedia Commons)
Maria, a mãe de Cristo, é citada nos evangelhos de Lucas e Mateus. Ela era uma jovem do Oriente Médio com características comuns ao local e descrita como uma moça muito bela. Como a expectativa de vida na época era bem curta, com a maioria da população vivendo algumas poucas décadas, o casamento entre pessoas muito jovens era bem comum.
Assim que ficava claro que a pessoa já conseguia reproduzir, um casamento era arranjado com outras famílias – e foi exatamente assim que aconteceu com Maria e José. Ainda bem jovens, os dois ficaram noivos seguindo as tradições judaicas daquela época. No período entre o noivado e o casamento propriamente dito, a noiva continuava a viver com os pais, então Maria permaneceu morando com Ana e Joaquim — e foi nesse período que o fatídico momento ocorreu.
Enquanto aguardava a cerimônia do casamento morando com os pais, como conta o Novo Testamento, certo dia Maria recebeu a visita do Anjo Gabriel informando que ela havia sido escolhida para carregar o filho de Deus. O anjo prosseguiu afirmando que ela continuaria virgem, mas que engravidaria depois da visita do Espírito Santo e que a criança deveria se chamar Jesus.
(Fonte: Hulton Archive/Getty Images)
A notícia de que Maria havia engravidado não foi bem recebida por José, que começou a pensar em formas discretas de acabar com o compromisso firmado com a família da moça. Chateado, o rapaz foi dormir e sonhou com um anjo que lhe disse para casar com Maria, pois o filho que ela carregava era do Espírito Santo. Quando acordou, José aceitou a ideia e levou a união adiante.
Ainda que José tenha aceitado se casar, a situação da Virgem Maria foi bastante perigosa. Como explica Carol Meyers, professora de religião na Universidade Duke, nos Estados Unidos, a gravidez poderia ter sido considerada adultério — um crime passível de morte por apedrejamento.
Com o casamento seguindo adiante, José assumiu Jesus como sendo seu próprio filho e o casal seguiu para Belém, onde deviam pagar uma taxa obrigatória ao Rei Herode. No caminho, Maria entrou em trabalho de parto, dando à luz o menino Jesus.