Ciência
20/06/2024 às 20:00•3 min de leituraAtualizado em 20/06/2024 às 20:00
Reunindo alguns dos principais craques do futebol mundial, a Eurocopa 2024 começou em 14 de junho na Alemanha. Até o dia 14 de julho, quando será disputada a final do torneio em Munique, 24 seleções lutam pelo título de melhor equipe do continente.
A disputa, que promete ser intensa nos gramados, também tem tudo para ser quente fora das quatro linhas, pois a competição reúne países com histórico de relação ruim. Seja por questões políticas, comerciais ou territoriais, algumas dessas nações não se dão bem há séculos.
Listamos, a seguir, 6 rivalidades históricas que poderemos ver durante a Euro 2024, envolvendo disputas que vão além dos campos de futebol.
Além de ser o duelo mais antigo entre seleções de futebol do mundo, realizado pela primeira vez em novembro de 1872, um eventual confronto entre as seleções escocesa e inglesa coloca em jogo uma rivalidade de séculos. Os problemas começaram com a invasão da Escócia em 1296.
Novas guerras aconteceram nos anos seguintes e a Escócia retomou sua independência, ficando assim até a unificação acordada no Tratado da União de 1707, resultando na criação da Grã-Bretanha. Desde então, têm havido muitos apelos para que ela se separe do Reino Unido.
Ao longo da história, britânicos e franceses quase sempre estiveram de lados opostos. Um dos conflitos mais marcantes ocorreu na Guerra dos Cem Anos, quando os ingleses tentaram tomar o trono rival, mas não se deram bem.
O processo de independência dos Estados Unidos, apoiado pela França, também foi motivo de briga, pois os britânicos queriam manter a colônia na América. A relação ficou tensa, ainda, durante o bloqueio continental imposto por Napoleão Bonaparte em 1806 e na saída da Grã-Bretanha da União Europeia.
Inimigos antigos, franceses e alemães se enfrentaram em diversas batalhas por territórios, como na Guerra Franco-Prussiana, quando o império alemão saiu vitorioso, tomando a região da Alsácia-Lorena. Os confrontos continuaram intensos na primeira metade do século XX.
De lados contrários na Primeira e na Segunda Guerra Mundiais, os rivais históricos passaram por invasões e duelos sangrentos durante os conflitos, com a França retomando o território anexado pelo Terceiro Reich em 1945. Já nas décadas seguintes, as animosidades começaram a ficar de lado.
Outra rivalidade que vai além do futebol é entre sérvios e albaneses, que inclusive foi motivo de brigas entre torcedores na cidade de Gelsenkirchen, nesta edição da Eurocopa. A discórdia tem relação com os conflitos étnicos dos Balcãs, na década de 1990.
Uma das regiões da Iugoslávia, o Kosovo tinha mais de 90% da população composta por albaneses, perseguidos pela minoria sérvia com o apoio do governo central. Os albaneses iniciaram um movimento separatista que foi duramente oprimido, levando a Otan a intervir na região e expulsar os sérvios, que seguem sem reconhecer a independência dos kosovares.
Igualmente integrantes da antiga Iugoslávia, a Sérvia e a Croácia têm um longo histórico de conflitos étnicos e separatistas que levaram a milhares de vidas perdidas e inúmeros refugiados. Um deles foi a Guerra da Independência da Croácia, ocorrida de 1991 a 1995.
Com a maioria dos croatas defendendo a separação, os sérvios que moravam por lá se opunham, querendo a formação de um estado com as áreas da Croácia e Bósnia e Herzegovina. A disputa deu início à guerra com a declaração de independência em junho de 1991, fazendo as forças sérvias tentarem tomar o território à força, em um conflito finalizado quatro anos depois.
Para finalizar, vale relembrar uma das maiores rivalidades europeias, que mexe com a Península Ibérica há séculos. Ao longo desse tempo, portugueses e espanhóis se envolveram em diversas disputas territoriais, econômicas e culturais, com destaque para as Grandes Navegações.
Com os países buscando a expansão marítima a partir do século XV, um novo continente foi descoberto e nomeado de América, gerando intensas disputas pela área entre as coroas portuguesa e espanhola. O papa Alexandre VI foi chamado para arbitrar a questão, com a Bula Inter Coetera, e mais tarde surgiu o Tratado de Tordesilhas para confirmar a divisão dos territórios.