Ciência
03/11/2018 às 08:00•2 min de leitura
Moda é um conceito um pouco curioso. Alguém diz que algo é bonito e, repentinamente, temos milhares ou milhões de pessoas se vestindo e agindo daquela mesma forma. Não importa o quão estranho pareça um determinado tipo de vestimenta — se alguma pessoa influente passar a vesti-la, é bem provável que outros decidam segui-la. Porém, o conceito de “moda” acabou passando dos limites no fim do século XIX, e tudo por conta da rainha Alexandra da Dinamarca.
A nobre, cujo nome completo é Alexandra Carolina Maria Carlota Luísa Júlia, nasceu no dia 1º de dezembro de 1844 em Copenhague, no país que lhe cedeu o apelido. Acabou se casando em 1863 com o até então príncipe do Reino Unido, Eduardo VII, em um enlace arranjado pela rainha Vitória e o seu marido, príncipe Alberto. Imediatamente, Alexandra virou uma verdadeira “rockstar” para a nobreza britânica.
As ladies passaram a imitar todos os costumes e as vestimentas da nova rainha — que chamava atenção por sua caridade e pela personalidade excêntrica. Suas icônicas gargantilhas, originalmente utilizadas para mascarar uma cicatriz de infância, por exemplo, caíram rapidamente no gosto do povo. Porém, as coisas saíram do controle depois que Alexandra teve o seu terceiro filho em 1867, quando contraiu febre reumática.
Por conta da doença, a rainha passou a mancar, desenvolvendo um andar único e desajeitado. Adivinhe só: as mulheres da alta sociedade acharam isso um charme e começaram a imitar. Elas mancavam nas ruas, nas casas e até em cerimônias formais. A moda foi tão forte que algumas pessoas passaram a utilizar sapatos de alturas diferentes e até mesmo bengalas para forçar esse jeito peculiar de se locomover — até mesmo o comércio se adaptou para oferecer calçados especiais.
Obviamente, os jornais da época criticaram o “movimento”: enquanto o Dundee Courier o descreveu como “um tempero de perversidade e loucura”, o North British Mail afirmou que “uma monstruosidade tornou-se visível entre as mulheres de Prince Street. É tão doloroso, idiota e ridículo”. É claro, porém, que a moda não durou muito tempo, visto que se manter desequilibrada intencionalmente um dia inteiro era uma tarefa bastante cansativa.
Já Alexandra acabou falecendo em 1925, aos 81 anos — e, infelizmente, nunca saberemos exatamente qual era a opinião dela a respeito dessa confusão toda.
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