Ciência
07/04/2021 às 08:00•2 min de leitura
No final do mês passado, Budimir Buda Šobat, um corajoso croata de 54 anos, conseguiu bater um recorde mundial de tirar o fôlego (literalmente): ele conseguiu ficar 24 minutos e 33 segundos embaixo d’água sem respirar. O feito ocorreu em uma piscina na cidade de Sisak, na Croácia, sob supervisão de médicos, repórteres e torcedores.
Fonte: Youtube/Reprodução
Šobat já era o detentor do recorde mundial no Guinness nessa modalidade de prender a respiração sob a água. Ele havia quebrado a barreira dos 24 minutos há três anos quando cravou 24 minutos e 11 segundos. A nova marca pode parecer um tempo impossível para qualquer ser humano, mas para Šobat é o resultado de anos de treinamento e condicionamento.
Ex-fisioculturista, o croata resolveu se dedicar ao mergulho estático, logo se tornando um dos dez melhores do mundo. Para conseguir sua performance, Šobat passa alguns minutos hiperventilando com oxigênio puro, para aumentar a oxigenação corporal.
Fonte: Youtube/Reprodução
O mergulho em apneia estática nada mais é do que mergulhar apenas com o ar dos pulmões. No entanto, é também um esporte que atrai adeptos do mundo inteiro. Na modalidade sem inalação prévia de oxigênio, o recorde mundial pertence ao sérvio Branko Petrovic, que mergulhou por 11 minutos e 54 segundos sem respirar em uma piscina de Dubai, em 2014.
A modalidade adotada por Šobat, com inalação prévia, compreende respirar oxigênio puro por até 30 minutos antes da prova, para aumentar a oxigenação corporal. Embora a inalação do gás faça uma grande diferença, como pode ser evidenciado pelo contraste entre os tempos alcançados, a inalação prévia depende de treinamento do corpo para bombear o sangue oxigenado em um ritmo mais lento.
Esse autocontrole é necessário porque a apneia estática apresenta sérios riscos para o corpo, principalmente para o cérebro. Após atingir 18 minutos sem respirar, o recordista croata começou a sentir contrações involuntárias e espasmos musculares, que ele passou a contar, como forma de reter a consciência.
Para conquistar o novo recorde, Budimir Buda Šobat diz ter se inspirado em sua filha Saša, de 20 anos, que luta contra paralisia cerebral, autismo e epilepsia desde a infância. O espetáculo também teve uma motivação humanitária, ao arrecadar fundos para as crianças da cidade Sisak, área afetada por forte terremoto em dezembro de 2020.